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Avatar é mesmo impressionante
Avatar é mesmo impressionante
Aprendi com o trabalho publicitário que no mundo nada se cria, tudo se copia. Na verdade, é muito difícil ser original nessa tal pós-modernidade, onde tudo já foi experimentado, por isso, acho bobagem alguns protestos de plágio que surgem a todo momento. O grande desafio é construir algo novo, reorganizando referências. Avatar foi anunciado como a revolução cinematográfica do século, chegou a ser comparado com o impacto da exibição dos irmãos Lumière. Exageros à parte, James Cameron conseguiu criar um épico moderno e marcou a história do cinema, com elementos de diversas coisas que já vimos: Pocahontas, Matrix, Senhor dos Anéis, Guerra nas Estrelas... Temos, então, uma saga com mensagens ecológicas e antropológicas de grande impacto, que impressionam não apenas pela tecnologia levada ao extremo, mas, principalmente, pelo uso dado a ela.
O 3D é muito bem feito, mas está ali a serviço da história e do mundo criado por Cameron. Pandora é impressionante em sua riqueza de detalhes, lembrando a criação da Terra Média, com direito a língua nova, animais exóticos e geografias que desafiam a lei da gravidade. A história do filme é uma citação direta à regra de colonização utilizada pelos terráqueos em vários momentos da história. Em particular, lembra muito os espanhóis destruindo os Maias, Astecas e Incas em busca de ouro na América. Estamos em um futuro onde a Terra não tem mais verde e depende de uma fonte de energia encontrada em um planeta inóspito: Pandora, onde vive uma raça alienígena chamada Na´vi. É bem interessante ver as duas visões de colonização: a predatória, dos militares que só vêem o lucro, e a antropológica, em que cientistas estudam e tentam entender a civilização local. Critico apenas o filme não explicar exatamente a função da tal pedra que eles tanto querem.
O ar no planeta é tóxico para os humanos que têm que usar máscaras. Assim, a cientista Grace, vivida por Sigourney Weaver, cria a tecnologia Avatar, um ser híbrido que é controlado pela mente humana à distância. Entra aí a realidade virtual de Matrix e que está tão em voga nos tempos atuais. A explicação da ligação do povo Na´vi com o espírito de Eywa também é bastante condizente com a época, com ligações e redes neurais, dando um embasamento plausível para vários acontecimentos que irão se desdobrar durante a história sem parecer uma carta tirada da manga.
Em meio a tudo isso está Jake Sully, um ex-fuzileiro naval, paraplégico, que entra no programa Avatar para substituir seu irmão gêmeo, morto acidentalmente. Por ser diferente, ele acaba vivendo algo que nenhum outro humano pode vivenciar, um treinamento completo para se tornar parte da tribo local, uma tribo guerreira. A grande expectativa fica em saber o que ele fará no momento-chave do conflito. James Cameron criou um roteiro bom e envolvente. Quase não se sente o tempo passar. A única escorregada é no desfecho do vilão, o quase imortal Coronel Quaritch, que se torna exagerado, incômodo e sem necessidade diante de tudo que havia sido visto.
O embasamento da trama e do mundo onde ela se insere é profundo e isso torna a tecnologia apenas uma ferramenta para contar a história. O que é bom. Nem por isso, ela deixa de chamar a atenção. Além de toda a construção em computação do cenário de Pandora, dos bichos e da maquiagem dos Na´vis, o 3D é um fenômeno de imersão. Nas primeiras cenas, a gente fica percebendo cada detalhe, depois torna-se tão parte do todo que nos acostumamos, mas sem nunca deixar de impressionar. Há uma cena em um auditório que o contra-plano faz com que nos sintamos lá dentro de tão bem feito que é a profundidade. Em outro, chega a dar vertigem com a altura dos cenários. Os movimentos de câmera foram pensados para descobrirmos esse mundo fantástico de Pandora aos poucos, com os olhos do protagonista. Isso tudo dá um charme ainda maior.
Com todos os prós e contras, James Cameron conseguiu, pelo menos em minha opinião, atingir seu objetivo e escrever seu nome definitivamente na história.Um filme para ver e rever.
O 3D é muito bem feito, mas está ali a serviço da história e do mundo criado por Cameron. Pandora é impressionante em sua riqueza de detalhes, lembrando a criação da Terra Média, com direito a língua nova, animais exóticos e geografias que desafiam a lei da gravidade. A história do filme é uma citação direta à regra de colonização utilizada pelos terráqueos em vários momentos da história. Em particular, lembra muito os espanhóis destruindo os Maias, Astecas e Incas em busca de ouro na América. Estamos em um futuro onde a Terra não tem mais verde e depende de uma fonte de energia encontrada em um planeta inóspito: Pandora, onde vive uma raça alienígena chamada Na´vi. É bem interessante ver as duas visões de colonização: a predatória, dos militares que só vêem o lucro, e a antropológica, em que cientistas estudam e tentam entender a civilização local. Critico apenas o filme não explicar exatamente a função da tal pedra que eles tanto querem.
O ar no planeta é tóxico para os humanos que têm que usar máscaras. Assim, a cientista Grace, vivida por Sigourney Weaver, cria a tecnologia Avatar, um ser híbrido que é controlado pela mente humana à distância. Entra aí a realidade virtual de Matrix e que está tão em voga nos tempos atuais. A explicação da ligação do povo Na´vi com o espírito de Eywa também é bastante condizente com a época, com ligações e redes neurais, dando um embasamento plausível para vários acontecimentos que irão se desdobrar durante a história sem parecer uma carta tirada da manga.
Em meio a tudo isso está Jake Sully, um ex-fuzileiro naval, paraplégico, que entra no programa Avatar para substituir seu irmão gêmeo, morto acidentalmente. Por ser diferente, ele acaba vivendo algo que nenhum outro humano pode vivenciar, um treinamento completo para se tornar parte da tribo local, uma tribo guerreira. A grande expectativa fica em saber o que ele fará no momento-chave do conflito. James Cameron criou um roteiro bom e envolvente. Quase não se sente o tempo passar. A única escorregada é no desfecho do vilão, o quase imortal Coronel Quaritch, que se torna exagerado, incômodo e sem necessidade diante de tudo que havia sido visto.
O embasamento da trama e do mundo onde ela se insere é profundo e isso torna a tecnologia apenas uma ferramenta para contar a história. O que é bom. Nem por isso, ela deixa de chamar a atenção. Além de toda a construção em computação do cenário de Pandora, dos bichos e da maquiagem dos Na´vis, o 3D é um fenômeno de imersão. Nas primeiras cenas, a gente fica percebendo cada detalhe, depois torna-se tão parte do todo que nos acostumamos, mas sem nunca deixar de impressionar. Há uma cena em um auditório que o contra-plano faz com que nos sintamos lá dentro de tão bem feito que é a profundidade. Em outro, chega a dar vertigem com a altura dos cenários. Os movimentos de câmera foram pensados para descobrirmos esse mundo fantástico de Pandora aos poucos, com os olhos do protagonista. Isso tudo dá um charme ainda maior.
Com todos os prós e contras, James Cameron conseguiu, pelo menos em minha opinião, atingir seu objetivo e escrever seu nome definitivamente na história.Um filme para ver e rever.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Avatar é mesmo impressionante
2009-12-22T08:34:00-03:00
Amanda Aouad
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