Coraline e o mundo secreto
Em tempos de tecnologia totalmente 3D, só o fato de um longa em stop-motion feito à mão se destacar já é fantástico. Henry Selick, que já tinha chamado a atenção pelo Fantástico Mundo de Jack, consegue se aprimorar na direção e roteiro de Coraline e o Mundo Secreto, criando um filme incrível. Os efeitos visuais, a trilha sonora, os detalhes, a direção de arte, o roteiro, tudo se encaixa de uma maneira muito boa. Fico lamentando não ter ido ao cinema conferir a versão em 3D, mas mesmo me contentando com a versão em DVD não pude deixar de me impressionar.
Coraline é uma fábula adaptada do livro de Neil Gaiman que lembra um pouco Alice e O labirinto do Fauno. Ao se mudar com a família para um velho casarão, Coraline começa a explorar a estranha vizinhança e conhece um garoto que lhe dá uma boneca de pano que é a sua cara. Cansada de pedir a atenção dos pais, workaholics convictos, ela descobre uma realidade paralela ao atravessar uma meia-porta (não pude deixar de lembrar de Quero ser John Malkovich) que encontra na sala. Nesta, todos os personagens estão modificados e tem a peculiaridade de terem botões em vez de olhos, mas Coraline não se preocupa, pois ali tudo que sempre sonhou acontece.
Mesclando drama com comédia, o longa diverte e faz refletir, além de ser assustador em alguns momentos. Não apenas as crianças vão ficar tensas em alguns momentos. A magia é o que predomina em cena. Com uma direção de arte primorosa, o filme nos envolve em sensações, a começar pelo túnel que leva Coraline ao seu mundo secreto. A animação psicodélica pretende atrair as crianças, então, não reclame de ratinhos saltitantes, gato falante (olha a referência a Alice), tramóias mirabolantes e desfecho previsível. Mesmo mantendo a tradição do gênero, Coraline não chega a apelar para clichês muitos óbvios, mesmo na construção do vilão. Aliás, a progressiva revelação do perigo é muito bem realizada.
Somos tentados a acreditar em sonhos perfeitos, reclamamos de nossa realidade e não percebemos que precisamos de pouco para sermos felizes. Ainda mais em nossa infância, onde o mundo é uma descoberta. Coraline traduz isso de uma forma esplêndida e nisto reside seu sucesso. Uma bela fábula, sem dúvidas, para todas as idades. Tentei colocar o trailer no fim deste post, como faço sempre, mas se vocês preferem as surpresas não assistam. O trailer conta o filme todo. Assistam este making off, é muito melhor.
Coraline é uma fábula adaptada do livro de Neil Gaiman que lembra um pouco Alice e O labirinto do Fauno. Ao se mudar com a família para um velho casarão, Coraline começa a explorar a estranha vizinhança e conhece um garoto que lhe dá uma boneca de pano que é a sua cara. Cansada de pedir a atenção dos pais, workaholics convictos, ela descobre uma realidade paralela ao atravessar uma meia-porta (não pude deixar de lembrar de Quero ser John Malkovich) que encontra na sala. Nesta, todos os personagens estão modificados e tem a peculiaridade de terem botões em vez de olhos, mas Coraline não se preocupa, pois ali tudo que sempre sonhou acontece.
Mesclando drama com comédia, o longa diverte e faz refletir, além de ser assustador em alguns momentos. Não apenas as crianças vão ficar tensas em alguns momentos. A magia é o que predomina em cena. Com uma direção de arte primorosa, o filme nos envolve em sensações, a começar pelo túnel que leva Coraline ao seu mundo secreto. A animação psicodélica pretende atrair as crianças, então, não reclame de ratinhos saltitantes, gato falante (olha a referência a Alice), tramóias mirabolantes e desfecho previsível. Mesmo mantendo a tradição do gênero, Coraline não chega a apelar para clichês muitos óbvios, mesmo na construção do vilão. Aliás, a progressiva revelação do perigo é muito bem realizada.
Somos tentados a acreditar em sonhos perfeitos, reclamamos de nossa realidade e não percebemos que precisamos de pouco para sermos felizes. Ainda mais em nossa infância, onde o mundo é uma descoberta. Coraline traduz isso de uma forma esplêndida e nisto reside seu sucesso. Uma bela fábula, sem dúvidas, para todas as idades. Tentei colocar o trailer no fim deste post, como faço sempre, mas se vocês preferem as surpresas não assistam. O trailer conta o filme todo. Assistam este making off, é muito melhor.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Coraline e o mundo secreto
2010-03-02T08:24:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|critica|drama|Henry Selick|infantil|Neil Gaiman|Oscar 2010|
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