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O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro Quando O Espetacular Homem-Aranha chegou aos cinemas, a sensação geral era de que seria muito cedo para um reboot de um personagem ainda tão recente. Mas, a Sony tinha duas intenções muito claras ao zerar a série. Primeiro, apagar a má impressão deixada pelo terceiro filme de Sam Raimi. Segundo, manter seu contrato vivo e não perder os direitos para a Marvel que está louca para ter seu aracnídeo de volta, unindo-o ao projeto Vingadores.

Foi uma estratégia inteligente. Mas, o mais inteligente mesmo seria o que agora parece começar a se delinear. Um acordo com os estúdios Marvel para incluir o personagem no projeto macro que eles vem desenvolvendo. Pois, com esse segundo filme, percebemos que o Homem-Aranha sozinho já não está dando conta da expectativa criada no universo atualmente.

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro é um filme confuso. A começar pelo nome que parece mais um tratado que um título. O tom do humor escrachado da série Amazing é bastante explorado aqui, e isso por si só se torna um ponto de discórdia entre fãs e público em geral. É divertido ver o personagem mais solto, fazendo piadas a cada teia jogada ou ultrapassando limites do universo proposto. Mas, em muitos momentos, torna-se bobo, principalmente pela postura dos vilões.

Aqui, temos mais uma vez muitos vilões ao mesmo tempo, mas nada que assuste tal qual o já citado terceiro Homem-Aranha de 2007. O roteiro tenta manter o equilíbrio dos acontecimentos, mesclando o passado do pai de Peter Parker, com os problemas amorosos do personagem e as ameaças diversas. Há coerência na curva dramática que nos leva até o clímax que mistura mundo exterior com conflitos internos do personagem, naquela que talvez seja a cena mais esperada pelos fãs dos quadrinhos.

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro Há, porém, um jogo de exageros que nos faz sair do pacto fílmico a todo tempo, não embarcando de cabeça na aventura. A começar pelo segredo do pai. Muito bem desenvolvido no início, culmina em algumas revelações vexatórias que geraram inclusive piadas na internet em relação a um certo trem. Não pela forma em si, mas pelo que isso acrescenta de fato à trama, parece mal desenvolvido. Da mesma forma que o Duende Verde, que não se esgota aqui, é verdade. Mas, o pouco que já é desenvolvido fica quase leviano. Não tem a mesma complexidade da primeira série, por exemplo.

Já o vilão do título, Electro, tem uma boa construção inicial, com o drama do personagem Max Dillon. Jamie Foxx consegue nos convencer com o solitário e ingênuo homem, que se encanta com o Homem-Aranha e só quer ser reconhecido pelo mundo. Mas, quando ele se transforma, também gera problemas de aceitação, principalmente por seus diálogos tolos, que nos deixam incomodados com a situação proposta.

O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro Mas, se o mundo externo e as lutas do herói são mal desenvolvidas, os conflitos internos aqui conseguem atingir o seu auge. A relação com Gwen Stacy é muito bem explorada. E a produção acertou ao cortar Mary Jane, ainda não era o momento de trabalhá-la. Emma Stone consegue criar uma boa química com Andrew Garfield, nos dando boas doses de romance e drama, nessa trágica relação. Mas, o que merece destaque mesmo neste volume é sua relação com a tia May. Sally Field faz jus a sua escalação, nos presenteando com uma das cenas mais emocionantes do filme, ajudando a humanizar ainda mais o personagem.

Final das contas, O Espetacular Homem-Aranha 2 é um filme de aventura que não atinge as expectativas do sucesso do seu personagem. De longe um dos mais interessantes da Marvel, ele parece perdido e sem fôlego nos cinemas. Talvez a estratégia de lutar contra um esquema tão forte quanto o que os estúdios rivais estão fazendo seja um dos problemas. De qualquer maneira, há boas cenas de ação que podem empolgar algumas plateias.


O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro (The Amazing Spider-Man 2, 2014 / EUA)
Direção: Marc Webb
Roteiro: Alex Kurtzman, Roberto Orc
Com: Andrew Garfield, Emma Stone, Jamie Foxx, Dane DeHaan, Sally Field
Duração: 142 min.

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