A grande estrela de Hollywood
Há uma semana do Oscar 2010, acredito que a melhor dica é conferir os filmes indicados, por isso, estamos com um link destacando todos os posts relacionados a filmes indicados, alguns filmes ainda entrarão durante essa semana, mas uma boa parte já foi analisada aqui por mim.
Resolvi então, fazer um balanço da carreira daquela que é, sem dúvidas, a maior recordista de indicações: Meryl Streep. Foram dezesseis indicações, sendo três a melhor atriz coadjuvante e treze a melhor atriz principal. Dois prêmios, sendo que o último foi em 1983. Os fãs não aguentam mais esperar, foi duro ver, por exemplo, ela perder para Gwyneth Paltrow em 1999. Ano que, para nós brasileiros, teve um gostinho a mais com Fernanda Montenegro entre as cinco indicadas.
Eu considero também uma lástima ela não ter sido nem mesmo indicada pela atuação em A Casa dos Espíritos, outra grande interpretação. Dúvida e O Diabo Veste Prada com certeza seriam outras grande interpretações que mereciam um prêmio. Já Julia Child, a personagem desse ano, não está entre minhas favoritas, mas é possível que vença, principalmente após o Globo de Ouro. A disputa está bem equilibrada junto a Sandra Bullock, com leve favoritismo para esta ao que tudo indica, mas tem ainda Carey Mulligan correndo por fora.
A melhor atuação disparada foi seu segundo prêmio e primeiro na categoria de melhor atriz. A Escolha de Sofia de 1983 é a situação mais dolorosa que uma mãe pode passar. Em plena Segunda Guerra Mundial, a judia tem que escolher qual dos seus dois filhos irá ser solto e qual será condenado a morte. Que tal? Dar toda a carga dramática necessária para este dilema era uma tarefa para uma grande atriz e Meryl Streep provou ali que ela não precisava provar mais nada para nenhum crítico. Ela tinha imortalizado seu nome em definitivo.
Seu primeiro Oscar, ao contrário do que alguns pensam, não foi de melhor atriz, e sim, de atriz coadjuvante em Kramer versus Kramer. A confusão é mais do que justa, afinal, apesar de Dustin Hoffman ser a alma da história junto ao seu filho, fico me perguntando quem seria a atriz principal desse filme. Ela é a Kramer da história. Sua atuação como Joanna, a mulher que sai de casa e depois volta querendo a guarda do filho é impecável. Foi bom a troca de categoria, seria complicado ela ganhar de Sally Field naquele ano.
Tirando sua participação em Adaptação como a escritora neurótica e sua primeira indicação em O franco-atirador, dois papéis coadjuvantes, todas as outras indicações foram grandes protagonistas e todos merecem destaque. Falarei aqui de minhas quatro preferidas: Dúvida, O Diabo Veste Prada, As Pontes de Madison e Entre dois Amores.
Em Dúvida, Meryl Streep interpreta a Irmã Aloysius Beauvier com uma precisão impressionante. Toda a carga dramática daquela severa mulher é transposta para sua expressão facial e corporal. Basta ela aparecer na tela para que todos se calem em respeito e medo. Ainda assim, ela foi capaz de tornar crível a descarga emocional dessa personagem tão fechada em um determinado momento do filme. Eu gosto muito de Kate Winslet em O Leitor, mas acho que o justo seria ter dividido esse prêmio.
Já Miranda Priestly de O Diabo Veste Prada é encantadoramente miserável. Aquela espécie de mulher que amamos odiar. Fina, inteligente, sagaz, tudo na composição de Streep ajuda a admirarmos aquele ser sem emoções. O seu tom de voz é um ponto alto da interpretação, sempre baixo, suave, sem exageros. Mas, Helen Mirren foi uma premiação justa.
As Pontes de Madison não traz uma grande carga dramática, um melodrama sensível, um sonho impossível. Clint Eastwood dirige e estrela o filme como o fotógrafo que encanta a casada Francesca. A interpretação dos dois nos faz torcer por aquele amor proibido. É um papel que nos mostra que para ter uma boa interpretação não precisa ser um personagem com uma carga dramática tão grande, nem uma catarse inesquecível. Ainda assim, Susan Sarandon mereceu o prêmio do ano.
Por fim, Entre dois Amores, outro dilema amoroso. A história da baronesa Karen von Blixen-Finecke, que provavelmente inspirou parte da história de Austrália, é bastante peculiar. Casada por conveniência ela se vê entre dois amores que mexem com essa estrutura: O continente africano e o caçador Denys Finch Hatton vivido por Robert Redford. Outra interpretação impecável, com doses de romance e sofrimento. Agora, apesar de Geraldine Page ter levado o prêmio, acredito que quem merecia era mesmo Whoopi Goldberg por A Cor Púrpura.
Resolvi então, fazer um balanço da carreira daquela que é, sem dúvidas, a maior recordista de indicações: Meryl Streep. Foram dezesseis indicações, sendo três a melhor atriz coadjuvante e treze a melhor atriz principal. Dois prêmios, sendo que o último foi em 1983. Os fãs não aguentam mais esperar, foi duro ver, por exemplo, ela perder para Gwyneth Paltrow em 1999. Ano que, para nós brasileiros, teve um gostinho a mais com Fernanda Montenegro entre as cinco indicadas.
Eu considero também uma lástima ela não ter sido nem mesmo indicada pela atuação em A Casa dos Espíritos, outra grande interpretação. Dúvida e O Diabo Veste Prada com certeza seriam outras grande interpretações que mereciam um prêmio. Já Julia Child, a personagem desse ano, não está entre minhas favoritas, mas é possível que vença, principalmente após o Globo de Ouro. A disputa está bem equilibrada junto a Sandra Bullock, com leve favoritismo para esta ao que tudo indica, mas tem ainda Carey Mulligan correndo por fora.
A melhor atuação disparada foi seu segundo prêmio e primeiro na categoria de melhor atriz. A Escolha de Sofia de 1983 é a situação mais dolorosa que uma mãe pode passar. Em plena Segunda Guerra Mundial, a judia tem que escolher qual dos seus dois filhos irá ser solto e qual será condenado a morte. Que tal? Dar toda a carga dramática necessária para este dilema era uma tarefa para uma grande atriz e Meryl Streep provou ali que ela não precisava provar mais nada para nenhum crítico. Ela tinha imortalizado seu nome em definitivo.
Seu primeiro Oscar, ao contrário do que alguns pensam, não foi de melhor atriz, e sim, de atriz coadjuvante em Kramer versus Kramer. A confusão é mais do que justa, afinal, apesar de Dustin Hoffman ser a alma da história junto ao seu filho, fico me perguntando quem seria a atriz principal desse filme. Ela é a Kramer da história. Sua atuação como Joanna, a mulher que sai de casa e depois volta querendo a guarda do filho é impecável. Foi bom a troca de categoria, seria complicado ela ganhar de Sally Field naquele ano.
Tirando sua participação em Adaptação como a escritora neurótica e sua primeira indicação em O franco-atirador, dois papéis coadjuvantes, todas as outras indicações foram grandes protagonistas e todos merecem destaque. Falarei aqui de minhas quatro preferidas: Dúvida, O Diabo Veste Prada, As Pontes de Madison e Entre dois Amores.
Em Dúvida, Meryl Streep interpreta a Irmã Aloysius Beauvier com uma precisão impressionante. Toda a carga dramática daquela severa mulher é transposta para sua expressão facial e corporal. Basta ela aparecer na tela para que todos se calem em respeito e medo. Ainda assim, ela foi capaz de tornar crível a descarga emocional dessa personagem tão fechada em um determinado momento do filme. Eu gosto muito de Kate Winslet em O Leitor, mas acho que o justo seria ter dividido esse prêmio.
Já Miranda Priestly de O Diabo Veste Prada é encantadoramente miserável. Aquela espécie de mulher que amamos odiar. Fina, inteligente, sagaz, tudo na composição de Streep ajuda a admirarmos aquele ser sem emoções. O seu tom de voz é um ponto alto da interpretação, sempre baixo, suave, sem exageros. Mas, Helen Mirren foi uma premiação justa.
As Pontes de Madison não traz uma grande carga dramática, um melodrama sensível, um sonho impossível. Clint Eastwood dirige e estrela o filme como o fotógrafo que encanta a casada Francesca. A interpretação dos dois nos faz torcer por aquele amor proibido. É um papel que nos mostra que para ter uma boa interpretação não precisa ser um personagem com uma carga dramática tão grande, nem uma catarse inesquecível. Ainda assim, Susan Sarandon mereceu o prêmio do ano.
Por fim, Entre dois Amores, outro dilema amoroso. A história da baronesa Karen von Blixen-Finecke, que provavelmente inspirou parte da história de Austrália, é bastante peculiar. Casada por conveniência ela se vê entre dois amores que mexem com essa estrutura: O continente africano e o caçador Denys Finch Hatton vivido por Robert Redford. Outra interpretação impecável, com doses de romance e sofrimento. Agora, apesar de Geraldine Page ter levado o prêmio, acredito que quem merecia era mesmo Whoopi Goldberg por A Cor Púrpura.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A grande estrela de Hollywood
2010-02-28T08:35:00-03:00
Amanda Aouad
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