Bom, antes de tudo deixa explicar para quem não sabe. Guilty Pleasure é uma expressão que literalmente seria "prazer culpado". Ou seja, é aquele filme que você sente quase vergonha de gostar. Acho besteira a gente se sentir culpado por gostar de algo que outros não gostem, mesmo que seja considerado uma bomba. Você gostou, tem seus motivos. Aí, fiquei me perguntando, qual o filme que me envergonho de gostar? Deveria ser nenhum, né? Mas, logo me veio a mente "Nosso Lar".
Tá, muitos espíritas vão ficar ofendidos de eu considerar Nosso Lar um guilty pleasure. Eles chegaram a invadir o site do Minc pedindo para que o filme de Wagner de Assis fosse o nosso representante na corrida ao Oscar. Mas, não há como negar que Nosso Lar tem diversos problemas. Muitos acharam o roteiro confuso, didático e chato. As atuações, principalmente do protagonista comprometem. Há uma sensação estranha mesmo.
Ainda assim é um filme marcante para mim. Só no cinema assisti cinco vezes. Confesso, cinco vezes. E mais uma no DVD locado. E ainda quero comprar o DVD para guardar em casa. Ou seja, fica parecendo mesmo um filme que amo de paixão. E o resultado em tela não justifica tudo isso.
Nosso Lar (Nosso Lar: 2010 / Brasil)
Direção: Wagner de Assis
Roteiro: Wagner de Assis,
Com: Renato Prieto, Fernando Alves Pinto, Othon Bastos, Paulo Goulart.
Duração: 102 min
Está aí um item confuso. O que é um drama? Como diria meu professor é um filme que não tem coragem suficiente para ser uma tragédia, nem quer ser um melodrama. Aí, inventam esse gênero que na verdade não é gênero nenhum. Faço esses questionamentos não para ser chata, mas é que fica uma dúvida mesmo. Tudo aquilo que não é comédia, pode ser enquadrado em drama. Até por isso, no Globo de Ouro temos a divisão nas duas categorias. Crepúsculo dos Deuses, é um noir, mas não deixa de ser um drama, não? E Dançando no Escuro, já citado, é um musical, mas é um drama. Tarde demais para esquecer, seria um drama? Tudo é drama. Acho que até algumas comédias podem ser dramas, vide Uma Babá Quase Perfeita.
Então, se tudo é drama, escolho como melhor drama um filme de gângster. O Poderoso Chefão de Francis Ford Coppola é daqueles filmes mágicos, marcantes, envolventes, únicos. Foi o único filme que tive a paciência de reassistir todo com a voz de comentários do diretor, explicando cada sequência feita. Foi uma aula incrível.
A abertura do filme já é sensacional. A relação da família Corleone. A interpretação de Marlon Brando e Al Pacino. As disputas familiares, a briga dos grupos, as cenas de tiroteio. Cada detalhe envolve e marca, nessa pequena grande obra-prima da história do cinema.
O Poderoso Chefão (The Godfather: 1972 / EUA)
Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Mario Puzo e Francis Ford Coppola
Com: Marlon Brando, Al Pacino, Diane Keaton, Richard S. Castellano.
Duração: 171 min.