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Operação Presente
Operação Presente
Em um mundo globalizado, com tantas tecnologias, ainda há espaço para sonhar? A primeira animação da Sony Pictures chega aos cinemas com uma mescla interessante de tradição vs modernização, sentimentos vs objetividade, emoção vs visão. Operação Presente é daqueles filmes capazes de agradar a todos, com piadas divertidas e ironias sutis que começam com um mote bem instigante: "Como é que Papai Noel consegue entregar todos os presentes em uma única noite?"
Este é o teor da cartinha de Gwen, uma garotinha britânica que quer uma bicicleta no natal. Ela expõe suas dúvidas ao Papai Noel motivada pelos questionamentos de um amiguinho que diz ser impossível entregar tantos presentes em uma só noite. É interessante seguir o raciocínio da garota que fala em distâncias, tempo de viagem, tempo de entregar cada presente, espaço na chaminé que não dá sua cabeça, população mundial, e claro, questões "práticas" como não localizar a casa do Papai Noel no Google Earth ou a idade do bom velhinho. Toda essa preparação nos leva a Arthur, o protagonista da trama. Um garoto atrapalhado, mas ingênuo e com o verdadeiro espírito do Natal em seu coração. Ele é o filho mais novo do Papai Noel atual e responsável pelo setor de cartas. Muito diferente de seu irmão mais velho Steve, um verdadeiro militar em comando.
Operação Presente, na verdade, é uma metáfora divertida desse mundo moderno. A equipe de duendes comandada por Steve é uma verdadeira operação de guerra, com máquinas traçando rotas, metas a serem cumpridas, organizações e números estatísticos. Tudo, claro, computadorizado e com relatórios eficientes. Há um clima de Missão Impossível em vários momentos, como quando um garotinho acorda com Papai Noel dentro de seu quarto. O Noel atual já está bastante cansado e simplesmente é levado pelo filho que conduz a operação como um general de pulso firme. Steve aguarda ansioso pela aposentadoria do pai, para assumir o cargo. O problema é que nem ele, nem o pai, conseguem perceber a verdadeira essência daquilo tudo: as crianças. Para Steve, elas são apenas números, para o Papai Noel, são apenas missões. Isso é explicitado na descoberta de um presente que não foi entregue. E aí, claro, é o presente da garotinha Gwen que nos foi apresentada no início.
O que seria uma tragédia, é minimizado por Steve como uma estatística abaixo de zero, deixando o Papai Noel tranquilo. Apenas Arthur parece se importar com aquilo. Afinal, uma criança vai acordar sem presente no dia de Natal. A jornada do garoto para tentar cumprir a missão é divertida, com alguns clichês, é verdade, e várias reviravoltas que vão complicando a sua situação a cada momento, fazendo o objetivo cada vez mais distante. Os personagens são bem desenvolvidos, criativos, formando um time engraçado com o garoto, uma rena velha, um vovô Noel (o pai do papai que já aposentou) e uma duende obsessiva por embrulhos de presente. É mesmo uma aventura mágica com uma boa computação gráfica, e efeitos bem realizados. A profundidade das cenas também é bem explorada, mas com tantas viagens de trenó, perderam uma boa oportunidade de explorar melhor o 3D.
O roteiro também é bastante feliz, ao nos apresentar aos poucos às situações e personagens, construindo uma curva dramática bastante harmônica. O texto tem ótimas construções irônicas com frases tipo: "O Natal não é época de emoção", dito por Steve. Ou "Se todos tivessem o espírito natalino seria um caos", do vovô Noel para Arthur. Isso sem falar nas construções em paralelo como Steve falando ao pai que não precisa se desesperar que o grupo fujão não está entregue aos leões e cortamos para eles na África cercados pelos bichos. Ou ainda toda a movimentação mundial acreditando que a Terra está sendo invadida por alienígenas que gera a mais irônica das frases quase no clímax do filme "Vocês salvaram o Natal".
Arthur é aquele garoto crente, que existe dentro de todos nós, que vê o Natal como algo mágico. Nessa filosofia de que o símbolo maior desta data é o Papai Noel, um bom velhinho que distribui presentes para todas as crianças do mundo alegrando-as. Há beleza nessa lenda, apesar de se distanciar da essência do Natal que é o nascimento do Cristo, e de ter sido deturpada pelo mundo capitalista em que vivemos. Ainda assim, emociona. Principalmente com uma história criativa e bem realizada como é o caso de Operação Presente. Desde já um concorrente forte na categoria.
Operação Presente (Arthur Christmas: 2011 / EUA)
Direção: Sarah Smith
Roteiro: Sarah Smith e Peter Baynham
Vozes: James McAvoy, Jim Broadbent, Imelda Staunton, Bill Nighy.
Duração: 97 min.
Este é o teor da cartinha de Gwen, uma garotinha britânica que quer uma bicicleta no natal. Ela expõe suas dúvidas ao Papai Noel motivada pelos questionamentos de um amiguinho que diz ser impossível entregar tantos presentes em uma só noite. É interessante seguir o raciocínio da garota que fala em distâncias, tempo de viagem, tempo de entregar cada presente, espaço na chaminé que não dá sua cabeça, população mundial, e claro, questões "práticas" como não localizar a casa do Papai Noel no Google Earth ou a idade do bom velhinho. Toda essa preparação nos leva a Arthur, o protagonista da trama. Um garoto atrapalhado, mas ingênuo e com o verdadeiro espírito do Natal em seu coração. Ele é o filho mais novo do Papai Noel atual e responsável pelo setor de cartas. Muito diferente de seu irmão mais velho Steve, um verdadeiro militar em comando.
Operação Presente, na verdade, é uma metáfora divertida desse mundo moderno. A equipe de duendes comandada por Steve é uma verdadeira operação de guerra, com máquinas traçando rotas, metas a serem cumpridas, organizações e números estatísticos. Tudo, claro, computadorizado e com relatórios eficientes. Há um clima de Missão Impossível em vários momentos, como quando um garotinho acorda com Papai Noel dentro de seu quarto. O Noel atual já está bastante cansado e simplesmente é levado pelo filho que conduz a operação como um general de pulso firme. Steve aguarda ansioso pela aposentadoria do pai, para assumir o cargo. O problema é que nem ele, nem o pai, conseguem perceber a verdadeira essência daquilo tudo: as crianças. Para Steve, elas são apenas números, para o Papai Noel, são apenas missões. Isso é explicitado na descoberta de um presente que não foi entregue. E aí, claro, é o presente da garotinha Gwen que nos foi apresentada no início.
O que seria uma tragédia, é minimizado por Steve como uma estatística abaixo de zero, deixando o Papai Noel tranquilo. Apenas Arthur parece se importar com aquilo. Afinal, uma criança vai acordar sem presente no dia de Natal. A jornada do garoto para tentar cumprir a missão é divertida, com alguns clichês, é verdade, e várias reviravoltas que vão complicando a sua situação a cada momento, fazendo o objetivo cada vez mais distante. Os personagens são bem desenvolvidos, criativos, formando um time engraçado com o garoto, uma rena velha, um vovô Noel (o pai do papai que já aposentou) e uma duende obsessiva por embrulhos de presente. É mesmo uma aventura mágica com uma boa computação gráfica, e efeitos bem realizados. A profundidade das cenas também é bem explorada, mas com tantas viagens de trenó, perderam uma boa oportunidade de explorar melhor o 3D.
O roteiro também é bastante feliz, ao nos apresentar aos poucos às situações e personagens, construindo uma curva dramática bastante harmônica. O texto tem ótimas construções irônicas com frases tipo: "O Natal não é época de emoção", dito por Steve. Ou "Se todos tivessem o espírito natalino seria um caos", do vovô Noel para Arthur. Isso sem falar nas construções em paralelo como Steve falando ao pai que não precisa se desesperar que o grupo fujão não está entregue aos leões e cortamos para eles na África cercados pelos bichos. Ou ainda toda a movimentação mundial acreditando que a Terra está sendo invadida por alienígenas que gera a mais irônica das frases quase no clímax do filme "Vocês salvaram o Natal".
Arthur é aquele garoto crente, que existe dentro de todos nós, que vê o Natal como algo mágico. Nessa filosofia de que o símbolo maior desta data é o Papai Noel, um bom velhinho que distribui presentes para todas as crianças do mundo alegrando-as. Há beleza nessa lenda, apesar de se distanciar da essência do Natal que é o nascimento do Cristo, e de ter sido deturpada pelo mundo capitalista em que vivemos. Ainda assim, emociona. Principalmente com uma história criativa e bem realizada como é o caso de Operação Presente. Desde já um concorrente forte na categoria.
Operação Presente (Arthur Christmas: 2011 / EUA)
Direção: Sarah Smith
Roteiro: Sarah Smith e Peter Baynham
Vozes: James McAvoy, Jim Broadbent, Imelda Staunton, Bill Nighy.
Duração: 97 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Operação Presente
2011-12-01T08:34:00-02:00
Amanda Aouad
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