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Por dentro de Resident Evil

Resident EvilChega aos cinemas esta sexta-feira o quinto filme da série Resident Evil e é sempre bom fazer um apanhado do que aconteceu até aqui. Atenção, se você não viu os quatro filmes e não quer saber detalhes das tramas, não leia o post, pois estará repleto de spoilers. A intenção é exatamente explicar a trajetória da heroína Alice até o momento.

Para começar, é preciso entender que Resident Evil é originalmente um vídeo game, criado pela empresa japonesa Capcom, para a plataforma PlayStation em 1996. O jogo fez tanto sucesso que gerou continuações, além de ramificações, como história em quadrinhos, livros e, claro, filmes.

Uma curiosidade é que, além dos cinco filmes live action de Hollywood, existe no Japão um curta-metragem e dois filmes de animação para a série. E o mais interessante em Resident Evil é que cada transposição para determinado meio não é uma simples adaptação, mas uma ampliação do universo ficcional, o que nos dá uma ideia exata do que Henry Jenkins chamou de Transmedia Storytelling. A decisão traz vantagens, pela ampliação em si, com diversas ramificações paralelas que enriquecem a trama, mas traz também desvantagens para os fãs da série que gostariam de ver mais dos seus personagens favoritos. Não por acaso, o quinto filme trará um dos heróis do game, Leon Scott Kennedy, a pedido dos jogadores.

Resident EvilO universo ficcional, no entanto, é o mesmo. Ou quase o mesmo, já que a questão de superpoderes de Alice a partir do segundo, e principalmente do terceiro filme, irritou a maioria dos fãs. Para os que gostam de histórias de zumbis em geral, tem ainda a questão polêmica das mutações genéticas. Não são apenas mortos-vivos, são monstros, mutações diversas com mãos e bocas que parecem alienígenas, isso sem falar em alguns mortos que se levantam sem muitas explicações. Muitas vezes fica confuso entender a lógica interna de tudo aquilo. Mas, continuamos em um mundo onde um vírus desenvolvido pela empresa Umbrella transformou parte da população em mortos-vivos. E nem por isso, ele pretende parar com suas experiências, sempre utilizando cobaias e cientistas, em conspirações diversas.

Para os filmes, Paul W. S. Anderson criou a protagonista Alice. Uma ex-funcionária da Umbrella que sobrevive ao primeiro acidente que dá início a tudo e está sempre em busca de uma forma de destruir a empresa. O problema é que ela sempre acaba como cobaia de algum novo experimento genético, se tornando a principal fonte de pesquisas, até mesmo por ter sido a única, até então, a reagir positivamente a adição do vírus T.

Jill Valentine
Os protagonistas dos jogos não são, no entanto, esquecidos. E é interessante a forma como eles vão surgindo nos filmes, como homenagem, citação ou novos desenvolvimentos de tramas. A primeira a aparecer foi Jill Valentine, uma das protagonistas da série original, ao lado de Chris Redfield. A policial está no segundo filme da série, onde pode mostrar um pouco do seu talento, mas acaba sumindo sem maiores explicações. Só vai reaparecer nas cenas pós-créditos do quarto filme, agora sob controle da Umbrella. A expectativa é que ela seja a grande adversária de Alice no quinto filme, Resident Evil: Retribuição.

Chris Redfield
O outro protagonista da série original, Chris Redfield, só vai surgir no quarto filme, preso em uma cela especial da prisão municipal, onde um grupo de sobreviventes se encontra. É interessante que ele acabe surgindo depois de sua irmã, Claire, uma das protagonistas da continuação do jogo, que é apresentada no terceiro filme, como líder de um comboio de sobreviventes que cruza o caminho de Alice. O quarto protagonista dos jogos, o policial Leon Scott Kennedy, vai surgir apenas nesse quinto filme, como já foi citado. E sua aparição gera curiosidade e expectativa nos fãs em geral.

Albert Wesker
O que não mudou foi o grande vilão de tudo isso, Albert Wesker, presidente da Umbrella que continua por trás de todas as experiências e perseguições aos heróis, seja em que plataforma estejamos. E não deixa de ser curioso também que todos os adversários dos jogos apareçam de alguma forma nos filmes, como os cachorros zumbis ou os corvos, isso sem falar nas mutações genéticas monstruosas, como os Lickers do primeiro filme, o projeto Nemesis do segundo e o Tyrant T-002 do terceiro e o gigante encapuzado que surge no quarto filme. Todos relocados de seus contextos, com algumas novas histórias, mas sempre com referências que se cruzam, dando a sensação de reconhecimento para os jogadores.

Grande sucesso de bilheterias, tanto que chegou ao seu quinto filme, a série Resident Evil, no entanto, sofre de um problema de constância. O primeiro filme é interessante, o segundo sofrível, o terceiro estranho e o quarto possui uma história ruim, apesar de uma boa performance técnica. E o mais curioso é que cada um dos quatro é completamente diferente do outro. Mas, ainda tem algumas curiosidades divertidas como o fato de Alice usar moedinhas em suas armas, gerando, um efeito curioso de moedas caindo a cada monstro "morto", em uma referência engraçada aos video games em geral, onde se ganham pontos a cada vitória. E uma curiosidade é que podemos ter uma leve comparação da série com outra série famosa, Alien, até em seus subtítulos e forma de encarar cada nova aventura.

Vai um resumo crítico de cada um dos filmes:

Resident EvilResident Evil: O Hóspede Maldito (2002)
Direção: Paul W. S. Anderson.
O primeiro filme é o começo da epidemia. O vírus ainda está restrito à sede da Umbrella e toda a ação se passa ali. Da mesma forma como Alien, o oitavo passageiro que se passa dentro de uma nave. O filme tem uma construção boa de suspense, sempre centrado no efeito de expectativa do que está por vir. Sabemos que o vírus foi solto ali e que a rainha fechou as portas da Colmeia para salvar a humanidade. Cada nova investida do grupo para tentar salvar seja lá que eles imaginam que possa salvar, gera aflição e medo. Por ser concentrado ali, a ação é contida, o que não independe de boas cenas de lutas e alguns golpes marcantes como quando Alice luta com os cachorros em uma das salas. É um filme curioso, sem grandes inovações e que cumpre bem o papel de entreter e entregar uma história plausível, bem construída e instigante.

Uma coisa que chama a atenção na série é o gancho. Um filme nunca termina bem, sempre temos a sensação de que a Umbrella venceu e que tem que vir algo mais por aí para resolver a questão. Aqui, o filme termina com os dois sobreviventes presos, como cobaias. E quando Alice acorda e percebe que fizeram experimentos com ela, sai cambaleando e vê que o mundo está um caos.

Resident EvilResident Evil 2: Apocalipse (2004)
Direção: Alexander Witt
O pior de todos da série. O filme possui uma estética de filme B, com várias falhas, erros de continuidade, cenas mal feitas e clichês exagerados. Há coisas como Alice pular em cima de um carro, o vilão atirar para cima e explodir apenas o carro, como se uma bala fizesse curva no ar. Mas, a intenção é explicar um pouco o mundo após a invasão do vírus na Raccoon City. A tentativa de isolar a cidade e com isso, prender boa parte de seus moradores ali para dizimar o vírus chega a ser padrão em filmes de catástrofes norte-americanas, mas tudo soa forçado ali. A própria Alice parece uma estranha em tudo aquilo, descobrindo seus novos poderes aos poucos e tendo que lutar com um amigo (Matt, o outro sobrevivente do primeiro filme) que se tornou um monstro no projeto Nêmesis. Destaque para o surgimento da policial Jill Valentine.

Como sempre o gancho nos dá a sensação de perda. Após conseguirem sair da cidade, Alice chega a ser dada como morta e está novamente como cobaia da Umbrella. Seus amigos invadem o local para salvá-la e acham que conseguiram. O problema é que isso também faz parte dos planos da empresa que inicia o chamado Projeto Alice. Aqui uma nova semelhança com Alien, já que a protagonista morre e é ressuscitada com algo do seu inimigo, se tornando um pouco dele também.

Resident EvilResident Evil 3: A Extinção (2007)
Direção: Russell Mulcahy
A estética desse filme lembra Mad Max. Mesmo com a destruição da Raccoon City, o vírus se espalhou e o mundo virou um grande deserto. Poucos sobreviventes procuram formas de sobreviver, entre eles a caravana liderada por Claire Redfield. Alice trabalha como uma loba solitária, temendo levar perigo a outros. Ela sabe que está sendo monitorada pela Umbrella e busca formas de fugir dela. Tudo isso, porque o Doutor Isaacs acredita que o sangue de Alice é o único caminho para a cura do vírus. Tanto que vem criando clones diversos na tentativa de uma solução paliativa, mas nenhuma é tão boa quanto a original. Vale ressaltar, no entanto, que a Umbrella usaria essa cura de sua própria maneira, criando um exército de escravos. Ou seja, eles continuam sendo vilões e Alice uma heroína perseguida.

O filme possui menos erros que o primeiro, mas introduz os poderes psíquicos de Alice que geraram rejeição dos fãs. Os corvos surgem aqui também. Um filme de ação pós-apocalíptico bem feito que também não acaba muito bem, mas é o que está mais próximo de uma resolução, trazendo um ar de esperança. O grupo de sobreviventes é enviado em um helicóptero à "Arcadia", com a promessa de um abrigo longe de contaminação. Enquanto que Alice toma posse de seus clones e ameaça os membros do conselho da Umbrella.

Resident EvilResident Evil 4: Recomeço(2010)
Direção: Paul W. S. Anderson.
Primeiro filme realizado em 3D, Recomeço é também o retorno de Paul W. S. Anderson à direção. E mesmo não sendo ele um diretor primoroso, acaba que os dois filmes que fez são os melhores da série. Este e o primeiro. Não que isso torne nenhum dos dois, grandes filmes, mas ambos são funcionais e cumprem seu papel. Até a utilização do 3D aqui é muito bem feita, melhor que a maioria dos filmes recentes. Resident Evil 4 pouco tem do suspense e tensão do primeiro filme, se tornando mais um filme de ação que qualquer outra coisa, mas uma ação bem realizada. Com uma direção de arte cuidadosa, pensada, com cenas de ação bem ensaiadas e um ritmo forte, eletrizante.

Neste filme surge o protagonista original dos jogos, Chris Redfield, o problema é que ele é interpretado por Wentworth Miller, que ficou conhecido pela série televisiva Prison Break, e é difícil olhar para ele e não lembrar do Michael Scofield. Ainda assim, o ritmo é bom. Alice perde seus superpoderes logo no início da trama, assim como os seus clones são destruídos na cena da Umbrella do Japão e isso dá um novo refresco à sua jornada. Depois de muita correria, ela descobre que a "Arcadia" é, na verdade, mais uma armadilha da Umbrella e tenta destruir de uma vez por todas o vilão, Albert Wesker. Mas, a sensação de vitória é apenas aparente, já que o navio em que se encontram é cercado por helicópteros da Umbrella. E na cena pós-créditos ainda vemos a policial Jill Valentine, com a aranha de controle da Umbrella no peito, preparando um novo ataque.

Resta saber, agora, o que nos aguarda nesse quinto filme.

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