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Branco Sai. Preto Fica
Branco Sai. Preto Fica
Por mais que trate de um acontecimento real, com personagens reais em cena, Branco Sai. Preto Fica não chega a ser um documentário completo. Na verdade, ele flerta com a ficção científica, não apenas na estrutura narrativa, como até mesmo na ironia em questionar sua própria realidade a partir de uma comunidade imaginária.
A trama se divide em três frentes. Um DJ de uma rádio pirata, deficiente físico. Um rapaz amputado que vive de arrumar pernas mecânicas. E um homem enviado do futuro com a missão de reunir provas de discriminação racial do governo.
Estamos em uma realidade paralela onde a Ceilândia não é apenas uma cidade-satélite do Distrito Federal, mas é um espaço de suspensão da realidade, com toque de recolher e onde grupos buscam passaportes falsos para conseguir entrar em Brasília.
O mote condutor é um acontecimento que se tornou quase mítico na região, de uma invasão policial a um baile funk na década de oitenta que mutilou diversos jovens e marcou uma geração pela segregação, preconceito e violência gratuita.
O filme é uma espécie de protesto simbólico, onde diversas alegorias vão sendo construídas, inclusive uma bomba, com reflexos da cultura local, baseada principalmente no rap e no hip hop. Mas, que em determinado momento nos dá uma seqüência de forró quase surreal com uma dança do jumento.
Branco Sai. Preto Fica se perde em uma narrativa complexa que poderia ser melhor conduzida. É verdade. O início promissor com a narração do locutor de rádio, a premissa do cidadão futurista e a rotina dos dois personagens locais nos dão a sensação de que poderíamos ter algo realmente incrível com um planejamento melhor.
Mas, isso não quer dizer que não haja um filme forte, bem construído e com qualidades tão explícitas de uma obra que vai além do fato. Há uma lógica própria ali, uma consciência do que quer ser passado. Uma escolha política. Além de um domínio de sua própria técnica. Talvez por isso esteja chamando tanta atenção por onde passa.
Branco Sai. Preto Fica é uma fábula própria de uma comunidade bastante particular, a partir de um episódio específico. Mas, paradoxalmente, consegue ser extremamente universal em sua busca de expressão e espaço próprio. Poderia ser melhor desenvolvido, mas não perde seu mérito.
Filme visto no 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Branco Sai. Preto Fica (2014 / Brasil)
Direção: Adirley Queiroz
Roteiro: Adirley Queiroz
Com: Marquim do Tropa, Shockito, Dilmar Durães, DJ Jamaika e Gleide Firmino
Duração: 93 min.
A trama se divide em três frentes. Um DJ de uma rádio pirata, deficiente físico. Um rapaz amputado que vive de arrumar pernas mecânicas. E um homem enviado do futuro com a missão de reunir provas de discriminação racial do governo.
Estamos em uma realidade paralela onde a Ceilândia não é apenas uma cidade-satélite do Distrito Federal, mas é um espaço de suspensão da realidade, com toque de recolher e onde grupos buscam passaportes falsos para conseguir entrar em Brasília.
O mote condutor é um acontecimento que se tornou quase mítico na região, de uma invasão policial a um baile funk na década de oitenta que mutilou diversos jovens e marcou uma geração pela segregação, preconceito e violência gratuita.
O filme é uma espécie de protesto simbólico, onde diversas alegorias vão sendo construídas, inclusive uma bomba, com reflexos da cultura local, baseada principalmente no rap e no hip hop. Mas, que em determinado momento nos dá uma seqüência de forró quase surreal com uma dança do jumento.
Branco Sai. Preto Fica se perde em uma narrativa complexa que poderia ser melhor conduzida. É verdade. O início promissor com a narração do locutor de rádio, a premissa do cidadão futurista e a rotina dos dois personagens locais nos dão a sensação de que poderíamos ter algo realmente incrível com um planejamento melhor.
Mas, isso não quer dizer que não haja um filme forte, bem construído e com qualidades tão explícitas de uma obra que vai além do fato. Há uma lógica própria ali, uma consciência do que quer ser passado. Uma escolha política. Além de um domínio de sua própria técnica. Talvez por isso esteja chamando tanta atenção por onde passa.
Branco Sai. Preto Fica é uma fábula própria de uma comunidade bastante particular, a partir de um episódio específico. Mas, paradoxalmente, consegue ser extremamente universal em sua busca de expressão e espaço próprio. Poderia ser melhor desenvolvido, mas não perde seu mérito.
Filme visto no 47º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Branco Sai. Preto Fica (2014 / Brasil)
Direção: Adirley Queiroz
Roteiro: Adirley Queiroz
Com: Marquim do Tropa, Shockito, Dilmar Durães, DJ Jamaika e Gleide Firmino
Duração: 93 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Branco Sai. Preto Fica
2014-09-27T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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