A Era do Gelo 4
Manny, Diego e Sid estão de volta para mais uma parte da jornada da Era do Gelo. Em breve, se continuarem insistindo em novos filmes, é possível que a franquia tenha que mudar para a Era do Degelo ou, algo assim, já que o tempo está passando e o gelo acabando. E acredito que, desde o segundo filme, já demonstrava sinais de cansaço. Mas, para a nossa alegria, ainda existe Scrat, com sua jornada própria que nos mostra de forma bastante peculiar a evolução do nosso planeta.
O filme começa com o curta-metragem protagonizado por Scrat que já havia sido lançado em 2011, antes do filme As Viagens de Gulliver. Esse é o mote do filme, a movimentação das placas tectônicas que desmembraram o antigo continente Pangeia e formou a atual configuração no mapa mundi. É interessante ver esse acontecimento em uma visão macro, para depois partir para o particular daquele bando, liderado pelos três amigos.
Novos personagens entram, principalmente em função da filha de Manny e Ellie, Amora, uma mamute adolescente que quer se juntar ao grupo de mamutes do vale, principalmente do bonitão Ethan. Interessante que a espécie passou de quase em extinção, com Manny achando ser o último, para uma manada que não se sabe exatamente de onde surgiu. O tigre Diego também vai ganhar a companhia da tigresa Shira, mas o relacionamento dos dois não será exatamente amoroso a princípio, já que a "moça" faz parte de um grupo de piratas do oceano. Talvez, esse núcleo seja o ponto mais apelativo do roteiro. Com direito a capitão macaco em um "navio" iceberg, e tripulação variada.
A sensação que dá é que os criadores de A Era do Gelo estão buscando qualquer justificativa para criar aventuras para essa turma. A intenção parece continuar acompanhando a evolução da Terra, o que é interessante, mas não há consistência nas aventuras que vão se embolando a cada filme. Fora esses pequenos furos de uma aventura para a outra. A trama no mar, com a trupe de piratas, é forçada, uma desculpa para criar conflito, já que Manny, Diego, Sid e vovó (a avó de Sid que é largada pela família) acabam se separando do resto do bando em um dos terremotos.
Com bastante piadas infantis e exageradas, os personagens novos acabam sendo chatos, não trazendo uma evolução interessante para a trama. Fica muita repetição de situações, piadas e clichês. Ainda assim, é possível divertir os pequenos que já estão familiarizados com seus personagens preferidos, principalmente a preguiça Sid, que está sempre sendo colocada em situações pastelão. Nem mesmo as poucas referências ao mundo adulto como o filme Coração Valente tornam a trama tão atrativa para esse público, como outras animações. Para os adultos, a maior diversão fica mesmo sendo Scrat, em sua trajetória pontual e irônica, como se ele fosse sempre o culpado pelas mudanças no mundo, em sua busca eterna pelas nozes. A parte final, por exemplo, é um primor de referências inteligentes.
Mas, se tem uma coisa que impressiona em A Era do Gelo é o apuro técnico. Os personagens são construídos com detalhes incríveis. O pêlo de cada animal é estudado e detalhado, dando uma sensação de quase real. Tudo é muito bem cuidado, projetado, construído. Os cenários também são bastante detalhados e realistas. Já a projeção 3D tem momentos interessantes, principalmente no início, mas no geral não faz muita diferença no conjunto da obra.
Divertida para crianças em geral e interessante por trazer a evolução do planeta e as modificações geográficas, A Era do Gelo 4 não chega a ser um desperdício. A série, no entanto, possui uma liga frágil que não justifica tantos filmes e aventuras. É visível a queda de qualidade desde o primeiro longametragem de 2002. O que é uma pena. Eu continuo achando que eles poderiam explorar esse universo apenas com as aventuras de Scrat.
A Era do Gelo 4 (Ice Age: Continental Drift, 2012 / EUA)
Direção: Steve Martino e Mike Thurmeier
Roteiro: Michael Berg e Jason Fuchs
Duração: 94 min.
O filme começa com o curta-metragem protagonizado por Scrat que já havia sido lançado em 2011, antes do filme As Viagens de Gulliver. Esse é o mote do filme, a movimentação das placas tectônicas que desmembraram o antigo continente Pangeia e formou a atual configuração no mapa mundi. É interessante ver esse acontecimento em uma visão macro, para depois partir para o particular daquele bando, liderado pelos três amigos.
Novos personagens entram, principalmente em função da filha de Manny e Ellie, Amora, uma mamute adolescente que quer se juntar ao grupo de mamutes do vale, principalmente do bonitão Ethan. Interessante que a espécie passou de quase em extinção, com Manny achando ser o último, para uma manada que não se sabe exatamente de onde surgiu. O tigre Diego também vai ganhar a companhia da tigresa Shira, mas o relacionamento dos dois não será exatamente amoroso a princípio, já que a "moça" faz parte de um grupo de piratas do oceano. Talvez, esse núcleo seja o ponto mais apelativo do roteiro. Com direito a capitão macaco em um "navio" iceberg, e tripulação variada.
A sensação que dá é que os criadores de A Era do Gelo estão buscando qualquer justificativa para criar aventuras para essa turma. A intenção parece continuar acompanhando a evolução da Terra, o que é interessante, mas não há consistência nas aventuras que vão se embolando a cada filme. Fora esses pequenos furos de uma aventura para a outra. A trama no mar, com a trupe de piratas, é forçada, uma desculpa para criar conflito, já que Manny, Diego, Sid e vovó (a avó de Sid que é largada pela família) acabam se separando do resto do bando em um dos terremotos.
Com bastante piadas infantis e exageradas, os personagens novos acabam sendo chatos, não trazendo uma evolução interessante para a trama. Fica muita repetição de situações, piadas e clichês. Ainda assim, é possível divertir os pequenos que já estão familiarizados com seus personagens preferidos, principalmente a preguiça Sid, que está sempre sendo colocada em situações pastelão. Nem mesmo as poucas referências ao mundo adulto como o filme Coração Valente tornam a trama tão atrativa para esse público, como outras animações. Para os adultos, a maior diversão fica mesmo sendo Scrat, em sua trajetória pontual e irônica, como se ele fosse sempre o culpado pelas mudanças no mundo, em sua busca eterna pelas nozes. A parte final, por exemplo, é um primor de referências inteligentes.
Mas, se tem uma coisa que impressiona em A Era do Gelo é o apuro técnico. Os personagens são construídos com detalhes incríveis. O pêlo de cada animal é estudado e detalhado, dando uma sensação de quase real. Tudo é muito bem cuidado, projetado, construído. Os cenários também são bastante detalhados e realistas. Já a projeção 3D tem momentos interessantes, principalmente no início, mas no geral não faz muita diferença no conjunto da obra.
Divertida para crianças em geral e interessante por trazer a evolução do planeta e as modificações geográficas, A Era do Gelo 4 não chega a ser um desperdício. A série, no entanto, possui uma liga frágil que não justifica tantos filmes e aventuras. É visível a queda de qualidade desde o primeiro longametragem de 2002. O que é uma pena. Eu continuo achando que eles poderiam explorar esse universo apenas com as aventuras de Scrat.
A Era do Gelo 4 (Ice Age: Continental Drift, 2012 / EUA)
Direção: Steve Martino e Mike Thurmeier
Roteiro: Michael Berg e Jason Fuchs
Duração: 94 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A Era do Gelo 4
2012-06-28T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|critica|infantil|
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