Home
Armie Hammer
aventura
comedia
critica
Julia Roberts
Lily Collins
oscar2013
Sean Bean
Espelho, Espelho Meu
Espelho, Espelho Meu
Espelho, Espelho Meu existe uma piada maior do que eu? Essa deveria ser a pergunta feita pela rainha má interpretada por Julia Roberts na primeira versão de Branca de Neve em live action do ano. Não que isso seja uma crítica negativa, apenas uma constatação de que Mirror, Mirror está longe de ser uma adaptação fiel dos contos dos irmãos Grimm ou muito menos uma aventura saudosa do clássico da Disney. O filme do indiano Tarsem Singh é uma paródia divertida que poderia facilmente se chamar: Deu a Louca na Branca de Neve.
Esqueça o conto de fadas tradicional. Apesar do início clichê do Era uma vez... com um prólogo da história a ser contada, a rainha já adverte no início "Essa é uma história sobre mim, não sobre ela". Como uma rainha louca, Julia Roberts busca desesperadamente chamar a atenção para si, com diversas piadas e atitudes surreais como brincar com seu puxa-saco número um, usando a corte como peças de uma espécie de misto entre xadrez e batalha naval. E ela se sai bem, sendo sempre encantadoramente perversa, a ponto de não conseguirmos odiá-la. Ela ainda é a rainha má de seu reino, quer se manter a mais bela e se livrar de sua enteada Branca de Neve. Mas, a missão mais urgente é mesmo casar com o jovem príncipe Alcott, para sair da falência e continuar dando bailes glamourosos.
O filme começa com sua narração, observando uma espécie de bola de cristal oval, onde conta como tudo começou a partir do nascimento da menina branca como a neve com os cabelos negros como a noite. Essa parte é toda encenada através de uma animação muito bem realizada, onde detalhes podem nos dar uma dimensão de um belo conto de fadas. Apenas a entonação da voz da rainha, sempre irônica, e do texto ferino nos dá o tom de que aquela não é uma história tradicional. É uma paródia sem pudores com o mito, que não leva nada a sério.
Assim temos um príncipe bobo, uma rainha louca, um reino na miséria, uma princesa guerreira e sete anões que formam um bando procurado de saqueadores. Sim, as sete criaturinhas mágicas que vivem na floresta não são mais trabalhadores braçais em uma mina de ouro. São uma gangue exilada que assalta a todos que ousam pegar o caminho da floresta. E para amedrontar seus adversários usam máscaras e pernas que os dão a aparência de gigantes. Aparentemente são pernas de pau, mas, elas são elásticas, capazes de permitir piruetas e encolher quando eles tem vontade. Ou seja, tudo não passa de uma grande piada. Até a forma como a rainha conecta-se com o seu valoroso espelho é completamente diferente de um simples reflexo.
A piada é construída até mesmo com o próprio elenco. Julia Roberts, a eterna linda mulher, agora é a rainha que luta desesperadamente para não perder o posto de mais bela para a jovem Lily Collins. Várias piadas são feitas com a sua idade, a começar com o "eu não tenho rugas", passando pela "nós não temos a mesma idade" até chegar ao surreal tratamento de beleza com abelhas picando os lábios para parecerem mais carnudos e sangue sugas beliscando seus dedos. A velha fábula do novo substituindo o velho ganha nova roupagem, mas continua viva. E o roteiro de Jason Keller e Melisa Wallack se aproveita bem disso com piadas propícias em momentos divertidos. Há alguns exageros, é verdade, como o príncipe de cachorrinho e o assistente virando uma barata, mas no geral, é um filme divertido.
A direção de arte é espalhafatosa, as cores são berrantes, a fotografia lavada do cenário para contrastar com as roupas, a vila em decadência é cinza e marrom, assim como a floresta é escura, mesmo durante o dia. A casa dos anõezinhos é toda construída em madeira e bem simples, condizendo com aqueles moradores. a começar pela placa "proibida a entrada de maiores de 1,20m". Vale ressaltar que, além de ladrões, esses personagens tiveram suas personalidades bastante alteradas, até os nomes não são mais os mesmos, tendo nomes como Lobo, Açougueiro ou Napoleão. Esqueça também o caçador que irá levar Branca de Neve para a floresta, aqui é apenas o atrapalhado braço direito da rainha que faz o "serviço" e a grande ameaça do local é uma besta que assombra a todos há muito tempo.
Espelho, Espelho Meu não é mesmo daquelas histórias para serem levadas a sério. É uma paródia com o único intuito de tirar um sarro com a trama criada pelos irmãos Grimm. Leve, divertida, com alguns momentos bobos, além de um ou outro erro de continuidade a exemplo do treinamento de Branca de Neve que acontece em paralelo à busca do príncipe pelos ladrões que assustam o reino. Não entrará na lista dos melhores filmes do ano, mas fugiu de uma forma inteligente de ser uma das bombas de listas diversas. No final, fica um saldo positivo de toda essa balbúrdia e a certeza de que Julia Roberts ainda têm fôlego para se manter como uma das estrelas de Hollywood.
P.S. Os créditos trazem uma última piada bem ao estilo de Bollywood, fazendo jus às raízes do diretor Tarsem Singh.
Espelho, Espelho Meu (Mirror Mirror, 2012 / EUA)
Direção: Tarsem Singh
Roteiro: Jason Keller e Melisa Wallack
Com: Lily Collins, Julia Roberts, Armie Hammer, Nathan Lane e Sean Bean.
Duração: 106 min.
Esqueça o conto de fadas tradicional. Apesar do início clichê do Era uma vez... com um prólogo da história a ser contada, a rainha já adverte no início "Essa é uma história sobre mim, não sobre ela". Como uma rainha louca, Julia Roberts busca desesperadamente chamar a atenção para si, com diversas piadas e atitudes surreais como brincar com seu puxa-saco número um, usando a corte como peças de uma espécie de misto entre xadrez e batalha naval. E ela se sai bem, sendo sempre encantadoramente perversa, a ponto de não conseguirmos odiá-la. Ela ainda é a rainha má de seu reino, quer se manter a mais bela e se livrar de sua enteada Branca de Neve. Mas, a missão mais urgente é mesmo casar com o jovem príncipe Alcott, para sair da falência e continuar dando bailes glamourosos.
O filme começa com sua narração, observando uma espécie de bola de cristal oval, onde conta como tudo começou a partir do nascimento da menina branca como a neve com os cabelos negros como a noite. Essa parte é toda encenada através de uma animação muito bem realizada, onde detalhes podem nos dar uma dimensão de um belo conto de fadas. Apenas a entonação da voz da rainha, sempre irônica, e do texto ferino nos dá o tom de que aquela não é uma história tradicional. É uma paródia sem pudores com o mito, que não leva nada a sério.
Assim temos um príncipe bobo, uma rainha louca, um reino na miséria, uma princesa guerreira e sete anões que formam um bando procurado de saqueadores. Sim, as sete criaturinhas mágicas que vivem na floresta não são mais trabalhadores braçais em uma mina de ouro. São uma gangue exilada que assalta a todos que ousam pegar o caminho da floresta. E para amedrontar seus adversários usam máscaras e pernas que os dão a aparência de gigantes. Aparentemente são pernas de pau, mas, elas são elásticas, capazes de permitir piruetas e encolher quando eles tem vontade. Ou seja, tudo não passa de uma grande piada. Até a forma como a rainha conecta-se com o seu valoroso espelho é completamente diferente de um simples reflexo.
A piada é construída até mesmo com o próprio elenco. Julia Roberts, a eterna linda mulher, agora é a rainha que luta desesperadamente para não perder o posto de mais bela para a jovem Lily Collins. Várias piadas são feitas com a sua idade, a começar com o "eu não tenho rugas", passando pela "nós não temos a mesma idade" até chegar ao surreal tratamento de beleza com abelhas picando os lábios para parecerem mais carnudos e sangue sugas beliscando seus dedos. A velha fábula do novo substituindo o velho ganha nova roupagem, mas continua viva. E o roteiro de Jason Keller e Melisa Wallack se aproveita bem disso com piadas propícias em momentos divertidos. Há alguns exageros, é verdade, como o príncipe de cachorrinho e o assistente virando uma barata, mas no geral, é um filme divertido.
A direção de arte é espalhafatosa, as cores são berrantes, a fotografia lavada do cenário para contrastar com as roupas, a vila em decadência é cinza e marrom, assim como a floresta é escura, mesmo durante o dia. A casa dos anõezinhos é toda construída em madeira e bem simples, condizendo com aqueles moradores. a começar pela placa "proibida a entrada de maiores de 1,20m". Vale ressaltar que, além de ladrões, esses personagens tiveram suas personalidades bastante alteradas, até os nomes não são mais os mesmos, tendo nomes como Lobo, Açougueiro ou Napoleão. Esqueça também o caçador que irá levar Branca de Neve para a floresta, aqui é apenas o atrapalhado braço direito da rainha que faz o "serviço" e a grande ameaça do local é uma besta que assombra a todos há muito tempo.
Espelho, Espelho Meu não é mesmo daquelas histórias para serem levadas a sério. É uma paródia com o único intuito de tirar um sarro com a trama criada pelos irmãos Grimm. Leve, divertida, com alguns momentos bobos, além de um ou outro erro de continuidade a exemplo do treinamento de Branca de Neve que acontece em paralelo à busca do príncipe pelos ladrões que assustam o reino. Não entrará na lista dos melhores filmes do ano, mas fugiu de uma forma inteligente de ser uma das bombas de listas diversas. No final, fica um saldo positivo de toda essa balbúrdia e a certeza de que Julia Roberts ainda têm fôlego para se manter como uma das estrelas de Hollywood.
P.S. Os créditos trazem uma última piada bem ao estilo de Bollywood, fazendo jus às raízes do diretor Tarsem Singh.
Espelho, Espelho Meu (Mirror Mirror, 2012 / EUA)
Direção: Tarsem Singh
Roteiro: Jason Keller e Melisa Wallack
Com: Lily Collins, Julia Roberts, Armie Hammer, Nathan Lane e Sean Bean.
Duração: 106 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Espelho, Espelho Meu
2012-04-10T08:14:00-03:00
Amanda Aouad
Armie Hammer|aventura|comedia|critica|Julia Roberts|Lily Collins|oscar2013|Sean Bean|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
Com previsão de lançamento para maio desse ano, Estranhos , primeiro longa do diretor Paulo Alcântara terá pré-estreia (apenas convidados) ...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...