UP - Altas Aventuras!
A Disney e a Pixar têm feito boas parcerias nos últimos tempos. Boas animações, bem produzidas, com histórias divertidas e personagens inesquecíveis. A expectativa era grande, então, em relação a Up, mas não posso dizer que este chega a ser um clássico da dupla. Com altos e baixos, a animação diverte e conquista, mas dificilmente será um fenômeno eterno.
A princípio, somos apresentados a Carl Fredricksen, um garoto com espírito aventureiro de quintal, que conhece uma garotinha diferente, Ellie, e embarca em seu sonho de conhecer o Vale das Cachoeiras, na América do Sul. Durante toda a vida do casal, eles alimentam este desejo, enquanto vivem as dificuldades e delícias do dia a dia. Porém, o tempo vai passando e Ellie adoece, morrendo logo em seguida. Esta introdução do filme, demonstrada quase toda sem falas, é bela, poética. Uma história de amor verdadeira e tocante como poucas vezes se vê no cinema.
É o que os manuais de roteiro chamam de apresentação, o primeiro ato. É interessante tocar nesse assunto, porque poucas vezes, também, uma virada foi tão nitidamente vista em tela. Ellie morreu, Carl agora é um velhinho ranzinza que mora cercado por construções e está prestes a ser despejado. É quando entra em cena Russel, um garotinho sem noção, que sonha em ser explorador da natureza. O filme não diz isso, mas tenho a impressão de que foi esse garotinho batendo na porta do Sr. Carl que o fez mudar o rumo de sua vida.
Russel é muito parecido com o garoto que Carl foi um dia, um ingênuo sonhador, aventureiro solitário que encontrou em Ellie a atenção e carinho que ele nunca teve. Russel é quase um órfão e encontra em Carl o espelho que ele precisava. Juntos eles vão em uma casa puxada por balões de ar para a América do Sul. Lindo, muitas aventuras, perigo e diversão os esperava e aí é que eu acho que o roteiro peca.
A primeira parte da aventura (chegar lá) poderia ser melhor desenvolvida. Assim, criancinhas vão achar que basta amarrar um balão no corpo e parar em outro país (não pude deixar de lembrar do padre brasileiro). Depois, ao chegar lá, poderia até ter uma ave estranha (Kevin) ou um cachorro atrapalhado (Dug), mas esse negócio de vilão e capangas já deu, é repetição do mesmo tema. Com uma história tão legal nas mãos, eles poderiam arriscar, ir além do óbvio. Talvez a experiência com Wall-E, onde não havia um vilão definido, que gerou pouca aceitação do filme, os tenha feito sustentar a mesma fórmula. Ainda assim, o filme tem bons personagens e por isso, a diversão se sustenta.
Em relação à técnica, a Pixar está se empenhando cada vez mais em suas animações 3D, e com a nova tecnologia de projeção, UP consegue trazer um realismo incrível, principalmente na profundidade de campo. Tem uma cena da casa de Carl e Ellie mesmo que é fantástica nos detalhes das camadas. Vale pagar um pouquinho mais e assistir dublado para ver esse jogo de cenas.
A princípio, somos apresentados a Carl Fredricksen, um garoto com espírito aventureiro de quintal, que conhece uma garotinha diferente, Ellie, e embarca em seu sonho de conhecer o Vale das Cachoeiras, na América do Sul. Durante toda a vida do casal, eles alimentam este desejo, enquanto vivem as dificuldades e delícias do dia a dia. Porém, o tempo vai passando e Ellie adoece, morrendo logo em seguida. Esta introdução do filme, demonstrada quase toda sem falas, é bela, poética. Uma história de amor verdadeira e tocante como poucas vezes se vê no cinema.
É o que os manuais de roteiro chamam de apresentação, o primeiro ato. É interessante tocar nesse assunto, porque poucas vezes, também, uma virada foi tão nitidamente vista em tela. Ellie morreu, Carl agora é um velhinho ranzinza que mora cercado por construções e está prestes a ser despejado. É quando entra em cena Russel, um garotinho sem noção, que sonha em ser explorador da natureza. O filme não diz isso, mas tenho a impressão de que foi esse garotinho batendo na porta do Sr. Carl que o fez mudar o rumo de sua vida.
Russel é muito parecido com o garoto que Carl foi um dia, um ingênuo sonhador, aventureiro solitário que encontrou em Ellie a atenção e carinho que ele nunca teve. Russel é quase um órfão e encontra em Carl o espelho que ele precisava. Juntos eles vão em uma casa puxada por balões de ar para a América do Sul. Lindo, muitas aventuras, perigo e diversão os esperava e aí é que eu acho que o roteiro peca.
A primeira parte da aventura (chegar lá) poderia ser melhor desenvolvida. Assim, criancinhas vão achar que basta amarrar um balão no corpo e parar em outro país (não pude deixar de lembrar do padre brasileiro). Depois, ao chegar lá, poderia até ter uma ave estranha (Kevin) ou um cachorro atrapalhado (Dug), mas esse negócio de vilão e capangas já deu, é repetição do mesmo tema. Com uma história tão legal nas mãos, eles poderiam arriscar, ir além do óbvio. Talvez a experiência com Wall-E, onde não havia um vilão definido, que gerou pouca aceitação do filme, os tenha feito sustentar a mesma fórmula. Ainda assim, o filme tem bons personagens e por isso, a diversão se sustenta.
Em relação à técnica, a Pixar está se empenhando cada vez mais em suas animações 3D, e com a nova tecnologia de projeção, UP consegue trazer um realismo incrível, principalmente na profundidade de campo. Tem uma cena da casa de Carl e Ellie mesmo que é fantástica nos detalhes das camadas. Vale pagar um pouquinho mais e assistir dublado para ver esse jogo de cenas.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
UP - Altas Aventuras!
2009-09-23T08:45:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|aventura|critica|infantil|Oscar 2010|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...