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Grandes Cenas: Titanic

TitanicA cena de hoje foi um pedido especial de Cristiano Contreiras, e não deixa de ser irônico homenagear este filme quando ele perde a liderança na bilheteria para o novo filme do diretor. James Cameron ficou recluso após terminar as filmagens de Titanic, se dedicando de corpo e alma a Avatar, que agora torna-se o filme mais lucrativo da história.

Voltando a saga de Jack e Rose, todos devem conhecer a história do lendário navio que afundou tentando chegar à América. James Cameron recriou o momento construindo um melodrama pautado no casal Jack e Rose, vividos por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet. Ele, um rapaz pobre que ganha a passagem em uma mesa de jogo. Ela, uma moça de alta sociedade, porém falida, que se vê obrigada a casar com um rapaz rico para manter o status da família. Quer o destino que, mesmo viajando em classes distintas, os dois se conheçam. Jack salva Rose de uma tentativa de suicídio e começa uma linda história de amor.

A cena escolhida é o momento-chave em que Rose decide embarcar nessa aventura. Está sufocada pela mãe, pela cobrança de ter um comportamento ideal e não viver a vida profundamente. Após uma cena em que ela observa uma garotinha bem pequena sendo treinada à mesa, ela resolve procurar o rapaz e dizer que quer aquilo que ele lhe oferece. Jack então, vai lhe ensinar o que é a sensação de liberdade.

O rapaz pede que Rose feche os olhos e a conduz até a proa do navio fazendo-a subir no ponto mais alto. Ele, então, abre seus braços e pede que ela abra os olhos. Ao abrir, Rose vê apenas mar a sua frente, com o vento em seu corpo. Deslumbrada ela grita, "estou voando". Esse momento simbólico celebra a libertação da personagem que se permite ser beijada e entregar-se a esse amor.


A cena é plasticamente muito bem construída, dando toda a dimensão do momento. A começar pela fotografia. Um pôr-do-sol que deixa o céu alaranjado, com um degradé belíssimo. O mar azul e o imenso navio. O som ambiente com o BG da música tema que começa timidamente e vai crescendo até explodir com o beijo do casal. E a câmera de James Cameron que procura, em um jogo de imagem, expor ao telespectador toda a dimensão do momento.

Ela já começa no mar, cortando para Jack encostado na proa observando a paisagem. Ao fundo, Rose se aproxima e a câmera a procura. Uma sucessão de plano e contra-plano básico, aproximando dos dois. Ele fala, um plano médio dele, ela fala um plano médio dela. Ele fala, um close dele, ela fala, um close dela. Eles se aproximam da proa, a câmera aponta de baixo para cima. Corta para um plongée do casal já em cima. A câmera, então, gira acompanhando os dois e Rose abre os olhos. De cima para baixo novamente, vemos um detalhe dos dois e o mar à frente. Aqui, uma subjetiva de Rose talvez não desse mais impacto, porque veríamos apenas mar na tela, tendo a referência da cabeça dos dois, dá pra ter uma idéia melhor da sensação. Em contra-plano, a câmera vem do mar, mostrando o navio e circulando toda a proa, até chegar ao casal que se beija. A música explode e o jogo de câmera continua. Até que a imagem se funde com a imagem do navio no fundo do mar.

Tudo isso para emocionar o público e fazê-lo sentir aquele amor, torcendo pelo casal e se identificando com a história. Esse é o efeito esperado de um melodrama, muito bem conduzido por James Cameron que se tornou um mestre nesse assunto.

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