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Branca de Neve e suas versões
Branca de Neve e suas versões
Baseado no conto dos Irmãos Grimm, Branca de Neve e os sete anões foi o primeiro longametragem de animação dos estúdio Disney. Mais do que isso, ele foi o primeiro filme de animação em longametragem dos Estados Unidos. Por isso, recebeu em 1939 um prêmio especial da Academia, um Oscar honorário criado exclusivamente para ele, com a famosa estatueta acrescida de sete estatuetinhas representando os anões da história.
É bom ressaltar, no entanto, que a versão dos Irmãos Grimm nada mais é do que uma adaptação de um conto da tradição oral alemã, assim como a maioria de suas histórias, então, diversas versões existem para o conto. Mas, a versão que a Disney imortalizou acabou sendo a mais conhecida. Nela, temos uma bela jovem com a pele branca como a neve que tem sua vida ameaçada por sua madrastra má que não admite que exista no mundo alguém mais bela do que ela. O carrasco, enviado para o serviço, no entanto, não tem coragem de cumprir o ato e pede que a moça se esconda na floresta. É lá que ela encontra os sete pequenos amiguinhos: Mestre, Atchim, Soneca, Zangado, Feliz, Dengoso e Dunga. Quando descobre que Branca de Neve ainda vive, a bruxa má vai até ela disfarçada e lhe oferece uma maçã envenenada que a faz dormir profundamente. Mas, como todo conto de fadas tem final feliz, em breve aparece um príncipe encantado nesta história para desfazer o encanto.
A história em si é cheia de simbolismos, como a maçã fruto proibido, a busca da beleza eterna, o príncipe encantado, os anões com suas características peculiares, a caça na floresta, a mina onde trabalham e o caixão de vidro onde colocam a moça adormecida. E Disney conseguiu construir uma obra-prima, com os recursos da época, em desenhos feitos à mão, com nanquim e folhas de acetato. A trilha sonora foi outro marco com canções de Frank Churchill e Larry Morey, além trilha sonora incidental de Paul J. Smith e Leigh Harline, que concorreu ao Oscar de melhor trilha sonora em 1938.
O filme tem momentos inesquecíveis como a canção dos anões indo para a mina e voltando para casa "eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou". Assim como a famosa frase da bruxa ao espelho mágico "Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?". E é, sem dúvidas, um clássico Disney. Mas com a nova moda de filmes live action de contos de fadas, em 2012 acontecerá um fato bastante curioso. Duas obras completamente diferentes baseadas em Branca de Neve chegam aos cinemas. E uma delas teve seu trailer divulgado essa semana: Branca de Neve e o caçador.
O filme, com uma estética bastante realista, traz Kristen Stewart no papel título (sim, Bella virou Branca de Neve) e Charlize Theron (essa, sim, muito bela), como a rainha má. O trailer impressiona e dá a impressão de que o novato Rupert Sanders conseguiu construir um universo crível e envolvente para a história. Mas, como trailer adora nos enganar, só podemos esperar 2012 para conferir se o roteiro de Hossein Amini vai cumprir as expectativas ou se tornar uma aventura adolescente como A Garota da Capa Vermelha. Os efeitos também prometem. Vamos aguardar.
Antes dele, no entanto, ainda em 2012, deve chegar aos cinemas “Mirror Mirror”, com direção de Tarsem Singh, que dirigiu A Cela. O filme tem uma proposta menos realista que a da obra de Rupert Sanders, com uma narrativa próxima dos contos de fadas. O grande chamariz dessa adaptação é a presença de Julia Roberts como a rainha má, que tem protagonizado a maioria das notícias sobre a produção, até para diferenciar da versão de Kristen Stewart e Charlize Theron. Basta olhar o trailer recém lançado que veremos que a rainha parece mais protagonista que a própria princesa. A Branca de Neve da vez será Lily Collins.
Confesso que estava esperando a versão com Julia Roberts com mais interesse. Porém, depois do trailer de Branca de Neve e O Caçador, fiquei curiosa. Alguns devem estar se perguntando: por que dois filmes sobre a mesma história, ainda que em estéticas diferentes no mesmo ano? Hollywood tem dessas. A explicação mais plausível é que a versão dos Irmãos Grimm completa ano que vem 200 anos de lançamento. Ainda assim, duas obras não deixa de ser esquisito, além de criar confusões. Vamos esperar que sejam, pelo menos, dois bons filmes.
Para terminar um pequeno documentário mostrando como foi feito o filme da Disney.
É bom ressaltar, no entanto, que a versão dos Irmãos Grimm nada mais é do que uma adaptação de um conto da tradição oral alemã, assim como a maioria de suas histórias, então, diversas versões existem para o conto. Mas, a versão que a Disney imortalizou acabou sendo a mais conhecida. Nela, temos uma bela jovem com a pele branca como a neve que tem sua vida ameaçada por sua madrastra má que não admite que exista no mundo alguém mais bela do que ela. O carrasco, enviado para o serviço, no entanto, não tem coragem de cumprir o ato e pede que a moça se esconda na floresta. É lá que ela encontra os sete pequenos amiguinhos: Mestre, Atchim, Soneca, Zangado, Feliz, Dengoso e Dunga. Quando descobre que Branca de Neve ainda vive, a bruxa má vai até ela disfarçada e lhe oferece uma maçã envenenada que a faz dormir profundamente. Mas, como todo conto de fadas tem final feliz, em breve aparece um príncipe encantado nesta história para desfazer o encanto.
A história em si é cheia de simbolismos, como a maçã fruto proibido, a busca da beleza eterna, o príncipe encantado, os anões com suas características peculiares, a caça na floresta, a mina onde trabalham e o caixão de vidro onde colocam a moça adormecida. E Disney conseguiu construir uma obra-prima, com os recursos da época, em desenhos feitos à mão, com nanquim e folhas de acetato. A trilha sonora foi outro marco com canções de Frank Churchill e Larry Morey, além trilha sonora incidental de Paul J. Smith e Leigh Harline, que concorreu ao Oscar de melhor trilha sonora em 1938.
O filme tem momentos inesquecíveis como a canção dos anões indo para a mina e voltando para casa "eu vou, eu vou, pra casa agora eu vou". Assim como a famosa frase da bruxa ao espelho mágico "Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?". E é, sem dúvidas, um clássico Disney. Mas com a nova moda de filmes live action de contos de fadas, em 2012 acontecerá um fato bastante curioso. Duas obras completamente diferentes baseadas em Branca de Neve chegam aos cinemas. E uma delas teve seu trailer divulgado essa semana: Branca de Neve e o caçador.
O filme, com uma estética bastante realista, traz Kristen Stewart no papel título (sim, Bella virou Branca de Neve) e Charlize Theron (essa, sim, muito bela), como a rainha má. O trailer impressiona e dá a impressão de que o novato Rupert Sanders conseguiu construir um universo crível e envolvente para a história. Mas, como trailer adora nos enganar, só podemos esperar 2012 para conferir se o roteiro de Hossein Amini vai cumprir as expectativas ou se tornar uma aventura adolescente como A Garota da Capa Vermelha. Os efeitos também prometem. Vamos aguardar.
Antes dele, no entanto, ainda em 2012, deve chegar aos cinemas “Mirror Mirror”, com direção de Tarsem Singh, que dirigiu A Cela. O filme tem uma proposta menos realista que a da obra de Rupert Sanders, com uma narrativa próxima dos contos de fadas. O grande chamariz dessa adaptação é a presença de Julia Roberts como a rainha má, que tem protagonizado a maioria das notícias sobre a produção, até para diferenciar da versão de Kristen Stewart e Charlize Theron. Basta olhar o trailer recém lançado que veremos que a rainha parece mais protagonista que a própria princesa. A Branca de Neve da vez será Lily Collins.
Confesso que estava esperando a versão com Julia Roberts com mais interesse. Porém, depois do trailer de Branca de Neve e O Caçador, fiquei curiosa. Alguns devem estar se perguntando: por que dois filmes sobre a mesma história, ainda que em estéticas diferentes no mesmo ano? Hollywood tem dessas. A explicação mais plausível é que a versão dos Irmãos Grimm completa ano que vem 200 anos de lançamento. Ainda assim, duas obras não deixa de ser esquisito, além de criar confusões. Vamos esperar que sejam, pelo menos, dois bons filmes.
Para terminar um pequeno documentário mostrando como foi feito o filme da Disney.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Branca de Neve e suas versões
2011-11-16T09:42:00-02:00
Amanda Aouad
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