O casamento de Rachel
Finalmente assisti ao filme de Jonathan Demme e gostei muito, merece todos os comentários positivos que já li sobre ele. O filme tem uma estética de vídeo caseiro, o que por um lado é bem legal, já que entra na proposta de uma família, registrando o momento especial que é a preparação para o casamento de Rachel, todo o clima informal. Porém, por outro lado, ele nos lembra o tempo todo estarmos assistindo a um filme. Isso incomodou em alguns momentos, quebra o encanto. De qualquer maneira, a narrativa nos envolve, principalmente pelo bom roteiro da atriz Jenny Lumet, primeiro de sua carreira a ser filmado.
O tema me lembrou muito dois filmes com estética parecida, o eterno Festa de família de Thomas Vinterberg - um dos símbolos do Dogma 95 - e Feliz Natal, de Selton Mello. Os três têm uma família reunida em torno de um grande acontecimento que é desestabilizado pela chegada de um membro problemático. Outros tantos, devem ter usado o mesmo mote, mas a construção fílmica desses me veio logo à mente.
O drama de Kym é forte. A personagem, interpretada muito bem por Anne Hathaway, saiu da clínica de reabilitação para o casamento de sua irmã, expondo feridas de todos ali presentes e criando situações delicadas. Interessante perceber que o filme induz o tempo todo o espectador a esperar que Kym faça uma besteira. Ficamos tensos a cada gesto incomum da personagem, como quando ela pede a palavra no ensaio da cerimônia, ou quando pega o carro após uma forte discussão com Rachel.
Correspondendo ou não a nossa angústia, sempre esperamos que na próxima cena venha algo ruim por aí. É nesse ponto que roteiro e direção se unem de forma harmônica criando um conjunto de efeitos que nos permite apreciar o filme, sem nem mesmo ver o tempo passar. A única coisa que destoa do resto é a tão esperada festa de casamento. Alguém explica aquela miscelânia de culturas? Tem até uma escola de samba estilizada. Não entendi o sentido. Quase um pastelão em meio a um drama tão bonito.
De qualquer maneira, O Casamento de Rachel é um filme belo, que expõe as dificuldades do ser humano de amar e ser amado, construindo barreiras entre si, mas ao mesmo tempo sendo capazes de superar grandes tragédias em nossas vidas.
O tema me lembrou muito dois filmes com estética parecida, o eterno Festa de família de Thomas Vinterberg - um dos símbolos do Dogma 95 - e Feliz Natal, de Selton Mello. Os três têm uma família reunida em torno de um grande acontecimento que é desestabilizado pela chegada de um membro problemático. Outros tantos, devem ter usado o mesmo mote, mas a construção fílmica desses me veio logo à mente.
O drama de Kym é forte. A personagem, interpretada muito bem por Anne Hathaway, saiu da clínica de reabilitação para o casamento de sua irmã, expondo feridas de todos ali presentes e criando situações delicadas. Interessante perceber que o filme induz o tempo todo o espectador a esperar que Kym faça uma besteira. Ficamos tensos a cada gesto incomum da personagem, como quando ela pede a palavra no ensaio da cerimônia, ou quando pega o carro após uma forte discussão com Rachel.
Correspondendo ou não a nossa angústia, sempre esperamos que na próxima cena venha algo ruim por aí. É nesse ponto que roteiro e direção se unem de forma harmônica criando um conjunto de efeitos que nos permite apreciar o filme, sem nem mesmo ver o tempo passar. A única coisa que destoa do resto é a tão esperada festa de casamento. Alguém explica aquela miscelânia de culturas? Tem até uma escola de samba estilizada. Não entendi o sentido. Quase um pastelão em meio a um drama tão bonito.
De qualquer maneira, O Casamento de Rachel é um filme belo, que expõe as dificuldades do ser humano de amar e ser amado, construindo barreiras entre si, mas ao mesmo tempo sendo capazes de superar grandes tragédias em nossas vidas.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O casamento de Rachel
2009-09-16T11:48:00-03:00
Amanda Aouad
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