
Nada contra o amor, é bom deixar claro. Mas, o estereótipo de mulheres frágeis sonhando com o casamento não condiz mesmo com o padrão feminino atual. A mulher é mais do que uma eterna gata borralheira em busca do seu sapatinho de cristal. E é bom ver filmes tratando disso, de maneira cada vez mais intensa.
A evolução foi gradativa, é verdade, e não é tão recente como muitos imaginam. Já em 1991 com A Bela e a Fera, a Disney nos trouxe algumas quebras de paradigma. A jovem Bela não sonhava com o amor, vivia para os livros e para cuidar do pai. E foi ela quem salvou o príncipe e não o contrário. Ainda assim, o plot principal da trama é o enlace amoroso entre os dois.

Nos anos 2000 vieram outros exemplos como Tiana, do filme A Princesa e o Sapo, também trabalhadora, independente, que tenta ajudar um príncipe e acaba sendo encantada. Ou mesmo, a versão moderna de Rapunzel, com o filme Enrolados, onde a garota não ficava simplesmente esperando o herói a quem iria jogar as tranças cor de mel. Elas estão mais decididas, mandonas até. Não são tão frágeis quanto uma Branca de Neve ou uma Bela Adormecida.
O foco de Valente é o amor e as rusgas na relação entre mãe e filha. Isso a torna especial. Mas, ainda não a faz ser uma mudança completa, afinal, ela ainda é uma garota em fase de crescimento. O que nos garante que em um futuro não muito distante, ela também começará a buscar um amor para si?

Anna e Elsa nos mostram que o amor entre irmãs pode ser tão forte e recompensador quanto o amor romântico de um casal. E, mais do que isso, nos mostra que cada ser humano deve se conhecer e saber buscar o que é melhor para si, independente do mundo exterior e das convenções. Isso vemos em Frozen, de uma maneira criativa, inteligente e completamente dentro da trama. E por isso, ela se torna uma animação tão especial.