
O filme é uma sucessão de erros. Parece sina do diretor John R. Leonetti assinar continuações duvidosas de filmes de sucesso, como ele fez com Efeito Borboleta 2. Digo sina, porque o filme nem chega a ser um problema de direção. Há escolhas interessantes e os efeitos do suspense são bem construídos. Mas, o roteiro mal conduzido nos leva a uma parte final tão incômoda que nem mesmo medo é possível sentir.

Annabelle tem um problema de criação de expectativa. Normalmente, os filmes de terror vão nos conduzindo no suspense e só depois revelam o mistério do fenômeno. Aqui, acompanhamos a história do espírito desde o início, não restando muita explicação, apenas a expectativa dos sustos e da busca pela alma daquela família simpática. Quando uma possível revelação acontece, é tola e óbvia, nos deixando ainda mais frustrados.

A personagem de Alfre Woodard, por sinal, é completamente suspensa da realidade. A forma como surge, a forma como se relaciona com o casal, e, principalmente, a resolução soa inverossímil. E mesmo a construção do suspense diante dos fenômenos que vão acontecendo na casa são frágeis e raros. Pouco mais medo, principalmente após começarmos a visualizar o além.
Annabelle acaba demonstrando-se apenas um filme oportunista, diante de um sucesso anterior. Uma pena, tinha potencial para muito mais.
Annabelle (Annabelle, 2014 / EUA)
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Com: Ward Horton, Annabelle Wallis, Alfre Woodard
Duração: 98 min.