A maioria dos blogs que estão participando desse meme escolheram O Exorcista como melhor suspense / terror. De fato, o filme de William Friedkin é um marco cinematográfico. Assim como existem diversos outros filmes muito bons no gênero. Curiosamente, também não irei escolher um filme do meu diretor favorito. Alfred Hitchcock, mestre do suspense, vence pelo conjunto da obra. Mas, quando é para escolher um filme, eu fico com O Silêncio dos Inocentes.
Baseado em livro de Thomas Harris, com atuações fantásticas de Anthony Hopkins e Jodie Foster, o filme consegue ser primoroso no roteiro. Não por acaso, Syd Field o escolheu para analisar em seu livro 4 roteiros. A relação de admiração e medo entre Clarice Starling e Dr. Hannibal Lecter é incrivelmente bem construída. A direção de Jonathan Demme é precisa, com vários sutilezas bem realizadas. A montagem é perpicaz, inclusive em uma cena chave em que o roteiro nos engana, trocando as casas e expectativas para o clímax.
O clima é envolvente, assustador, cruel. Nos leva àquele submundo através de detalhes. A apresentação de Hannibal Lecter, por exemplo, é das mais geniais. Aquele corredor mal iluminado, os companheiros de cela assustadores. Clarice anda, tendo as paredes corroídas ao fundo e sua expressão é de terror. O que encontrará no final do túnel? Aí aparece Anthony Hopkins bastante asseado, quase um cavalheiro, em uma cela limpa com um vidro, em vez de grades. A gente pensa: esse é que é o monstro? Mal sabemos que sua aparência enganadora é que o torna ainda mais perigoso.
Por todos os detalhes que constrói. Pelo roteiro, pelas atuações, pela direção de arte, pela fotografia. Enfim, por tudo que o compõe, O Silêncio dos Inocentes é para mim o melhor suspense/terror.
O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs: 1991 / EUA)
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Ted Tally,
Com: Anthony Hopkins, Jodie Foster, Lawrence A. Bonney, Kasi Lemmons.
Duração: 114 min.
Várias comédias tontas não prejudicam os neurônios, afinal rir é sempre um ótimo remédio para diversos males. Mas, se é para ser tonto, vamos apelar para um filme que é feito para ser besta: Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu! Um clássico do gênero paródia, em uma época em que mesmo besteira era feita de forma inteligente.
A história gira em torno de Ted Striker, em interpretação impagável de Robert Hays, um ex-piloto traumatizado pela guerra. Neurótico, cheio de problemas psicológicos, inclusive com a ex-namorada e eterno amor Elaine (Julie Hagerty), Ted embarca em um avião onde piloto e co-piloto morrem envenenados. Em pleno ar, sem comando, ele terá que assumir a situação, que já perdeu o controle há muito tempo.
O filme é repleto de cenas tolas e hilárias ao mesmo tempo, como ele tentando tomar um suco e derrubando na cara. As suas memórias chatas, em flashbacks, que quando terminam a pessoa ao lado está querendo se suicidar ou já morreu. As brincadeiras e conotações sexuais. O romance meloso de Ted e Elaine sempre contado de forma irônica. Divertido, sem ser irritante. Daquelas comédias que não fazem mal, de jeito nenhum.
Apertem os Cintos... O Piloto Sumiu!(Airplane!: 1980 / EUA)
Direção: Jerry Zucker, Jim Abrahams, David Zucker
Roteiro: Jim Abrahams, Jerry Zucker e David Zucker
Com: Robert Hays, Julie Hagerty, Lloyd Bridges, Leslie Nielsen.
Duração: 88 min.