Home
comedia
critica
drama
Gary Sinise
Haley Joel Osment
Mykelti Williamson
Robert Zemeckis
Robin Wright
Sally Field
Tom Hanks
Forrest Gump
Forrest Gump
De vez enquanto é bom revisitar filmes passados. Forrest Gump é desses clássicos recentes que já marcaram época, seja pela história, pela atuação de Tom Hanks ou pelas brincadeiras entre a ficção e o real. Ah, e como curiosidade é também o primeiro filme de Haley Joel Osment, que se tornou pequena celebridade com O Sexto Sentido.
Normalmente acho esses complementos nos títulos nacionais uma bobagem. Uma espécie de foto legenda tipo Shine - Brilhante. Mas, apesar de desnecessário, o complemento O Contador de Histórias para Forrest Gump é bastante propício. Porque é isso que o personagem de fato é. O roteiro é uma espécie de brincadeira com aquele estereótipo do "contador de causos", como diz no interior, que sempre aumenta um ponto, exagera algum detalhe, mistura fantasia com realidade.
Mas, no caso de Forrest não é bem assim. Ele é um ingênuo, com um Q.I. abaixo da média, incapaz de ludibriar pessoas, tudo para ele é o que é. E ele passou por tudo em sua vida. São tanta histórias absurdas que seria difícil mesmo de alguém acreditar. Não por acaso, muitos dos seus ouvintes no banco da praça saem irritados ou apressados. Mas, ao mesmo tempo que o realizadores brincam com a fantasia, há uma verdade no personagem que contagia os de coração aberto, como a senhora que fica com ele até o final.
Robert Zemeckis dá ao filme um tom de fábula. Tanto que começa e termina com uma pena voando pelo céu. Isso traz também uma espécie de simbologia para o personagem que parece "levado pelo vento". Até por sua inteligência limitada, Forrest não tem capacidade de escolher caminhos, tomar decisões, ele simplesmente segue o fluxo. E quis o destino que ele sempre estivesse no lugar certo na hora certa.
Através dessa premissa, o texto de Eric Roth, muito irônico brinca com tudo. Com a dança de Elvis Presley, com a Ku Klux Klan, com os diversos presidentes dos Estados Unidos, com John Lennon, com pessoas que simplesmente seguem outras como gado, com a cultura pop, com o movimento hippie, com a Guerra do Vietnã. A partir deste último ele ainda faz uma construção irônica incrível com a função do exército. Já que Forrest se torna um soldado exemplar, seria uma instituição para idiotas? "Você é um gênio, Gump", grita o comandante.
A montagem do filme e os efeitos que misturam imagens reais com o encenado é impressionante. Tudo é muito cuidadoso e parece mesmo que Tom Hanks está ali inserido nas cenas, interagindo com as imagens. Há também um bom ritmo de passagem, ligando cenas paralelas com recursos como a televisão, ou sequências de passagem do tempo irônicas como as de Bubba falando sobre camarão no exército. Aliás, falando em Bubba as inserções de marcas também é muito bem feita, tornando tudo parte da narrativa.
Agora, claro que muito do sucesso de Forrest Gump se deve à interpretação de Tom Hanks. O ator consegue nos passar a verdade desse personagem bobo sem se tornar over. Não há um estereótipo do abestalhado, é possível enxergar a particularidade daquele ser, que é movido pelo amor de duas mulheres fortes. Sua mãe, vivia pela também ótima em cena Sally Field, e sua eterna paixão Jenny, vivida por Robin Wright. E temos ainda a boa atuação de Gary Sinise como o tenente Dan Taylor.
Forrest Gump, o contador de histórias é um filme divertido, inteligente e agradável de acompanhar. Nos sentimos um pouco ali, ao lado dele, sentados no banco, ouvindo-o, tal qual uma criança ouvindo os pais, porque o ser humano é também movido por isso. Pelo fascínio de conhecer boas novas histórias.
Forrest Gump, o Contador de Histórias (Forrest Gump, 1994 / EUA)
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Eric Roth
Com: Tom Hanks, Sally Field, Robin Wright, Gary Sinise, Mykelti Williamson, Haley Joel Osment
Duração: 142 min.
Normalmente acho esses complementos nos títulos nacionais uma bobagem. Uma espécie de foto legenda tipo Shine - Brilhante. Mas, apesar de desnecessário, o complemento O Contador de Histórias para Forrest Gump é bastante propício. Porque é isso que o personagem de fato é. O roteiro é uma espécie de brincadeira com aquele estereótipo do "contador de causos", como diz no interior, que sempre aumenta um ponto, exagera algum detalhe, mistura fantasia com realidade.
Mas, no caso de Forrest não é bem assim. Ele é um ingênuo, com um Q.I. abaixo da média, incapaz de ludibriar pessoas, tudo para ele é o que é. E ele passou por tudo em sua vida. São tanta histórias absurdas que seria difícil mesmo de alguém acreditar. Não por acaso, muitos dos seus ouvintes no banco da praça saem irritados ou apressados. Mas, ao mesmo tempo que o realizadores brincam com a fantasia, há uma verdade no personagem que contagia os de coração aberto, como a senhora que fica com ele até o final.
Robert Zemeckis dá ao filme um tom de fábula. Tanto que começa e termina com uma pena voando pelo céu. Isso traz também uma espécie de simbologia para o personagem que parece "levado pelo vento". Até por sua inteligência limitada, Forrest não tem capacidade de escolher caminhos, tomar decisões, ele simplesmente segue o fluxo. E quis o destino que ele sempre estivesse no lugar certo na hora certa.
Através dessa premissa, o texto de Eric Roth, muito irônico brinca com tudo. Com a dança de Elvis Presley, com a Ku Klux Klan, com os diversos presidentes dos Estados Unidos, com John Lennon, com pessoas que simplesmente seguem outras como gado, com a cultura pop, com o movimento hippie, com a Guerra do Vietnã. A partir deste último ele ainda faz uma construção irônica incrível com a função do exército. Já que Forrest se torna um soldado exemplar, seria uma instituição para idiotas? "Você é um gênio, Gump", grita o comandante.
A montagem do filme e os efeitos que misturam imagens reais com o encenado é impressionante. Tudo é muito cuidadoso e parece mesmo que Tom Hanks está ali inserido nas cenas, interagindo com as imagens. Há também um bom ritmo de passagem, ligando cenas paralelas com recursos como a televisão, ou sequências de passagem do tempo irônicas como as de Bubba falando sobre camarão no exército. Aliás, falando em Bubba as inserções de marcas também é muito bem feita, tornando tudo parte da narrativa.
Agora, claro que muito do sucesso de Forrest Gump se deve à interpretação de Tom Hanks. O ator consegue nos passar a verdade desse personagem bobo sem se tornar over. Não há um estereótipo do abestalhado, é possível enxergar a particularidade daquele ser, que é movido pelo amor de duas mulheres fortes. Sua mãe, vivia pela também ótima em cena Sally Field, e sua eterna paixão Jenny, vivida por Robin Wright. E temos ainda a boa atuação de Gary Sinise como o tenente Dan Taylor.
Forrest Gump, o contador de histórias é um filme divertido, inteligente e agradável de acompanhar. Nos sentimos um pouco ali, ao lado dele, sentados no banco, ouvindo-o, tal qual uma criança ouvindo os pais, porque o ser humano é também movido por isso. Pelo fascínio de conhecer boas novas histórias.
Forrest Gump, o Contador de Histórias (Forrest Gump, 1994 / EUA)
Direção: Robert Zemeckis
Roteiro: Eric Roth
Com: Tom Hanks, Sally Field, Robin Wright, Gary Sinise, Mykelti Williamson, Haley Joel Osment
Duração: 142 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Forrest Gump
2014-05-07T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
comedia|critica|drama|Gary Sinise|Haley Joel Osment|Mykelti Williamson|Robert Zemeckis|Robin Wright|Sally Field|Tom Hanks|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...