Escolhi, no entanto, o que causou mais impacto em mim. O início de Matrix. Devo ressaltar que, em 1999, eu consegui entrar no cinema sem ter a menor noção do que se tratava o filme. A sequência inicial, com Trinity sendo flagrada invadindo um sistema, fugindo e correndo desesperada para ... atender um telefone. É uma das coisas mais instigantes, fortes e curiosas que já presenciei. A cena é bem realizada, tem um ritmo forte e consegue nos deixar cuiosos com aquele mundo ficcional a que estamos sendo apresentados. Não tem como não comprar a idéia e embarcar na aventura.
Enquanto o início tende sempre a ser caprichado, o final muitas vezes decepciona, ou é um simples fechamento da história. Mas, claro que tem muitos finais memoráveis, como A Origem, por exemplo, com aquele peão irritante. Ou Spartacus, com ele na cruz e a mulher gritando "veja, Spartacus, é seu filho, ele é livre". Ou O Sexto Sentido com aquela revelação bombástica que nos faz rever o filme inteiro na mente.
A que escolhi, no entanto, é uma das soluções mais geniais para uma história com final inevitavelmente trágico. Trata-se de Crepúsculo dos Deuses. Esse filme Noir que me encanta em todos os sentidos e que deu a Norma Desmond um final digno diante de sua loucura e desespero. Não precisa avisar que tem SPOILER aqui, né?
Norma era a estrela do cinema mudo, que estava sofrendo em seu esquecimento. "Não fui eu quem diminui, foram os filmes que ficaram menores", rebatia ela. Em seu sonho de voltar às telas, ela prende um roteirista endividado em sua mansão, se apaixona por ele, sente-se traída e o mata na piscina. Seria presa, não resta dúvidas. Mas, seu fiel mordomo Max von Mayerling não vai deixar a musa sair de cena de forma tão deprimente.
Aí vem a tal grande sequência final, com Norma em seu delírio achando que está filmando a primeira tomada de Cleópatra, descendo as escadas para se apresentar ao público. É belo, forte e inesquecível.
Melhor sequência final