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Up in the air
Up in the air
Ultimamente ando pegando no pé dos tradutores brasileiros para títulos, mas é que é tão esquisito chamar esse filme de Amor sem Escalas, que sou obrigada a falar em Up in the air, uma espécie de "no ar", estado em que Ryan Bingham, personagem de George Clooney, vive. No último ano, ele passou 322 dias viajando e apenas 43 em casa. Além disso, Amor sem Escalas parece nome de comédia romântica, coisa que o filme de Jason Reitman está longe de ser.
Com um roteiro bem construído, escrito com Sheldon Turner, o diretor traz uma evolução de Juno, com humor inteligente, piadas oportunistas e puxadas de tapetes muito legais. A tão temida crise americana é vista aqui como oportunidade ímpar de lucro, afinal, Bingham, trabalha em uma empresa que demite pessoas. Pulando de um aeroporto ao outro, onde sente-se em casa, o "empresário", visita diversas empresas fazendo parecer aos dispensados que estão tendo uma nova oportunidade de vida. Nas horas vagas, ele ainda dá palestras motivacionais, onde explica porque devemos nos livrar das amarras da vida, tanto materiais quanto pessoais. Sua filosofia nômade é ameaçada, no entanto, pela chegada de Natalie, uma jovem vivida por Anna Kendrick, que tem a infeliz idéia de modernizar o serviço demitindo pessoas por videoconferências.
Além da possibilidade de perder a vida que tanto ama, Bingham tem que levar a garota em suas viagens para mostrar sua técnica. Em paralelo, duas outras situações ameaçam o espírito do protagonista. O casamento da irmã caçula e a chegada de Alex Goran, com Vera Farmiga muito bem no papel da seguradora independente. Tudo vai se encadeando de uma forma suave, com cenas memoráveis à exemplo da mensagem desconcertante do namorado de Natalie ou a simulação de demissão que Bingham faz.
George Clooney caiu como uma luva no papel, nem precisa fazer muito esforço com seu sorriso carismático. Vera Farmiga dá um charme especial ao filme e Anna Kendrick consegue um bom resultado dosando a insegurança da personagem e a vontade de inovar, sem deixar de acreditar em seus valores. Há reviravoltas surpreendentes no filme, principalmente quando você acha que ele vai apelar para o clichê. Na verdade, Jason Reitman se utiliza de um clichê forte, perto do final do filme, quando o protagonista tem sua epifania, mas que serve apenas para nos levar a crer em um final e nos derrubar logo depois. A única cena completamente desnecessária é a que acontece com o genro no casamento da irmã. Soa meio forçado.
No geral, o filme é muito bem contruído e amarrado, nos levando a uma aventura improvável, nunca pensei que alguém pudesse viver de demitir pessoas, mas muito instigante. Não chega a ser o filme do ano, mas é uma boa opção de divertimento.
Com um roteiro bem construído, escrito com Sheldon Turner, o diretor traz uma evolução de Juno, com humor inteligente, piadas oportunistas e puxadas de tapetes muito legais. A tão temida crise americana é vista aqui como oportunidade ímpar de lucro, afinal, Bingham, trabalha em uma empresa que demite pessoas. Pulando de um aeroporto ao outro, onde sente-se em casa, o "empresário", visita diversas empresas fazendo parecer aos dispensados que estão tendo uma nova oportunidade de vida. Nas horas vagas, ele ainda dá palestras motivacionais, onde explica porque devemos nos livrar das amarras da vida, tanto materiais quanto pessoais. Sua filosofia nômade é ameaçada, no entanto, pela chegada de Natalie, uma jovem vivida por Anna Kendrick, que tem a infeliz idéia de modernizar o serviço demitindo pessoas por videoconferências.
Além da possibilidade de perder a vida que tanto ama, Bingham tem que levar a garota em suas viagens para mostrar sua técnica. Em paralelo, duas outras situações ameaçam o espírito do protagonista. O casamento da irmã caçula e a chegada de Alex Goran, com Vera Farmiga muito bem no papel da seguradora independente. Tudo vai se encadeando de uma forma suave, com cenas memoráveis à exemplo da mensagem desconcertante do namorado de Natalie ou a simulação de demissão que Bingham faz.
George Clooney caiu como uma luva no papel, nem precisa fazer muito esforço com seu sorriso carismático. Vera Farmiga dá um charme especial ao filme e Anna Kendrick consegue um bom resultado dosando a insegurança da personagem e a vontade de inovar, sem deixar de acreditar em seus valores. Há reviravoltas surpreendentes no filme, principalmente quando você acha que ele vai apelar para o clichê. Na verdade, Jason Reitman se utiliza de um clichê forte, perto do final do filme, quando o protagonista tem sua epifania, mas que serve apenas para nos levar a crer em um final e nos derrubar logo depois. A única cena completamente desnecessária é a que acontece com o genro no casamento da irmã. Soa meio forçado.
No geral, o filme é muito bem contruído e amarrado, nos levando a uma aventura improvável, nunca pensei que alguém pudesse viver de demitir pessoas, mas muito instigante. Não chega a ser o filme do ano, mas é uma boa opção de divertimento.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Up in the air
2010-02-11T08:35:00-03:00
Amanda Aouad
Anna Kendrick|comedia|critica|drama|George Clooney|Jason Reitman|Oscar 2010|Vera Farmiga|
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