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[Meme] Brasileirão, Animação e Faroeste

Deus e o Diabo na Terra do Sol
Brasileirão

Sou fã confessa do cinema brasileiro, sempre gostei, admirei, levantei bandeiras. A primeira coisa me passou pela cabeça foi escolher aqui Cidade de Deus, filme que trouxe algo novo à chamada retomada e se tornou fenômeno mundial. Lembrei também de O Pagador de Promessas, que antes de tudo é um excelente texto de Dias Gomes e nos deu a Palma de Ouro em Cannes. Claro que não esqueci de Tropa de Elite e sua performance nas bilheterias, se tornando outro fenômeno. Esse ano, Selton Mello ainda me emocionou com O Palhaço. São tantos filmes que gostaria de citar, mas aí, resolvi retroceder e escolher Deus e o Diabo na Terra do Sol. Antes de tudo, não sou uma das viúvas de Gláuber Rocha. Aliás, acho até que o diretor baiano é melhor teórico do que prático, adoro ler seus textos e suas idéias.

Mas, escolho esta pequena ópera nordestina pela força que o filme teve e ainda tem quando exibido. A genialidade de retratar o sertão como um verdadeiro campo de batalhas intelectuais, onde o povo representado por Manuel se vê entre as filosofias do cangaço, representado por Corisco, e da religião, representado pelo santo Sebastião, além, claro da lei governamental em Antonio das Mortes e a repressão inicial do coronel. Deus e o Diabo na Terra do Sol é a representação máxima da mente de Gláuber, sua efervescência intelectual, suas angústias, suas dores. Tudo isso ainda com a música de Heitor Villa-Lobos e as boas atuações de Geraldo Del Rey, Yoná Magalhães, Othon Bastos, Maurício do Valle, Sonia dos Humildes e Lídio Silva. É o símbolo maior do cinema novo e da cultura nordestina.

"Eu parti do texto poético. A origem de Deus e o Diabo é uma língua metafórica, a literatura de cordel. No Nordeste, os cegos, nos circos, nas feiras, nos teatros populares, começam uma história cantando: eu vou lhes contar uma história, que é de verdade e de imaginação, ou então, que é imaginação verdadeira. Toda minha formação foi feita nesse clima. A idéia do filme me veio espontaneamente." - Gláuber Rocha


Deus e o Diabo na Terra do Sol (Deus e o Diabo na Terra do Sol: 1964 / Brasil)
Direção: Gláuber Rocha
Roteiro: Gláuber Rocha
Atores: Geraldo Del Rey, Yoná Magalhães, Maurício do Valle, Othon Bastos.
Duração: 125 min.

O Cão e a Raposa
Melhor Animação

Outro item quase impossível de escolher. Lembrei logo dos clássicos Branca de Neve, A Bela e a Fera, O Rei Leão. Também dos novos clássicos da Pixar como a série Toy Story. Além de filmes de animação mais adultos como Persepolis ou Valsa com Bashir ou ainda as animações japonesas como Túmulo dos Vagalumes, A Viagem de Chihiro, entre tantos outros. Todos são excelentes, únicos, dignos de citação.

Mas, aí, o coração falou mais alto. E voltei ao meu filme preferido da infância. O Cão e a Raposa. Não é o melhor roteiro, não é a melhor técnica, é um filme simples até, mas me atinge profundamente pelo tema de amizade. Adoro a ligação entre os dois, as músicas, a curva dramática do cachorro se tornando cão de caça e inimigo do amigo de infância, da reconciliação, apesar da distância. Enfim, é o filme que fica em minha mente, que não canso de assistir ainda hoje. E por isso, e só por isso, escolho como melhor animação. Apesar de tantas outras obras mais fortes, profundas e bem realizadas.


O Cão e a Raposa (The Fox and the Hound: 1981/ EUA)
Direção: Ted Berman, Richard Rich
Roteiro: Ted Berman
Duração: 83 min.

Rastros de Ódio
O melhor Faroeste

Faroeste não é o meu forte, confesso, mas gosto de alguns clássicos e dentre eles escolho Rastros de Ódio. Como já disse aqui, o filme de 1956 impressiona não apenas pelo bom andamento do roteiro e imagens, mas principalmente pela mudança na construção do protagonista. Distante de um herói americano típico, o personagem de John Wayne é um dos mais complexos já vistos no gênero. Um marco, que merece sempre destaque.


Rastros de Ódio (The Searchers: 1956 / EUA)
Direção: John Ford
Roteiro: Frank S. Nugent
Com: John Wayne, Vera Miles, Natalie Wood, John Qualen, Jeffrey Hunter, Olive Carey.
Duração: 119 min.

Comentários (6)

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Boas escolhas. Concordo com vc que Glauber seja melhor teórico do que prático. Não acho os filmes dele tão preponderantes. Agora, acho que as influências que exerceu foram definidoras no cinema nacional.

E adorei a lembrança de O cão e a raposa.
Bjs
1 resposta · ativo 689 semanas atrás
Eu adoro O Cão e A Raposa até hoje, Reinaldo, hehe. Tenho o DVD aqui.

bjs
Boas escolhas, Amanda!!

E concordo plenamente com o comentário do Reinaldo sobre suas considerações a respeito do Glauber Rocha.
1 resposta · ativo 689 semanas atrás
Sim, Kamila, ele é mesmo melhor teórico.
Ótimos filmes, Amanda. Inesquecíveis.
Você anda sumida. Apareça!
Abração!

O Falcão Maltês
1 resposta · ativo 689 semanas atrás
Não, dou umas visitadas por lá, só não comento muito.

abraços

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