Boleiros - Era uma vez o futebol
Brasileiro é apaixonado por futebol, disso não temos dúvida. Engraçado, então, que poucos filmes retratem essa arte e menos ainda consiga uma história interessante. A exceção fica por conta de Boleiros, longa de 1998, dirigido por Ugo Giogetti. A história é feliz ao juntar seis amigos em um bar paulistano para resgatar histórias do futebol. O local é ambientado com fotos históricas de jogadores e times, o verdadeiro reduto da arte da bola. E os amigos são todos ligados ao futebol profissional.
Essa ambientação serve para ligar as seis histórias e ser chamado de um longa, mas poderiam ser também vários curtas interessantes. O primeiro, Pênalti, fala de um juiz que vendia seus jogos, sendo o mais engraçado de todos e contrastando com o segundo que é o mais triste. Ele fala sobre Paulinho Majestade, um grande jogador agora decadente que vende seus troféus para sobreviver. Depois vem Pivete, sobre a história de um garoto bom de bola, mas que está envolvido com a marginalidade. Seguido de Azul, sobre um craque que acaba de fazer o gol mais bonito da carreira, vai ser contratado por um time europeu, mas ainda sobre discriminação racial. Pai Vavá conta a história de um craque corinthiano que, contundido, vai contar com um trio de torcedores muito engraçados para voltar aos campos. E Hotel, o mais fraco de todos, mostra dois jogadores que queriam burlar a concentração do time para encontrar com mulheres.
Independente das histórias, o que marca em Boleiros é como a paixão pelo futebol é retratada através das pessoas que o cercam. Não é um filme sobre o jogo, poucas cenas de bola rolando acontecem. O importante é o seu entorno. Por isso o nome é tão feliz. Como disse, todo brasileiro é um boleiro nato e sabe dar algum pitaco sobre o assunto. A direção é muito boa, deixando os atores à vontade e as cenas com um tom natural. As atuações também estão muito excelentes, destaco apenas Flávio Migliaccio pela simbologia da nostalgia do seu personagem, principalmente no texto final. É um belo filme, despretensioso que nos mostra um pouco dessa grande paixão.
O longa teve uma continuação em 2006, retratando agora a situação da modernização do futebol, da realidade dos craques indo para europa e a tietagem das meninas. Inferior ao original, o filme perde um pouco dessa simplicidade de falar de futebol e de "casos" do nosso país, tentando uma crítica que não se aprofunda nem diverte. Uma pena.
Essa ambientação serve para ligar as seis histórias e ser chamado de um longa, mas poderiam ser também vários curtas interessantes. O primeiro, Pênalti, fala de um juiz que vendia seus jogos, sendo o mais engraçado de todos e contrastando com o segundo que é o mais triste. Ele fala sobre Paulinho Majestade, um grande jogador agora decadente que vende seus troféus para sobreviver. Depois vem Pivete, sobre a história de um garoto bom de bola, mas que está envolvido com a marginalidade. Seguido de Azul, sobre um craque que acaba de fazer o gol mais bonito da carreira, vai ser contratado por um time europeu, mas ainda sobre discriminação racial. Pai Vavá conta a história de um craque corinthiano que, contundido, vai contar com um trio de torcedores muito engraçados para voltar aos campos. E Hotel, o mais fraco de todos, mostra dois jogadores que queriam burlar a concentração do time para encontrar com mulheres.
Independente das histórias, o que marca em Boleiros é como a paixão pelo futebol é retratada através das pessoas que o cercam. Não é um filme sobre o jogo, poucas cenas de bola rolando acontecem. O importante é o seu entorno. Por isso o nome é tão feliz. Como disse, todo brasileiro é um boleiro nato e sabe dar algum pitaco sobre o assunto. A direção é muito boa, deixando os atores à vontade e as cenas com um tom natural. As atuações também estão muito excelentes, destaco apenas Flávio Migliaccio pela simbologia da nostalgia do seu personagem, principalmente no texto final. É um belo filme, despretensioso que nos mostra um pouco dessa grande paixão.
O longa teve uma continuação em 2006, retratando agora a situação da modernização do futebol, da realidade dos craques indo para europa e a tietagem das meninas. Inferior ao original, o filme perde um pouco dessa simplicidade de falar de futebol e de "casos" do nosso país, tentando uma crítica que não se aprofunda nem diverte. Uma pena.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Boleiros - Era uma vez o futebol
2009-11-18T13:51:00-03:00
Amanda Aouad
acao|cinema brasileiro|comedia|critica|drama|futebol|
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