
A trama gira em torno do pequeno grupo liderado por Alice, interpretada muito bem por Hilary Swank. A atriz consegue passar toda a força e capacidade de liderança da personagem que não desiste nunca de seus ideais. É emocionante acompanhar seu empenho em divulgar a causa. Sua dor ao romper com o partido original, liderado pela personagem de Anjelica Huston. A questão da guerra, a prisão, a greve de fome, a persistência e o cuidado com as companheiras. É possível se encantar com sua luta ao assisti-la.

O filme é bastante feliz também em demonstrar todo o preconceito da época. A dificuldade que elas tinham de conseguir adeptas, a revolta da população desde o desfile, passando pela panfletagem até o que chama de ultraje da manifestação em frente à Casa Branca. Principalmente quando os Estados Unidos entram na Guerra. Há uma boa dinâmica entre simpatizantes e adversários da causa. E toda a política por trás, na época.


Como disse Hilary Swank em uma das cenas mais emocionantes. Era uma causa que não precisava de explicação. Era o anseio mais autêntico do ser humano. O desejo de ser reconhecida enquanto cidadã de seu país, capaz de exercer as obrigações cívicas e ser representada pelos líderes que escolheu. Um direito de igualdade que já era protegido pela constituição, mas que a maioria dos Estados ainda não fazia cumprir.
Tudo por uma luta de poder tola, em que a mulher deveria ser submissa e reclusa aos serviços domésticos, enquanto os homens cuidavam da política do país. Felizmente, a humanidade está sempre evoluindo.
Anjos Rebeldes (Iron Jawed Angels, 2004 / EUA)
Direção: Katja von Garnier
Roteiro: Sally Robinson, Eugenia Bostwick Singer e Raymond Singer
Com: Hilary Swank, Margo Martindale, Vera Farmiga, Julia Ormond, Patrick Dempsey e Anjelica Huston
Duração: 125 min.