"Who watches the watchmen?"
"Who watches the watchmen?" ("Quem vigia os vigilantes?") esta é a pergunta que paira na cabeça dos cidadãos americanos e faz com que o presidente Nixon proíba a ação de heróis mascarados pelas cidades no mundo criado por Alan Moore. Uma sátira à cultura americana em que super-heróis são seres tão humanos e falhos como qualquer pessoa, mas que se dispuseram a usar fantasias para lutar contra o crime. O ano é de 1985, a Guerra Fria está no auge da tensão e um Relógio do Juízo Final marca constantemente cinco minutos para a meia-noite. A Guerra Nuclear parece iminente e não há muitas esperanças para mundo. Neste clima, o Comediante, um ex-integrante dos Watchmen, é assassinado em seu apartamento. O filme conta a história da investigação de Rorschach, outro Watchmen, para o assassinato, em paralelo à crescente tensão pela guerra nuclear. Ele pensa que estão querendo eliminar os Watchmen.
Zack Snyder demonstra ser mesmo corajoso, com apenas dois filmes no currículo ousou fazer aquilo que muitos diretores renomados desistiram no caminho. A adaptação da história de Alan Moore era dita por muitos como impossível. O próprio autor declarou que não queria saber de adaptações, principalmente após o resultado de V de Vingança, quando ele se declarou brigado com Hollywood. Apesar do sucesso do filme, ele odiou a adaptação chegando a tirar seu nome dos créditos.
Watchmen é a mais cultuada série em quadrinhos de todos os tempos e Zack Snyder conseguiu uma fidelidade tão assustadora que deixou fãs boquiabertos. Teve que ceder a pressões dos estúdios para deixar mais acessível ao público jovem, mas como ele mesmo disse, Watchmen não é um filme pipoca, muito menos para crianças. É tenso, cru, violento e realista ao extremo. Tal qual os quadrinhos que lhe deram origem. Os fãs mais atentos irão perceber enquadramentos parecidos, até porque Snyder abusa das câmeras lentas. Porém, melhor que em 300, ele conseguiu trazer a essência da história, com diálogos inteiros tirados do original e uma mensagem perturbadora.
Outro ponto forte é a trilha sonora. Logo no início do filme nos deparamos com o assassinato do Comediante ao som de Unforgettable, em um contraste fantástico. Além de diversos clássicos que dão um tom específico da época. O ponto fraco fica por conta da maquiagem, Carla N. Gugino (a primeira Espectral) está pateticamente envelhecida e o nariz de Nixon lembra as caricaturas dos vilões de Dick Tracy. Os efeitos, no entanto, impressionam. A cena do Dr. Manhattan intervindo na guerra do Vietnã é pomposa.
A propaganda também parece ter se superado, com uma grande ação no rio Tamisa, Londres. Um grande investimento para quem está apostando todas as fichas no sucesso nas telas. Watchmen tem tudo para agradar aos fãs e aos que ainda não conhecem os quadrinhos, mas gostam de filmes de ação com embasamento e reflexões. Mas, é interessante conhecer um pouco da história antes de encarar as salas de cinema. Muita informação de vez pode lhes deixar perdido, afinal foram 12 revistas para quase três horas de projeção.
Percebe-se enquadramentos quase idênticos aos quadrinhos:
E outros, nem tanto, mesmo assim, fiel:
Zack Snyder demonstra ser mesmo corajoso, com apenas dois filmes no currículo ousou fazer aquilo que muitos diretores renomados desistiram no caminho. A adaptação da história de Alan Moore era dita por muitos como impossível. O próprio autor declarou que não queria saber de adaptações, principalmente após o resultado de V de Vingança, quando ele se declarou brigado com Hollywood. Apesar do sucesso do filme, ele odiou a adaptação chegando a tirar seu nome dos créditos.
Watchmen é a mais cultuada série em quadrinhos de todos os tempos e Zack Snyder conseguiu uma fidelidade tão assustadora que deixou fãs boquiabertos. Teve que ceder a pressões dos estúdios para deixar mais acessível ao público jovem, mas como ele mesmo disse, Watchmen não é um filme pipoca, muito menos para crianças. É tenso, cru, violento e realista ao extremo. Tal qual os quadrinhos que lhe deram origem. Os fãs mais atentos irão perceber enquadramentos parecidos, até porque Snyder abusa das câmeras lentas. Porém, melhor que em 300, ele conseguiu trazer a essência da história, com diálogos inteiros tirados do original e uma mensagem perturbadora.
Outro ponto forte é a trilha sonora. Logo no início do filme nos deparamos com o assassinato do Comediante ao som de Unforgettable, em um contraste fantástico. Além de diversos clássicos que dão um tom específico da época. O ponto fraco fica por conta da maquiagem, Carla N. Gugino (a primeira Espectral) está pateticamente envelhecida e o nariz de Nixon lembra as caricaturas dos vilões de Dick Tracy. Os efeitos, no entanto, impressionam. A cena do Dr. Manhattan intervindo na guerra do Vietnã é pomposa.
A propaganda também parece ter se superado, com uma grande ação no rio Tamisa, Londres. Um grande investimento para quem está apostando todas as fichas no sucesso nas telas. Watchmen tem tudo para agradar aos fãs e aos que ainda não conhecem os quadrinhos, mas gostam de filmes de ação com embasamento e reflexões. Mas, é interessante conhecer um pouco da história antes de encarar as salas de cinema. Muita informação de vez pode lhes deixar perdido, afinal foram 12 revistas para quase três horas de projeção.
Percebe-se enquadramentos quase idênticos aos quadrinhos:
E outros, nem tanto, mesmo assim, fiel:
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
"Who watches the watchmen?"
2009-03-11T08:20:00-03:00
Amanda Aouad
aventura|critica|drama|quadrinhos|Zack Snyder|
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