Se Beber não Case - Parte II
Se você gostou do filme Se Beber não Case, provavelmente vai se divertir muito com a sua continuação. Afinal, é quase um remake da primeira aventura. O formato é exatamente igual, um amigo vai casar, eles bebem para comemorar e acordam sem a menor idéia do que aconteceu. Um deles sumiu e precisam seguir os passos para tentar entender o que houve e onde estão. Mas, apesar da repetição, as piadas funcionam perfeitamente.
Stu Price vai casar, e como sua noiva é tailandesa, o evento será em uma Ilha na Tailândia, para isso ele conta com a presença dos amigos Phil Wenneck e Doug Billings, com suas respectivas esposas. E mesmo sem querer, acaba convidando Alan Garner, o "garoto" problema do filme anterior. Ainda no aeroporto, somos apresentados a Teddy, irmão da noiva de Stu, um garoto prodígio que Alan vê como inimigo. Na ilha, Stu não quer despedida de solteiro, está traumatizado, mas acaba tomando uns drinks na praia e apesar de Alan jurar que dessa vez não tocou nas bebidas, eles acordam com amnésia total em um local estranho. Doug, que passou o primeiro filme desaparecido, se livra e está no hotel são e salvo, o desaparecido da vez é Teddy. Ou seja, até nisso, voltamos ao original trio enlouquecido pelas ruas de uma cidade estranha.
É difícil falar de Se Beber Não Case - Parte II sem falar no primeiro filme, até porque os personagens o evocam a todo momento. Seja em frases, fotos, lembranças ou em situações onde o roteiro brinca com nossa expectativa por já ter visto aquilo antes. Temos também a volta de Sr. Chow, o personagem mais sem graça da aventura, em minha opinião. Tolo, com piadas repetitivas e algumas cenas de mal gosto, é um alívio vê-lo poucas vezes na tela. Em compensação, temos um macaquinho simpático no lugar do tigre e um monge misterioso nessa nova jornada que no geral é bem construída. O roteiro é todo organizado para nos fazer rir. Um terreno bem masculino, com piadas prontas sobre tudo, especialmente o tamanho do orgão sexual e algumas referências à masturbação.
É aquela história de mostrar seus verdadeiros instintos quando está bêbado. Principalmente no caso de Stu, o homem reprimido, certinho, dominado pela mulher no primeiro filme e querendo agradar a família da noiva no segundo. O "água de arroz", como define seu sogro. Vamos descobrindo aos poucos seus percalços e percebendo aquilo que Alan diz desde o princípio, ninguém conhece eles com ele. Aliás, Alan tem a personalidade mais fascinante do filme: louco, idiota ou incompreendido? Ele só quer se sentir parte do bando. A cena em que tem uma regressão deixa clara sua visão infantilizada da situação. Ele vê a si e seus amigos como crianças, enquanto o resto do mundo continua igual. É uma das explicações visuais melhor realizada do filme.
Todd Phillips, que também dirigiu o primeiro filme, aqui assina também o roteiro e explora bem as paisagens tailandesas, principalmente de sua capital Bangkok. As ruas fechadas contrastam com a imensidão do mar, o jogo de câmera nas coberturas dos prédios, a forma como ele passeia pelas boates e pelo submundo da cidade nos deixam o tempo todo essa sensação de aperto e alívio que os personagens vivenciam. A cada pista e nova esperança, uma nova complicação. É assim que Se Beber Não Case funciona. O ritmo é bem construído, não nos deixando cansar em nenhum momento, mesmo com a sensação de repetição de situação a todo instante.
Os atores continuam os mesmo, Bradley Cooper faz bastante pose com seu Phil, e sempre há uma forma de fazê-lo tirar a camisa, mas sustenta bem o caráter do personagem. Ed Helms dosa bem o seu Stu, reprimido, engraçado, desesperado. É sempre o que tem as piores consequências, o bobo da corte. Mas, quem sustenta mesmo a graça é Zach Galifianakis. O enlouquecido Alan nos faz rir apenas com suas poses e olhares. As situações, então, são guiadas por seu humor sem noção. Ele é o líder do bando de lobos que circula pelas noites seja de Vegas ou Bangkok aprontando todas.
Se Beber Não Case precisava de uma parte II? Provavelmente não. Não há o que ser acrescido à história original. A repetição da fórmula é evidente em cada cena. É apenas mais uma forma de conseguir uma renda extra em cima de um sucesso tão grande e inesperado. Mas, funciona perfeitamente. Entramos na sala, rimos, nos divertimos e temos a sensação de que o tempo não passou. É isso que importa. Pelo menos em um filme como este. Acredito que teremos mais um sucesso garantido.
Se Beber não Case - Parte II (The Hangover Part II: 2011 / EUA)
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Todd Phillips, Scot Armstrong e Craig Mazin
Com: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha.
Duração: 90 min
Stu Price vai casar, e como sua noiva é tailandesa, o evento será em uma Ilha na Tailândia, para isso ele conta com a presença dos amigos Phil Wenneck e Doug Billings, com suas respectivas esposas. E mesmo sem querer, acaba convidando Alan Garner, o "garoto" problema do filme anterior. Ainda no aeroporto, somos apresentados a Teddy, irmão da noiva de Stu, um garoto prodígio que Alan vê como inimigo. Na ilha, Stu não quer despedida de solteiro, está traumatizado, mas acaba tomando uns drinks na praia e apesar de Alan jurar que dessa vez não tocou nas bebidas, eles acordam com amnésia total em um local estranho. Doug, que passou o primeiro filme desaparecido, se livra e está no hotel são e salvo, o desaparecido da vez é Teddy. Ou seja, até nisso, voltamos ao original trio enlouquecido pelas ruas de uma cidade estranha.
É difícil falar de Se Beber Não Case - Parte II sem falar no primeiro filme, até porque os personagens o evocam a todo momento. Seja em frases, fotos, lembranças ou em situações onde o roteiro brinca com nossa expectativa por já ter visto aquilo antes. Temos também a volta de Sr. Chow, o personagem mais sem graça da aventura, em minha opinião. Tolo, com piadas repetitivas e algumas cenas de mal gosto, é um alívio vê-lo poucas vezes na tela. Em compensação, temos um macaquinho simpático no lugar do tigre e um monge misterioso nessa nova jornada que no geral é bem construída. O roteiro é todo organizado para nos fazer rir. Um terreno bem masculino, com piadas prontas sobre tudo, especialmente o tamanho do orgão sexual e algumas referências à masturbação.
É aquela história de mostrar seus verdadeiros instintos quando está bêbado. Principalmente no caso de Stu, o homem reprimido, certinho, dominado pela mulher no primeiro filme e querendo agradar a família da noiva no segundo. O "água de arroz", como define seu sogro. Vamos descobrindo aos poucos seus percalços e percebendo aquilo que Alan diz desde o princípio, ninguém conhece eles com ele. Aliás, Alan tem a personalidade mais fascinante do filme: louco, idiota ou incompreendido? Ele só quer se sentir parte do bando. A cena em que tem uma regressão deixa clara sua visão infantilizada da situação. Ele vê a si e seus amigos como crianças, enquanto o resto do mundo continua igual. É uma das explicações visuais melhor realizada do filme.
Todd Phillips, que também dirigiu o primeiro filme, aqui assina também o roteiro e explora bem as paisagens tailandesas, principalmente de sua capital Bangkok. As ruas fechadas contrastam com a imensidão do mar, o jogo de câmera nas coberturas dos prédios, a forma como ele passeia pelas boates e pelo submundo da cidade nos deixam o tempo todo essa sensação de aperto e alívio que os personagens vivenciam. A cada pista e nova esperança, uma nova complicação. É assim que Se Beber Não Case funciona. O ritmo é bem construído, não nos deixando cansar em nenhum momento, mesmo com a sensação de repetição de situação a todo instante.
Os atores continuam os mesmo, Bradley Cooper faz bastante pose com seu Phil, e sempre há uma forma de fazê-lo tirar a camisa, mas sustenta bem o caráter do personagem. Ed Helms dosa bem o seu Stu, reprimido, engraçado, desesperado. É sempre o que tem as piores consequências, o bobo da corte. Mas, quem sustenta mesmo a graça é Zach Galifianakis. O enlouquecido Alan nos faz rir apenas com suas poses e olhares. As situações, então, são guiadas por seu humor sem noção. Ele é o líder do bando de lobos que circula pelas noites seja de Vegas ou Bangkok aprontando todas.
Se Beber Não Case precisava de uma parte II? Provavelmente não. Não há o que ser acrescido à história original. A repetição da fórmula é evidente em cada cena. É apenas mais uma forma de conseguir uma renda extra em cima de um sucesso tão grande e inesperado. Mas, funciona perfeitamente. Entramos na sala, rimos, nos divertimos e temos a sensação de que o tempo não passou. É isso que importa. Pelo menos em um filme como este. Acredito que teremos mais um sucesso garantido.
Se Beber não Case - Parte II (The Hangover Part II: 2011 / EUA)
Direção: Todd Phillips
Roteiro: Todd Phillips, Scot Armstrong e Craig Mazin
Com: Bradley Cooper, Ed Helms, Zach Galifianakis, Justin Bartha.
Duração: 90 min
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Se Beber não Case - Parte II
2011-05-26T08:34:00-03:00
Amanda Aouad
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