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John Carter: Entre Dois Mundos
John Carter: Entre Dois Mundos
Baseado no livro “A Princess of Mars”, primeiro da série de aventuras do escritor Edgar Rice Burroughs, John Carter: Entre Dois Mundos é o tipo de filme que deve agradar. Mais do que uma aventura de ficção científica em um planeta não tão distante, a obra traz uma certa mitologia já explorada de estrangeiro escolhido que pode trazer a paz de um planeta. Todos os clichês estão lá, mas como um bom clichê, sempre funciona.
John Carter é um soldado desertor americano que no final do século XIX só tem uma coisa em sua mente: encontrar uma caverna de ouro. Ridicularizado por muitos, perseguidos por seus superiores e aparentemente indiferente à guerra contra índios ele acaba encontrando um artefato estranho que o leva diretamente para Marte. Ou melhor, para Bassom, o planeta vermelho do nosso sistema solar, que é meio desértico, mas nem tão solitário assim. Lá vivem três tribos distintas, os guerreiros alienígenas "Tharks", os humanóides azuis de Zodanga e os humanóides vermelhos de Helium. A chegada de John Carter, o estranho que pula mais alto do que todos sonharam um dia poder, vai balançar um pouco as estruturas dos três povos, acelerar e, quem sabe, terminar a guerra no planeta.
Dos três, é fácil escolher como mais interessante a tribo de guerreiros primitivos, muito maiores que nós, com quatro braços e feições estranhas. Os "Tharks" aparentam maior profundidade do que a que foi exposta nas duas horas e pouco de projeção. Há uma coragem implícita, uma hierarquia da força e um sistema cruel que castiga os mais fracos, semelhante a longínqua Esparta. Mas, seu posicionamento no planeta vermelho parece mesmo uma metáfora dos índios na Conquista do Oeste Norte-americano. Já os dois reinos humanóides soam mais como aquele velho clichê de reino bom vs reino mal. Interessante perceber que Helium se diz o povo vermelho, mas tem o azul como bandeira e fardamento, enquanto que com os homens de Zodanga é o contrário. Talvez demonstrando que, no fundo, eles não são tão diferentes.
A direção de um dos grande nomes da Pixar é outro chamariz para o filme. Andrew Stanton participou de roteiros memoráveis como a trilogia Toy Story e dirigiu outros sucessos como Wall-E, Procurando Nemo e Vida de Inseto. Em seu primeiro trabalho live action não se sai mal. A direção é segura e consegue construir boas cenas de ação. Nem por isso, podemos considerar John Carter uma obra prima, ou mesmo o novo Star Wars como alguns estão tentando vender. Há momentos apelativos como toda a trama inicial da princesa Dejah Thoris com seu pai ou tentativas de tornar os "Tharks" espécies risíveis em comentários lamentáveis como "como é bom voar". Sim, eles são verdes e estranhos, mas estão longe de ser o alívio cômico da trama, sendo talvez os mais dramáticos. O único alívio talvez seja o simpático cão alienígena.
Ainda assim, a aventura tem um tom épico. Com uma trilha sonora envolvente e efeitos muito bem realizados. Não diria tanto o 3D, apesar de ser visível uma profundidade na tela e uma terceira dimensão nos cenários e personagens. Mas, a reconstituição do planeta vermelho entre desertos, reinos futuristas e tribos na idade da pedra é bem realizada. Assim como a concepção e construção dos personagens Tharks, todos em computação gráfica com captura de movimentos por atores consagrados como Willem Dafoe e Samantha Morton. Aliás, a interpretação deles é o que mais chama a atenção no time dos atores. Não que Taylor Kitsch e Lynn Collins decepcionem como os protagonistas John Carter e a princesa Dejah Thoris, mas é que os dramas de personagens como Tars Tarkas e sua filha Sola são mais profundos, exigindo nuanças maiores.
Mesmo misturando clichês de herói-forasteiro-predestinado-com-trauma-no-passado-que-precisa-salvar-princesa, John Carter: Entre Dois Mundos tem um roteiro consistente. Comprando a idéia de que foi possível ele chegar àquele planeta, todo o resto caminha bem. Mesmo a diferença de gravidade, que parece um problema apenas nos primeiros segundos de adaptação, mas logo se transforma em um diferencial potente para o herói. Ainda que ele devesse demorar um pouquinho mais para conseguir andar e até mesmo correr normalmente. Até mesmo o plano dos enviados da Deusa faz todo o sentido quando totalmente explicado.
Primeiro blockbuster do ano, John Carter: Entre Dois Mundos tem todos os elementos para agradar grandes plateias. Talvez, precise apenas melhorar o seu trailer que dá impressões distintas do que vemos no filme. Uma construção mais interessante do que simplesmente correria e lutas de um herói terráqueo em Marte.
John Carter: Entre Dois Mundos (John Carter: 2012 / EUA)
Direção: Andrew Stanton
Roteiro: Andrew Stanton e Mark Andrews
Com: Taylor Kitsch, Lynn Collins, Wilem Dafoe, Thomas Hayden Church, Mark Strong e Samantha Morton.
Duração: 132 min.
John Carter é um soldado desertor americano que no final do século XIX só tem uma coisa em sua mente: encontrar uma caverna de ouro. Ridicularizado por muitos, perseguidos por seus superiores e aparentemente indiferente à guerra contra índios ele acaba encontrando um artefato estranho que o leva diretamente para Marte. Ou melhor, para Bassom, o planeta vermelho do nosso sistema solar, que é meio desértico, mas nem tão solitário assim. Lá vivem três tribos distintas, os guerreiros alienígenas "Tharks", os humanóides azuis de Zodanga e os humanóides vermelhos de Helium. A chegada de John Carter, o estranho que pula mais alto do que todos sonharam um dia poder, vai balançar um pouco as estruturas dos três povos, acelerar e, quem sabe, terminar a guerra no planeta.
Dos três, é fácil escolher como mais interessante a tribo de guerreiros primitivos, muito maiores que nós, com quatro braços e feições estranhas. Os "Tharks" aparentam maior profundidade do que a que foi exposta nas duas horas e pouco de projeção. Há uma coragem implícita, uma hierarquia da força e um sistema cruel que castiga os mais fracos, semelhante a longínqua Esparta. Mas, seu posicionamento no planeta vermelho parece mesmo uma metáfora dos índios na Conquista do Oeste Norte-americano. Já os dois reinos humanóides soam mais como aquele velho clichê de reino bom vs reino mal. Interessante perceber que Helium se diz o povo vermelho, mas tem o azul como bandeira e fardamento, enquanto que com os homens de Zodanga é o contrário. Talvez demonstrando que, no fundo, eles não são tão diferentes.
A direção de um dos grande nomes da Pixar é outro chamariz para o filme. Andrew Stanton participou de roteiros memoráveis como a trilogia Toy Story e dirigiu outros sucessos como Wall-E, Procurando Nemo e Vida de Inseto. Em seu primeiro trabalho live action não se sai mal. A direção é segura e consegue construir boas cenas de ação. Nem por isso, podemos considerar John Carter uma obra prima, ou mesmo o novo Star Wars como alguns estão tentando vender. Há momentos apelativos como toda a trama inicial da princesa Dejah Thoris com seu pai ou tentativas de tornar os "Tharks" espécies risíveis em comentários lamentáveis como "como é bom voar". Sim, eles são verdes e estranhos, mas estão longe de ser o alívio cômico da trama, sendo talvez os mais dramáticos. O único alívio talvez seja o simpático cão alienígena.
Ainda assim, a aventura tem um tom épico. Com uma trilha sonora envolvente e efeitos muito bem realizados. Não diria tanto o 3D, apesar de ser visível uma profundidade na tela e uma terceira dimensão nos cenários e personagens. Mas, a reconstituição do planeta vermelho entre desertos, reinos futuristas e tribos na idade da pedra é bem realizada. Assim como a concepção e construção dos personagens Tharks, todos em computação gráfica com captura de movimentos por atores consagrados como Willem Dafoe e Samantha Morton. Aliás, a interpretação deles é o que mais chama a atenção no time dos atores. Não que Taylor Kitsch e Lynn Collins decepcionem como os protagonistas John Carter e a princesa Dejah Thoris, mas é que os dramas de personagens como Tars Tarkas e sua filha Sola são mais profundos, exigindo nuanças maiores.
Mesmo misturando clichês de herói-forasteiro-predestinado-com-trauma-no-passado-que-precisa-salvar-princesa, John Carter: Entre Dois Mundos tem um roteiro consistente. Comprando a idéia de que foi possível ele chegar àquele planeta, todo o resto caminha bem. Mesmo a diferença de gravidade, que parece um problema apenas nos primeiros segundos de adaptação, mas logo se transforma em um diferencial potente para o herói. Ainda que ele devesse demorar um pouquinho mais para conseguir andar e até mesmo correr normalmente. Até mesmo o plano dos enviados da Deusa faz todo o sentido quando totalmente explicado.
Primeiro blockbuster do ano, John Carter: Entre Dois Mundos tem todos os elementos para agradar grandes plateias. Talvez, precise apenas melhorar o seu trailer que dá impressões distintas do que vemos no filme. Uma construção mais interessante do que simplesmente correria e lutas de um herói terráqueo em Marte.
John Carter: Entre Dois Mundos (John Carter: 2012 / EUA)
Direção: Andrew Stanton
Roteiro: Andrew Stanton e Mark Andrews
Com: Taylor Kitsch, Lynn Collins, Wilem Dafoe, Thomas Hayden Church, Mark Strong e Samantha Morton.
Duração: 132 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
John Carter: Entre Dois Mundos
2012-03-08T08:44:00-03:00
Amanda Aouad
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