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Pompéia
Pompéia
No ano de 79 d.C., o vulcão Vesúvio entrou em erupção causando uma das maiores catástrofes que a humanidade já presenciou. A cidade ficou coberta de cinzas e hoje é um dos maiores museus arqueológicos do mundo, tendo conservado a arquitetura e posição dos corpos. Com muita imaginação e algumas licenças poéticas, Paul W.S. Anderson e os três roteiristas até conseguiram uma reconstituição de época interessante, mas caíram nos clichês e lugar comum ao focar no amor impossível.
Milo é um sobrevivente de uma aldeia celta dizimada pelos romanos. Passou a vida como escravo, sendo um excelente gladiador. Um dia, ele é vendido e levado à cidade de Pompéia onde conhece Cassia, a filha do governador local. A moça também despertou o interesse de um senador romano, Corvus, que vai à cidade propor um negócio ao pai dela. Em meio a tudo isso estão acontecendo as festividades locais e o Vesúvio está dando sinais de que vai entrar em erupção.
A cena inicial do filme é muito bem construída e forte. As cinzas do vulcão tomam conta da tela e vemos formações rochosas estranhas que vão se revelando corpos. O texto narra o desespero do povo diante da catástrofe e a morte inevitável. É uma pena, no entanto, que uma cena tão bem construída em seus detalhes não cria um eco com o seu final, poderia trazer um valor extra à direção de Paul W.S. Anderson, mas talvez fosse pedir demais dele.
A história de Milo também é bem construída. O drama da perda da família, a cena em que vê a mãe sendo degolada é muito boa. Talvez seja estranho, no entanto, ver Kit Harington (o Jon Snow de Game of Thrones) como um gladiador tão indestrutível. Forte e ágil, mas baixo e como ficou órfão tão pequeno, fica a pergunta de como se tornou tão hábil tendo apenas o treinamento de todos os outros. Adewale Akinnuoye-Agbaje, que faz Atticus, o gladiador campeão de Pompéia parece mais crível.
O romance entre Milo e Cássia é outra questão estranha. Tudo bem, vamos seguindo o amor romântico à primeira vista. Mas, é tudo tão platônico que não se justifica em momentos críticos. Assim como a postura dos seus pais parece dúbia. Eles aceitariam um romance de sua filha com um escravo caso não houvesse o senador? Tudo parece normal demais, sem questionar o fato do "amor impossível", até no incentivo da serva de Cássia, sempre empolgada com o fato da sua ama se interessar por aquele bonito rapaz.
De qualquer maneira, é construída uma tensão do perigo iminente e as cenas da erupção são bem produzidas. Há um detalhe ou outro que pode incomodar nos efeitos genéricos, mas no geral, as imagens impressionam. O 3D também ajuda na composição das camadas, dando mais profundidade e veracidade para o cenário do caos. Porém, tudo aquilo já é tão dramático e forte que os roteiristas não precisavam brincar com as nossas emoções ainda mais forçando plots e complicações sem sentido.
Em plena correria pela vida tendo um vulcão de um lado e um maremoto de outro, com um terremoto no meio, insistir em criar peripécias para os mocinhos, com vilões construindo ainda mais empecilhos para a tentativa de fuga acaba irritando, pois denuncia o óbvio da manipulação programada. Nos sentimos pior do que em Titanic vendo Rose voltando ao fundo do navio para soltar Jack da prisão.
Pompéia tem ares de épico, mas é um filme de aventura raso, que se foca tanto em uma história tradicional criada de amor impossível, malvado "dono" da moça e todos os outros detalhes de celtas, romanos e cidadãos de Pompéia que esquece que tem uma história incrível nas mãos. Quando o Vesúvio cospe seu poder, é de arrepiar qualquer ser humano, não precisava de tanta manipulação de emoções.
Pompéia (Pompeii, 2014 / EUA)
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: Janet Scott Batchler, Lee Batchler, Michael Robert Johnson
Com: Kit Harington, Emily Browning, Kiefer Sutherland, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Carrie-Anne Moss
Duração: 105 min.
Milo é um sobrevivente de uma aldeia celta dizimada pelos romanos. Passou a vida como escravo, sendo um excelente gladiador. Um dia, ele é vendido e levado à cidade de Pompéia onde conhece Cassia, a filha do governador local. A moça também despertou o interesse de um senador romano, Corvus, que vai à cidade propor um negócio ao pai dela. Em meio a tudo isso estão acontecendo as festividades locais e o Vesúvio está dando sinais de que vai entrar em erupção.
A cena inicial do filme é muito bem construída e forte. As cinzas do vulcão tomam conta da tela e vemos formações rochosas estranhas que vão se revelando corpos. O texto narra o desespero do povo diante da catástrofe e a morte inevitável. É uma pena, no entanto, que uma cena tão bem construída em seus detalhes não cria um eco com o seu final, poderia trazer um valor extra à direção de Paul W.S. Anderson, mas talvez fosse pedir demais dele.
A história de Milo também é bem construída. O drama da perda da família, a cena em que vê a mãe sendo degolada é muito boa. Talvez seja estranho, no entanto, ver Kit Harington (o Jon Snow de Game of Thrones) como um gladiador tão indestrutível. Forte e ágil, mas baixo e como ficou órfão tão pequeno, fica a pergunta de como se tornou tão hábil tendo apenas o treinamento de todos os outros. Adewale Akinnuoye-Agbaje, que faz Atticus, o gladiador campeão de Pompéia parece mais crível.
O romance entre Milo e Cássia é outra questão estranha. Tudo bem, vamos seguindo o amor romântico à primeira vista. Mas, é tudo tão platônico que não se justifica em momentos críticos. Assim como a postura dos seus pais parece dúbia. Eles aceitariam um romance de sua filha com um escravo caso não houvesse o senador? Tudo parece normal demais, sem questionar o fato do "amor impossível", até no incentivo da serva de Cássia, sempre empolgada com o fato da sua ama se interessar por aquele bonito rapaz.
De qualquer maneira, é construída uma tensão do perigo iminente e as cenas da erupção são bem produzidas. Há um detalhe ou outro que pode incomodar nos efeitos genéricos, mas no geral, as imagens impressionam. O 3D também ajuda na composição das camadas, dando mais profundidade e veracidade para o cenário do caos. Porém, tudo aquilo já é tão dramático e forte que os roteiristas não precisavam brincar com as nossas emoções ainda mais forçando plots e complicações sem sentido.
Em plena correria pela vida tendo um vulcão de um lado e um maremoto de outro, com um terremoto no meio, insistir em criar peripécias para os mocinhos, com vilões construindo ainda mais empecilhos para a tentativa de fuga acaba irritando, pois denuncia o óbvio da manipulação programada. Nos sentimos pior do que em Titanic vendo Rose voltando ao fundo do navio para soltar Jack da prisão.
Pompéia tem ares de épico, mas é um filme de aventura raso, que se foca tanto em uma história tradicional criada de amor impossível, malvado "dono" da moça e todos os outros detalhes de celtas, romanos e cidadãos de Pompéia que esquece que tem uma história incrível nas mãos. Quando o Vesúvio cospe seu poder, é de arrepiar qualquer ser humano, não precisava de tanta manipulação de emoções.
Pompéia (Pompeii, 2014 / EUA)
Direção: Paul W.S. Anderson
Roteiro: Janet Scott Batchler, Lee Batchler, Michael Robert Johnson
Com: Kit Harington, Emily Browning, Kiefer Sutherland, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Carrie-Anne Moss
Duração: 105 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Pompéia
2014-02-26T08:00:00-03:00
Amanda Aouad
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