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Ghost - Do Outro Lado da Vida
Ghost - Do Outro Lado da Vida
Quando Ghost foi lançado, tinha apenas 11 anos e estava curiosíssima em relação ao "tal do Espiritismo" que minha mãe começava a estudar. Lembro que fui ao cinema e fiquei encantada com a história. Hoje, revendo para um trabalho no centro espírita que frequento, percebo o quanto a obra envelheceu mal, pelo menos para mim. Ainda assim, continua uma bonita história de amor.
A trama acho que todos já sabem, o jovem Sam Wheat é assassinado quado retorna de um teatro com a esposa Molly, mas seu espírito se recusa a ir embora, deixando a amada sofrendo. Assim, Sam acaba descobrindo que sua morte foi provocada pelo melhor amigo, Carl, que estava interessado em seu dinheiro e que agora Molly corre perigo. Para tentar avisá-la, ele contará com a ajuda da médium Oda Mae Brown, uma charlatã de bom coração.
O filme é um melodrama romântico com todos os elementos do gênero. Tem a mocinha em apuros, o herói, o vilão, os aliados de cada um. Tem o alívio cômico, que continua sendo uma das melhores coisas do filme, com a personagem Oda Mae Brown em ótimas performances. Mas, o mais interessante é perceber que esse filme que foi tão propagado e discutido pela doutrina espírita seja uma trajetória tão marcada no justiceiro.
Claro que seres humanos fazem coisas certas e erradas, ninguém é perfeito. Mas, diante de algumas atitudes de Sam, fica uma sensação da velha lei do olho por olho. Ele não apenas quer salvar Molly, ele quer se vingar de Carl e Willie. E é impressionante como o roteiro, de certa forma, legitima isso, principalmente em sua resolução. São apenas observações filosóficas, no entanto, até porque o filme não tem fins doutrinários. Apenas quer contar uma história espiritualista.
E nesse objetivo, o roteiro de Bruce Joel Rubin consegue atingir o seu público. Somos apresentados a Sam e Molly, ao grande amor que sentem, ao desespero da separação pela morte, à urgência de ajudá-la e ao desfecho romântico. É possível criar empatia e acreditar nesse amor. A emoção, no entanto, vista hoje, parece forçada. É possível ver os elementos utilizados para criar a emoção na plateia. Principalmente na excessiva trilha sonora, que se assemelha à estratégia de telenovelas, subindo o tema musical amoroso a cada momento.
Outro problema faz parte da época em que o filme foi feito. Os efeitos especiais são extremamente primários, soando falsos principalmente quando temos os desfechos dos personagens Carl e Willie. Chega a ser risível em momentos que deveriam ser tensos ou emocionantes. De qualquer maneira, o efeito da luz em Sam continua funcionando, e, no geral, a produção foi inteligente em contar a história com poucos recursos comparados ao que temos hoje.
Por outro lado, a parte cômica da trama continua funcionando muito bem. Não apenas pelo talento da atriz Whoopi Goldberg, que está ótima no papel de Oda Mae. Mas, pelo próprio texto ágil e inteligente de suas cenas. As discursões com Sam são hilárias. O jogo da ex-charlatã que descobre poderes sobrenaturais também gera ótimos momentos. A sessão que Sam invade, por exemplo, é extremamente irônica, com a viúva querendo saber onde está a apólice de seguros e todas as pessoas ao redor. Há dinâmica nas cenas.
Ainda que datada, a trama de Ghost fez tanto sucesso na época por lidar com temas universais como amor, vingança, traição, sabendo aproveitar isso com um tema que gera curiosidade natural, independente de religiões, que é a vida após a morte. Como simples ficção ou busca de respostas, o filme se importa simplesmente em contar uma boa história. Isso atrai plateias até hoje. E por isso, ainda é um dos grandes sucessos do cinema.
Ghost - Do Outro Lado da Vida (Ghost, 1990 / EUA)
Direção: Jerry Zucker
Roteiro: Bruce Joel Rubin
Com: Patrick Swayze, Demi Moore, Whoopi Goldberg, Tony Goldwyn
Duração: 127 min.
A trama acho que todos já sabem, o jovem Sam Wheat é assassinado quado retorna de um teatro com a esposa Molly, mas seu espírito se recusa a ir embora, deixando a amada sofrendo. Assim, Sam acaba descobrindo que sua morte foi provocada pelo melhor amigo, Carl, que estava interessado em seu dinheiro e que agora Molly corre perigo. Para tentar avisá-la, ele contará com a ajuda da médium Oda Mae Brown, uma charlatã de bom coração.
O filme é um melodrama romântico com todos os elementos do gênero. Tem a mocinha em apuros, o herói, o vilão, os aliados de cada um. Tem o alívio cômico, que continua sendo uma das melhores coisas do filme, com a personagem Oda Mae Brown em ótimas performances. Mas, o mais interessante é perceber que esse filme que foi tão propagado e discutido pela doutrina espírita seja uma trajetória tão marcada no justiceiro.
Claro que seres humanos fazem coisas certas e erradas, ninguém é perfeito. Mas, diante de algumas atitudes de Sam, fica uma sensação da velha lei do olho por olho. Ele não apenas quer salvar Molly, ele quer se vingar de Carl e Willie. E é impressionante como o roteiro, de certa forma, legitima isso, principalmente em sua resolução. São apenas observações filosóficas, no entanto, até porque o filme não tem fins doutrinários. Apenas quer contar uma história espiritualista.
E nesse objetivo, o roteiro de Bruce Joel Rubin consegue atingir o seu público. Somos apresentados a Sam e Molly, ao grande amor que sentem, ao desespero da separação pela morte, à urgência de ajudá-la e ao desfecho romântico. É possível criar empatia e acreditar nesse amor. A emoção, no entanto, vista hoje, parece forçada. É possível ver os elementos utilizados para criar a emoção na plateia. Principalmente na excessiva trilha sonora, que se assemelha à estratégia de telenovelas, subindo o tema musical amoroso a cada momento.
Outro problema faz parte da época em que o filme foi feito. Os efeitos especiais são extremamente primários, soando falsos principalmente quando temos os desfechos dos personagens Carl e Willie. Chega a ser risível em momentos que deveriam ser tensos ou emocionantes. De qualquer maneira, o efeito da luz em Sam continua funcionando, e, no geral, a produção foi inteligente em contar a história com poucos recursos comparados ao que temos hoje.
Por outro lado, a parte cômica da trama continua funcionando muito bem. Não apenas pelo talento da atriz Whoopi Goldberg, que está ótima no papel de Oda Mae. Mas, pelo próprio texto ágil e inteligente de suas cenas. As discursões com Sam são hilárias. O jogo da ex-charlatã que descobre poderes sobrenaturais também gera ótimos momentos. A sessão que Sam invade, por exemplo, é extremamente irônica, com a viúva querendo saber onde está a apólice de seguros e todas as pessoas ao redor. Há dinâmica nas cenas.
Ainda que datada, a trama de Ghost fez tanto sucesso na época por lidar com temas universais como amor, vingança, traição, sabendo aproveitar isso com um tema que gera curiosidade natural, independente de religiões, que é a vida após a morte. Como simples ficção ou busca de respostas, o filme se importa simplesmente em contar uma boa história. Isso atrai plateias até hoje. E por isso, ainda é um dos grandes sucessos do cinema.
Ghost - Do Outro Lado da Vida (Ghost, 1990 / EUA)
Direção: Jerry Zucker
Roteiro: Bruce Joel Rubin
Com: Patrick Swayze, Demi Moore, Whoopi Goldberg, Tony Goldwyn
Duração: 127 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Ghost - Do Outro Lado da Vida
2014-04-28T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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