Grandes Cenas: Hair
Novamente a música toma conta das grandes cenas. O musical Hair não é dos mais aclamados, nem lembrados enquanto filme, apesar de o original da Broadway ser um grande sucesso. A força do filme está nas músicas consagradas e coreografias belíssimas. Dirigido por Milos Forman em 1979, conta a história do encontro entre um grupo de hippies e um garoto do interior que vai à capital se alistar no exército. A guerra do Vietnã está em plena ação e os jovens idealistas, liderados por George Berger, tentam mostrar que a vida é mais do que isso. Para completar, o jovem Bukowski se apaixona pela bela Sheila, filha de uma família rica.
Hair, na verdade, é um grande protesto contra a guerra, a favor de uma nova conduta de paz, ideais que fizeram surgir o movimento hippie. As situações encadeadas através das músicas servem como exemplificação de ideias e nos envolvem, principalmente na cena final no cemitério e em frente a Casa Branca, simbolizando a manifestação pelo fim da Guerra. A cena inicial, no entanto, é mais emblemática, por isso escolhi para analisar. Ela é um resumo da história e da vontade daquelas pessoas. Além da música Age of Aquarius ser das mais belas do filme.
O filme começa com uma cena de despedida entre Claude e seu pai, ele lhe dá conselhos e pede para não se preocupar, porque Deus cuida dos ignorantes. Claude entra no ônibus e começamos a ouvir os primeiros acordes da música. As paisagens dos Estados Unidos vistas pela janela de Bukowski passam rápido, no ritmo da introdução. A câmera entra no túnel escuro e vemos apenas faíscas de fogo, com a voz de George lendo a carta de convocação do exército. Os rostos dos integrantes do grupo aparecem até que vemos a cena onde todos queimam a convocação em um tonel. Após queimarem, dois guardas aparecem do outro lado do túnel e eles saem correndo. O fogo aumenta tomando a tela e uma fusão nos leva para o pátio, onde casais dançam sensualmente.
A voz de Renn Woods entra em cena para logo depois sermos apresentados a sua figura, bonita, florida e marcante. A câmera gira ao seu redor, em um movimento característico da época, em zoom out, dando mais imponência à sua imagem. A câmera então, encontra Claude Bukowski se aproximando do parque, com um olhar assustado. O contra-plano mostra o que ele vê, um grupo de hippies dançando juntos, indo até o chão. Para quem vem do interior poderia ser algo assustador. Eles olham rápido e vêem que o policial se aproxima. Dois ficam e desafiam os cavalos dos guardas, que dançam junto com os bailarinos, em uma das partes mais emblemáticas de toda a cena.
Somos então, apresentados a Sheila e suas irmãs, que passam de cavalo, sendo observadas por Bukowski. O olhar do casal se cruza, já apresentando a situação. O grupo continua seu balé pelo parque. Todo o instrumental da música, fica apenas neles. Quando volta a letra, vemos novamente Bukowski observando a cena e então, ele percebe outro grupo de hippies chegando, George e seus amigos, que entram em cena curtindo a música, como se fizessem parte do cenário. Renn Woods em contra-plongée em movimento circular parece está voando sob o chão, algo reforçado pelo olhar de Bukowski que está direcionado para cima quando a vê cantando. Antes que a música termine, ele ainda observa Sheila e suas irmãs retornando e o grupo de George de aproximando dele.
Está e, sem dúvidas, uma ótima apresentação da história e dos personagens, além de uma das cenas mais marcantes do filme e da história de musicais, copiada e parodiada incontáveis vezes.
Hair, na verdade, é um grande protesto contra a guerra, a favor de uma nova conduta de paz, ideais que fizeram surgir o movimento hippie. As situações encadeadas através das músicas servem como exemplificação de ideias e nos envolvem, principalmente na cena final no cemitério e em frente a Casa Branca, simbolizando a manifestação pelo fim da Guerra. A cena inicial, no entanto, é mais emblemática, por isso escolhi para analisar. Ela é um resumo da história e da vontade daquelas pessoas. Além da música Age of Aquarius ser das mais belas do filme.
O filme começa com uma cena de despedida entre Claude e seu pai, ele lhe dá conselhos e pede para não se preocupar, porque Deus cuida dos ignorantes. Claude entra no ônibus e começamos a ouvir os primeiros acordes da música. As paisagens dos Estados Unidos vistas pela janela de Bukowski passam rápido, no ritmo da introdução. A câmera entra no túnel escuro e vemos apenas faíscas de fogo, com a voz de George lendo a carta de convocação do exército. Os rostos dos integrantes do grupo aparecem até que vemos a cena onde todos queimam a convocação em um tonel. Após queimarem, dois guardas aparecem do outro lado do túnel e eles saem correndo. O fogo aumenta tomando a tela e uma fusão nos leva para o pátio, onde casais dançam sensualmente.
A voz de Renn Woods entra em cena para logo depois sermos apresentados a sua figura, bonita, florida e marcante. A câmera gira ao seu redor, em um movimento característico da época, em zoom out, dando mais imponência à sua imagem. A câmera então, encontra Claude Bukowski se aproximando do parque, com um olhar assustado. O contra-plano mostra o que ele vê, um grupo de hippies dançando juntos, indo até o chão. Para quem vem do interior poderia ser algo assustador. Eles olham rápido e vêem que o policial se aproxima. Dois ficam e desafiam os cavalos dos guardas, que dançam junto com os bailarinos, em uma das partes mais emblemáticas de toda a cena.
Somos então, apresentados a Sheila e suas irmãs, que passam de cavalo, sendo observadas por Bukowski. O olhar do casal se cruza, já apresentando a situação. O grupo continua seu balé pelo parque. Todo o instrumental da música, fica apenas neles. Quando volta a letra, vemos novamente Bukowski observando a cena e então, ele percebe outro grupo de hippies chegando, George e seus amigos, que entram em cena curtindo a música, como se fizessem parte do cenário. Renn Woods em contra-plongée em movimento circular parece está voando sob o chão, algo reforçado pelo olhar de Bukowski que está direcionado para cima quando a vê cantando. Antes que a música termine, ele ainda observa Sheila e suas irmãs retornando e o grupo de George de aproximando dele.
Está e, sem dúvidas, uma ótima apresentação da história e dos personagens, além de uma das cenas mais marcantes do filme e da história de musicais, copiada e parodiada incontáveis vezes.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Grandes Cenas: Hair
2010-12-05T09:46:00-03:00
Amanda Aouad
drama|grandes cenas|musical|rock|
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