Predadores
Quando surgiu a idéia de um novo filme sobre o Predador, foram consultar Arnold Schwarzenegger, não para que o governador voltasse a interpretar o Major "Dutch", mas para ter uma opinião do que poderia salvar a série, após os fracassos de Alien vs Predador. Sabiamente o ator disse: "tragam a floresta de volta". Eles trouxeram e o alienígena caçador ganhou novo fôlego no filme de Nimród Antal que estreia em todo país amanhã.
O roteiro Alex Litvak e Michael Finch é bastante feliz ao voltar ao clima do primeiro filme, dessa vez com o reforço dos personagens não apenas estarem em uma floresta sendo observados por um predador, mas estarem em uma floresta que eles não têm idéia de onde fica, nem o que estão fazendo ali. Os oito, literalmente caídos de para-quedas naquela situação, também não se conhecem, não tendo um sentimento de grupo estabelecido. A situação os fará se unir. Nesse ponto, eles são quase personagens de Lost. Em uma determinada cena onde fica claro o local onde estão, cheguei a lembrar de Hurley dizendo "cara, onde nós estamos?" Engraçado que antes da revelação, eles começam a imaginar algumas florestas e cabe a Alice Braga supor estarem na Amazônia, mesmo não sendo uma personagem brasileira.
Como foram parar ali e para quê, é um mistério a ser desvendado aos poucos. Assim como as situações estranhas que os envolve. Bichos que nunca viram, ataques estranhos de serem invisíveis. E logo surge um líder natural do personagem de Adrien Brody. Royce, esse nome é quase um spoiler pois só é dito no final, é o mais misterioso dos personagens. Esperto, atento, não confia em ninguém, nem faz questão de estar em grupo. Mas, parece o mais preparado para aquela situação, então, todos os seguem. De todos, apenas um parece um estranho no ninho, um médico assustado e desarmado, que tem que ser ajudado por todos. Os demais, são mercenários, cada uma com uma característica própria, mas todos com a capacidade de pensar e chegar a conclusões óbvias. Dentre eles, destaco ainda Isabelle, não apenas por ser interpretada pela brasileira Alice Braga, mas porque é o contraponto de Royce, sempre preocupada em ajudar os outros e fazer o melhor para o grupo. Fico feliz que a sobrinha de Sônia Braga esteja despontando como uma nova estrela de Hollywood.
Como o público já tem uma bagagem daquele universo, fica complicado segurar o suspense no que seja aquele inimigo invisível. Por isso, após trinta minutos de filme, ele aparece. De uma forma inusitada, mas aparece. Ainda assim, Nimród Antal consegue manter o clima tenso de suspense. Schwarzenegger, que tem sua história citada no filme, pode ter vencido um predador, mas isso não garante que eles também consigam, ainda mais na situação em que se encontram. O filme teria fôlego para se manter assim, com essa caça e jogo de xadrez. Mas, o filme acaba caindo muito com a entrada de Laurence Fishburne. Não que o eterno Morpheus tenha uma interpretação ruim, mas a situação, o personagem, o caminho que o roteiro vai é esdrúxulo e totalmente dispensável.
No fim, volta a ganhar fôlego, principalmente com uma revelação surpresa e a mensagem que pretende passar com isso, explicando algumas coisas daquela missão. Predadores não chega a ser um candidato a filme do ano, muito menos a clássico de terror ou suspense. Ainda assim, é um filme interessante a ser visto, principalmente para fãs do gênero.
O roteiro Alex Litvak e Michael Finch é bastante feliz ao voltar ao clima do primeiro filme, dessa vez com o reforço dos personagens não apenas estarem em uma floresta sendo observados por um predador, mas estarem em uma floresta que eles não têm idéia de onde fica, nem o que estão fazendo ali. Os oito, literalmente caídos de para-quedas naquela situação, também não se conhecem, não tendo um sentimento de grupo estabelecido. A situação os fará se unir. Nesse ponto, eles são quase personagens de Lost. Em uma determinada cena onde fica claro o local onde estão, cheguei a lembrar de Hurley dizendo "cara, onde nós estamos?" Engraçado que antes da revelação, eles começam a imaginar algumas florestas e cabe a Alice Braga supor estarem na Amazônia, mesmo não sendo uma personagem brasileira.
Como foram parar ali e para quê, é um mistério a ser desvendado aos poucos. Assim como as situações estranhas que os envolve. Bichos que nunca viram, ataques estranhos de serem invisíveis. E logo surge um líder natural do personagem de Adrien Brody. Royce, esse nome é quase um spoiler pois só é dito no final, é o mais misterioso dos personagens. Esperto, atento, não confia em ninguém, nem faz questão de estar em grupo. Mas, parece o mais preparado para aquela situação, então, todos os seguem. De todos, apenas um parece um estranho no ninho, um médico assustado e desarmado, que tem que ser ajudado por todos. Os demais, são mercenários, cada uma com uma característica própria, mas todos com a capacidade de pensar e chegar a conclusões óbvias. Dentre eles, destaco ainda Isabelle, não apenas por ser interpretada pela brasileira Alice Braga, mas porque é o contraponto de Royce, sempre preocupada em ajudar os outros e fazer o melhor para o grupo. Fico feliz que a sobrinha de Sônia Braga esteja despontando como uma nova estrela de Hollywood.
Como o público já tem uma bagagem daquele universo, fica complicado segurar o suspense no que seja aquele inimigo invisível. Por isso, após trinta minutos de filme, ele aparece. De uma forma inusitada, mas aparece. Ainda assim, Nimród Antal consegue manter o clima tenso de suspense. Schwarzenegger, que tem sua história citada no filme, pode ter vencido um predador, mas isso não garante que eles também consigam, ainda mais na situação em que se encontram. O filme teria fôlego para se manter assim, com essa caça e jogo de xadrez. Mas, o filme acaba caindo muito com a entrada de Laurence Fishburne. Não que o eterno Morpheus tenha uma interpretação ruim, mas a situação, o personagem, o caminho que o roteiro vai é esdrúxulo e totalmente dispensável.
No fim, volta a ganhar fôlego, principalmente com uma revelação surpresa e a mensagem que pretende passar com isso, explicando algumas coisas daquela missão. Predadores não chega a ser um candidato a filme do ano, muito menos a clássico de terror ou suspense. Ainda assim, é um filme interessante a ser visto, principalmente para fãs do gênero.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Predadores
2010-07-22T08:55:00-03:00
Amanda Aouad
acao|Adrien Brody|Alice Braga|critica|ficcao cientifica|Nimród Antal|suspense|
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