
A Busca fala do que o título já anuncia, um pai em busca de seu filho que sumiu. Ele não se perdeu, não foi sequestrado, nem sofreu um acidente, no entanto. Tudo indica que o garoto Pedro fugiu de casa mesmo, todos os indícios da abertura do filme demonstram isso, até mesmo um pequeno detalhe na camisa dele que traz a frase: "Na dúvida, desista". Pedro parece cansado com a situação familiar. Seu pai e sua mãe, recém-divorciados brigam por pequenos detalhes. E ele parece também não ter voz naquela casa, já que seu pai praticamente o está obrigando a embarcar em um intercâmbio. Isso sem falar em uma reação exagerada com a chegada de uma cadeira do avô paterno do menino.


De qualquer maneira, o road movie tem suas qualidades, até pelo talento de Wagner Moura que nos envolve em suas reações. E pelos detalhes que vão sendo construídos, como o boné da Nova Zelândia que o garoto tenta comprar. Afinal, Nova Zelândia era o local para onde o pai queria enviá-lo em intercâmbio. Ou pela camisa no operário do caminho, pelo próprio cavalo, mulher grávida e desenho na borracharia onde temos a participação do ator Leandro Firmino, o eterno Dadin..., ops, Zé Pequeno.
Mesmo que as situações sejam inusitadas e soe meio falso ele consegue seguir tão bem os passos do filho, é interessante. Envolvente até. Compramos a ideia e seguimos com Theo. Nos irritamos com o velho que não quer emprestar o celular, achamos divertido os jovens na beira da estrada querendo carona para uma festa, ou mesmo as garotas que conheceram Pedro, incluindo a grávida. Isso sem falar no próprio borracheiro divertido, com todos os estereótipos de mulheres peladas. O problema se encontra no terceiro ato do filme.

Então, não importam muito as emoções, mas as sensações que a busca de Theo vão nos causando. O envolvimento que ele vai nos dando, como se estivéssemos ali, sem raciocinar direito em uma angústia pelo encontro com Pedro. O problema é que o clímax pensado pelo roteiro necessitava de um viés emotivo. Além de um absurdo que quebra um pouco o pacto ficcional até então, com um certo acidente, a curva final é construída para nos fazer chorar, ou no mínimo nos emocionar com determinadas situações. Mas, como não fomos preparados para isso durante o percurso, tudo cai em um imenso vazio, deixando uma sensação de frustração.
A Busca, então, se perde. O tema do filme se perde. As escolhas se perdem. Ainda que não se torne uma obra ruim. Tem suas qualidades, mas também suas falhas e a maior delas é o vazio que nos deixa. Não aquele vazio existencial que nos faz pensar, mas aquele nada que nos faz perguntar para que serviu tudo aquilo.
A Busca (A Busca, 2013 / Brasil)
Direção: Luciano Moura
Roteiro: Luciano Moura e Elena Soarez
Com: Wagner Moura, Lima Duarte, Mariana Lima
Duração: 90 min.
Marcio Melo · 629 semanas atrás
Um filme bastante mais ou menos e que, sinceramente, acho que nem vale a ida ao cinema para assistí-lo, o que é uma pena, porque tinha todas as ferramentas para ser um bom filme;
Amanda_Aouad 118p · 629 semanas atrás
Reinaldo Glioche · 629 semanas atrás
Bjs
Amanda_Aouad 118p · 629 semanas atrás
Ilmara Fonseca · 629 semanas atrás
Amanda_Aouad 118p · 629 semanas atrás
Elton Telles · 628 semanas atrás
Amanda_Aouad 118p · 628 semanas atrás