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Jogos Vorazes: Em Chamas
Jogos Vorazes: Em Chamas
Desde Harry Potter, a indústria procura um blockbuster que consiga atingir o público adolescente com a mesma força que o bruxo inglês. Em Chamas, faz a trilogia Jogos Vorazes demonstrar que tem potencial para mais que isso. Com o viés político que aborda e a crescente expectativa que cria, o produto de Suzanne Collins tem atributos para agradar a todas as gerações.
O filme, agora dirigido por Francis Lawrence, foca nesta questão política e na simbologia por trás de todo aquele universo fantástico. Os jogos em si e a ação que este gera, é apenas um ponto da trama. Após vencer os Jogos Vorazes do ano anterior, Katniss Everdeen se tornou um símbolo de resistência e uma inspiração para a revolução contra o sistema. Ameaçada pelo Presidente Snow, no entanto, ela tenta manter a farsa, embarcando na Turnê da Vitória e fingindo amar Peeta Mellark.
Neste ponto, já temos um paralelo interessante com a obra de George Orwell. O 1984 inspirou o reality show conhecido como Big Brother. Os reality shows e as antigas arenas romanas inspiraram Jogos Vorazes. Isso é muito claro. Agora a questão amorosa traz um viés interessante. Na obra de George Orwell era proibido amar. O casal Winston e Julia tinha que se esconder do sistema para namorar em um quarto onde acreditavam que o Big Brother não estava vigiando. Já Katniss e Peeta tem que simular um romance para manter o sistema.
Isso nos traz a própria questão dos reality shows que acompanhamos na vida real, onde um casalzinho é sempre formado, gerando curiosidade, torcidas e aumentando as chances deles no jogo. Katniss jogou com isso, se recusou a matar Peeta e alegou amá-lo. A justificativa do amor inspirou as pessoas da capital e deu uma desculpa aceitável para ela enfrentar o sistema. Mas, se ela não amasse? O puro e simples desafio da ordem gera uma faísca de revolução e a torna extremamente perigosa.
É interessante que diante deste cenário, a gente veja sempre a visão do Presidente Snow, querendo destruir Katniss, a visão dos doze distritos, se inspirando nela e começando a se insuflar contra a capital, a visão da equipe deles. Mas, nunca vemos a população da capital, apenas gritando como uma massa manipulável nas apresentações. Neste ponto, temos uma metáfora interessante na figura da filha de Snow, uma garotinha que começa a usar o mesmo penteado que Katniss, que diz querer amar alguém como ela ama Peeta e que parece começar a pensar por si só, sem o domínio completo do pai. Ela é mais próximo que temos da população da capital e através dela podemos imaginar que eles estejam também crescendo e despertando.
O mais belo de acompanhar, no entanto, é o despertar dos Distritos. A cena em que Katniss e Peeta estão no Distrito 11, por exemplo, é extremamente delicada e emocionante. Em todos os detalhes, desde a apresentação, passando pela fala dela, as consequências e sua retirada aos berros. A partir daí, é sutil cada construção, o pedido para que "fale o que realmente pensa", as lutas internas, o desafio no vestido do corvo, as questões do 75º Jogos.
Os Jogos, por sinal, ocupam um espaço muito menor neste filme. A preparação para eles é melhor explorada, até pelo significado que tem diante da resolução de Snow sobre quem serão os tributos. É forte, desde o anúncio, tanto que até mesmo a treinada Effie Trinket fica abalada na hora de anunciar os tributos do Distrito 12. Todo o clima construído nos envolve e ficamos na expectativa do que está por vir. Ainda que a ação dentro do jogo continue esquemática, temos também uma dramaticidade maior. O sofrimento paira no local e o clima de injustiça parece ganhar força. Isso, torna Em Chamas ainda mais interessante.
Jogos Vorazes só cresce em nosso conceito. De uma aposta interessante em 2012, consegue se tornar um filme com diversas camadas capazes de envolver e agradar quaisquer plateias. E o roteiro de Simon Beaufoy e Michael Arndt é hábil em nos fazer ficar curiosos em relação a resolução de tudo isso. Agora é aguardar pelos dois próximos capítulos, já que a Paris resolveu também dividir o último livro em dois filmes.
Jogos Vorazes: Em Chamas (The Hunger Games: Catching Fire, 2013)
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Simon Beaufoy, Michael Arndt
Com: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Donald Sutherland, Elizabeth Banks, Lenny Kravitz, Stanley Tucci, Philip Seymour Hoffman
Duração: 146 min.
O filme, agora dirigido por Francis Lawrence, foca nesta questão política e na simbologia por trás de todo aquele universo fantástico. Os jogos em si e a ação que este gera, é apenas um ponto da trama. Após vencer os Jogos Vorazes do ano anterior, Katniss Everdeen se tornou um símbolo de resistência e uma inspiração para a revolução contra o sistema. Ameaçada pelo Presidente Snow, no entanto, ela tenta manter a farsa, embarcando na Turnê da Vitória e fingindo amar Peeta Mellark.
Neste ponto, já temos um paralelo interessante com a obra de George Orwell. O 1984 inspirou o reality show conhecido como Big Brother. Os reality shows e as antigas arenas romanas inspiraram Jogos Vorazes. Isso é muito claro. Agora a questão amorosa traz um viés interessante. Na obra de George Orwell era proibido amar. O casal Winston e Julia tinha que se esconder do sistema para namorar em um quarto onde acreditavam que o Big Brother não estava vigiando. Já Katniss e Peeta tem que simular um romance para manter o sistema.
Isso nos traz a própria questão dos reality shows que acompanhamos na vida real, onde um casalzinho é sempre formado, gerando curiosidade, torcidas e aumentando as chances deles no jogo. Katniss jogou com isso, se recusou a matar Peeta e alegou amá-lo. A justificativa do amor inspirou as pessoas da capital e deu uma desculpa aceitável para ela enfrentar o sistema. Mas, se ela não amasse? O puro e simples desafio da ordem gera uma faísca de revolução e a torna extremamente perigosa.
É interessante que diante deste cenário, a gente veja sempre a visão do Presidente Snow, querendo destruir Katniss, a visão dos doze distritos, se inspirando nela e começando a se insuflar contra a capital, a visão da equipe deles. Mas, nunca vemos a população da capital, apenas gritando como uma massa manipulável nas apresentações. Neste ponto, temos uma metáfora interessante na figura da filha de Snow, uma garotinha que começa a usar o mesmo penteado que Katniss, que diz querer amar alguém como ela ama Peeta e que parece começar a pensar por si só, sem o domínio completo do pai. Ela é mais próximo que temos da população da capital e através dela podemos imaginar que eles estejam também crescendo e despertando.
O mais belo de acompanhar, no entanto, é o despertar dos Distritos. A cena em que Katniss e Peeta estão no Distrito 11, por exemplo, é extremamente delicada e emocionante. Em todos os detalhes, desde a apresentação, passando pela fala dela, as consequências e sua retirada aos berros. A partir daí, é sutil cada construção, o pedido para que "fale o que realmente pensa", as lutas internas, o desafio no vestido do corvo, as questões do 75º Jogos.
Os Jogos, por sinal, ocupam um espaço muito menor neste filme. A preparação para eles é melhor explorada, até pelo significado que tem diante da resolução de Snow sobre quem serão os tributos. É forte, desde o anúncio, tanto que até mesmo a treinada Effie Trinket fica abalada na hora de anunciar os tributos do Distrito 12. Todo o clima construído nos envolve e ficamos na expectativa do que está por vir. Ainda que a ação dentro do jogo continue esquemática, temos também uma dramaticidade maior. O sofrimento paira no local e o clima de injustiça parece ganhar força. Isso, torna Em Chamas ainda mais interessante.
Jogos Vorazes só cresce em nosso conceito. De uma aposta interessante em 2012, consegue se tornar um filme com diversas camadas capazes de envolver e agradar quaisquer plateias. E o roteiro de Simon Beaufoy e Michael Arndt é hábil em nos fazer ficar curiosos em relação a resolução de tudo isso. Agora é aguardar pelos dois próximos capítulos, já que a Paris resolveu também dividir o último livro em dois filmes.
Jogos Vorazes: Em Chamas (The Hunger Games: Catching Fire, 2013)
Direção: Francis Lawrence
Roteiro: Simon Beaufoy, Michael Arndt
Com: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Donald Sutherland, Elizabeth Banks, Lenny Kravitz, Stanley Tucci, Philip Seymour Hoffman
Duração: 146 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Jogos Vorazes: Em Chamas
2013-11-19T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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