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Lua Nova

Taylor Lautner e Kristen StewartVampiros e lobisomens sempre existiram na literatura e no cinema. Seja o estranho Nosferatu, o temido conde Drácula, ou o depressivo Louis, esses seres despertam curiosidade, atração e medo em suas vítimas. Mas, uma coisa sempre foi comum: eles eram considerados monstros a serem caçados e evitados. Mesmo o sedutor Drácula de Bram Stoker demonstrava todo seu terror e maldição, ou alguém torceu para que ele ficasse com Winona Ryder? É algo ambíguo da maldição que atrai, mas no final, acaba afastada, estilo O Fantasma da Ópera. A gente sabe que é fascinante, mas prefere casar com o mocinho. Afinal, seja como filhos de Lilith ou descentente do Conde, sempre são seres degradados.

Mas, agora parece que ser vampiro virou cool, seja em séries como True Blood ou na controversa Saga Crepúsculo. Na verdade, o movimento literário conhecido como Romantismo já tinha esse amor pela morte, sofrimento e estoicismo, com suas visitas a cemitérios e até relações sexuais com cadáveres. Era pura dor e sofrimento consciente da certeza de que "a vida é morte e a morte é a vida que se quer". O problema é que os livros de Stephenie Meier mascararam esse horror explícito com um vampiro purpurinado e, de repente, todos torcem desesperadamente para que Bella seja mordida e viva sua morte-vida ao lado de seu amado Edward.



Bella e Edward

Compreendo que tem elementos aí para sucesso fácil. O romântico sempre foi atraente, por mais doentio que seja. Mas, não consigo compactuar totalmente com isso. A minha identificação é maior com o lobinho Jacob, uma voz de razão no meio das trevas que implora para que Bella perceba que viver é muito mais fascinante. Aliás, uma coisa que achei muito interessante na Saga foi a explicação do surgimento dos lobisomens, uma espécie de guardiões que despertam com a aproximação do perigo, ou seja, a presença de vampiros na comunidade. Eles, que sempre foram renegados a uma raça inferior pelos nobres sanguessugas.

Jacob como lobisomem

Mas, atendo-me ao filme Lua Nova e lembrando que não li nenhum dos livros da série, devo dizer que é um filme muito melhor que Crepúsculo. Não achei lento como algumas críticas que li. Pelo contrário, achei o ritmo condizente com a agonia da protagonista. A apresentação do personagem Edward, inclusive me lembrou muito a apresentação de Leonardo di Caprio no filme de Baz Luhrmann. Isto não me parece coincidência já que o roteiro faz um paralelo da clássica história do amor proibido com sua saga. Bella e Edward estão estudando Romeu e Julieta no colégio e o vampiro demonstra saber de cor aquela história.

Cartaz de Lua NovaTem cenas de ação interessantes, todas ligadas aos lobisomens, muito bem feitos e realistas. A trilha sonora também é um ponto positivo, trabalhando em favor da narrativa, colaborando com a tensão. Mas, desculpem-me os fãs, principalmente meu amigo Cristiano Contreiras que tenho em grande consideração, porque ainda assim, não posso dizer que seja um grande filme. O roteiro é cheio de furos e dificuldades tolas. Se Edward está tão ligado a Bella ao ponto de aparecer sempre que ela está em perigo, como ele simplesmente acreditou que ela morreu? Quanto a Bella, é muito inconstante. Suas dores podem querer ser reais, mas soam infantis, quase um capricho.

Talvez a interpretação do casal principal seja imatura demais para convencer do profundo dilema que vivem. Aliás, dilema de Edward, porque Bella tem certeza absoluta de que quer se tornar uma vampira. Isso é o que mais me incomoda. Porque não é nem simplesmente o culto ao suicídio do romantismo "se não posso viver sem ele, melhor não viver". É o culto à maldição "sim, eu quero essa quase vida". A fala da irmã de Edward que diz não a transformação é a síntese do que eu tento falar: "Mas, esta não é a vida que eu teria escolhido para mim". E ela é a única, ficando quase como uma vilã em determinada cena. A lógica ilógica que leva milhares de adolescentes a idolatrarem essa história, sonhando em viver algo assim. Será que estamos tão carentes?

Mas, um fato é de que a evolução cinematográfica é visível. Vi o trailer de Eclipse com outros olhos após assistir Lua Nova. E que fique claro, eu estou falando do trailer oficial, muito bom. Não daquele teaser esquisito de três mulheres conversando que vi ontem no cinema. Talvez, até, me aventure no cinema nessa terceira parte da Saga.


GAME QUINCAS
E para quem está acompanhando o jogo de Quincas, estamos quase lá.

Se chegou até aqui, você não é mole não. Poderia até entrar pra turma do Quincas. Essa ladeirinha, hein?
Vamos deixar de enrolação que você já está chegando. Coloque o nome completo da igreja.

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