
Talvez você possa se lembrar de Madagascar ou mesmo de Rio com essa sinopse, mas o diferencial de Amazônia é que este não é um filme totalmente ficcional, muito menos uma animação. É uma simulação fictícia, digamos assim, para apresentar uma espécie de documentário sobre a floresta amazônica através do olhar de um macaquinho domesticado.

Tal qual A Marcha dos Pinguins, o filme peca ao tentar humanizar demais os bichos, colocando falas em sua boca. E no caso de Amazônia essas falas são ainda mais infantilizadas, até pela personalidade de Castanha que lembra em diversos aspectos a ararinha azul Blu, de Rio. Atrapalhado, medroso e civilizado ao extremo. Mas, ele vai aprendendo. E, com ele, vamos juntos embarcando nesta viagem à selva.

Mas, nem tudo é real nas imagens do filme. Em determinado momento, Castanha come cogumelos alucinógenos e Thierry Ragobert constrói uma espécie de simulação dessa alucinação, misturando imagens diversas, distorcendo a imagem de Castanha, construindo uma montagem ágil e esteticamente interessante, para nos mostrar a viagem do macaquinho.

Da mesma forma que o contexto político do desmatamento e da exploração do homem, passa quase despercebido na trama, apesar de ter um papel importante na jornada de Castanha. O assunto renderia diversas outras discussões que não cabiam aqui, na jornada pessoal de auto-descobrimento do pequeno macaco.
No final, temos um filme com imagens e curiosidades sobre a floresta em um texto infantil que deve agradar as crianças que podem se identificar e se divertir com a aventura desse engraçado macaquinho.
Amazônia (Amazônia, 2014 / Brasil / França)
Direção: Thierry Ragobert
Roteiro: Johanne Bernard, Luiz Bolognesi, Louis-Paul Desanges, Luc Marescot e Thierry Ragobert
Duração: 83 min.