Cliente morto não paga
Já vi filme de diretor, de produtor e até de roteirista, mas de montador é mais difícil. Claro que muito da montagem de Cliente morto não paga está no roteiro, mas é de Bud Molin a decisão de cortar um frame ali ou aqui para encaixar as histórias que compõem Cliente morto não paga. A comédia com Steve Martin de 1982 é uma grande homenagem aos filmes noir. A sátira bem feita não apenas nos conduz à atmosfera daquela época como traz trechos de diversos clássicos dos anos 40 e 50 para construir a trama. É impagável então, ver Steve Martin "contracenando" com Humphrey Bogart, Bette Davis, Kirk Douglas, Burt Lancaster ou Ingrid Bergman. A fotografia de Michael Chapman também é importante para distinguir o novo do antigo, além do que filmar em preto e branco não é uma arte fácil.
Dirigido por Carl Reiner, o filme pega diversos filmes antigos para contar a história do detetive Rigby Reardon, vivido por Steve Martin, que é contratado pela bela Juliet Forrest, vivida por Rachel Ward, para investigar o assassinato de seu pai. Interessante que o própio Martin e o diretor Carl Reiner assinam o roteiro junto a George Gipe. Por isso, as brincadeiras da junção de filmes antigos fica tão interessante. Rigby Reardon tem como guru o lendário detetive Phillip Marlowe. É quando o filme recorre a cenas do próprio Humphrey Bogart em A Beira do Abismo.
E essa é a graça do filme, esperar as participações especiais, brincando de reconhecer as estrelas e seus filmes. Só por isso e pela sempre boa interpretação de Steve Martin, porque tirando isso, a história acaba virando um balaio de gato sem muito sentido. Para encaixar as cenas novas com as antigas temos que ver coisas como Steven Martin a ponto de desmaiar dizer que "vai colocar seu pijama e desmaiar na cama", tudo isso porque a cena seguinte retirada de um clássico, tem um ator de pijama listrado deitado na cama. A piada da bala chupada também cansa e Rachel Ward merecia mais que isso. Mas a construção básica do noir é bem feita. A primeira cena dos dois na sala do detetive é um bom sarro a todo aquele jogo de sedução entre detetive e cliente.
O figurino também merece destaque, não apenas por ser o último filme da figurinista Edith Head, que faleceu logo após a conclusão das filmagens, mas pelo cuidado em recompor as roupas daquela época fazendo uma transição harmônica entre as cenas. O mesmo devo dizer do trabalho de som. Também é o último filme do compositor Miklós Rózca, que foi chamado para refazer a trilha sonora dos filmes que trabalhou nas décadas de 40 e 50.
Mesmo com uma história forçada e por vezes absurda, Cliente morto não paga é uma divertida montagem, imperdível para os fãs dos filmes da época. Ao final, temos os créditos de todas as participações. Coloco-a aqui para vocês terem uma idéia do que vem por aí. Eu me diverti.
Dirigido por Carl Reiner, o filme pega diversos filmes antigos para contar a história do detetive Rigby Reardon, vivido por Steve Martin, que é contratado pela bela Juliet Forrest, vivida por Rachel Ward, para investigar o assassinato de seu pai. Interessante que o própio Martin e o diretor Carl Reiner assinam o roteiro junto a George Gipe. Por isso, as brincadeiras da junção de filmes antigos fica tão interessante. Rigby Reardon tem como guru o lendário detetive Phillip Marlowe. É quando o filme recorre a cenas do próprio Humphrey Bogart em A Beira do Abismo.
E essa é a graça do filme, esperar as participações especiais, brincando de reconhecer as estrelas e seus filmes. Só por isso e pela sempre boa interpretação de Steve Martin, porque tirando isso, a história acaba virando um balaio de gato sem muito sentido. Para encaixar as cenas novas com as antigas temos que ver coisas como Steven Martin a ponto de desmaiar dizer que "vai colocar seu pijama e desmaiar na cama", tudo isso porque a cena seguinte retirada de um clássico, tem um ator de pijama listrado deitado na cama. A piada da bala chupada também cansa e Rachel Ward merecia mais que isso. Mas a construção básica do noir é bem feita. A primeira cena dos dois na sala do detetive é um bom sarro a todo aquele jogo de sedução entre detetive e cliente.
O figurino também merece destaque, não apenas por ser o último filme da figurinista Edith Head, que faleceu logo após a conclusão das filmagens, mas pelo cuidado em recompor as roupas daquela época fazendo uma transição harmônica entre as cenas. O mesmo devo dizer do trabalho de som. Também é o último filme do compositor Miklós Rózca, que foi chamado para refazer a trilha sonora dos filmes que trabalhou nas décadas de 40 e 50.
Mesmo com uma história forçada e por vezes absurda, Cliente morto não paga é uma divertida montagem, imperdível para os fãs dos filmes da época. Ao final, temos os créditos de todas as participações. Coloco-a aqui para vocês terem uma idéia do que vem por aí. Eu me diverti.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Cliente morto não paga
2010-11-16T08:57:00-03:00
Amanda Aouad
comedia|critica|Rachel Ward|Steve Martin|
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