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Entre Abelhas
Entre Abelhas
Entre Abelhas é um filme corajoso no cenário atual do cinema brasileiro. Diante de um público acostumado às comédias pastelão, colocar um ícone cômico como Fábio Porchat para protagonizar uma dramédia brinca muito com as expectativas da obra.
Porchat interpreta Bruno, um rapaz que acaba se separar de sua esposa e começa a não ver mais as pessoas. Sua mãe, interpretada por Irene Ravache, faz de tudo para ajudá-lo, mas parece que a cada dia, ele vê menos pessoas. Com a ajuda de um psiquiatra, ele irá tentar entender o que está acontecendo.
É compreensível que o grande público espere uma comédia escrachada. Afinal, além de Fábio Porchat e Marcos Veras no elenco, a direção é de Ian SBF, responsável por boa parte dos vídeos do Porta dos Fundos. Mas, o que o diretor demonstra é algo que está sutil nas esquetes da internet: é possível criar um roteiro bem humorado, mas com profundidade.
E isso é algo que não se pode negar em Entre Abelhas. É um filme bem feito. Um bom roteiro, bem dirigido e com boas atuações, que possui ritmo, alguma graça, mas onde a questão existencial predomina. Afinal, o que se passa com Bruno? Por que ele não consegue mais ver as pessoas?
Fábio Porchat interpreta, talvez pela primeira vez, um personagem trágico. Não há graça nele, o entorno é que o torna tragicômico. Para ele, não ver pessoas é um drama, mas isso causa situações engraçadas, ou que a gente acaba rindo de nervoso por alguma situação esdrúxula, como quando ele abre a porta na cara de uma senhora.
Mas, o mais interessante do roteiro é que ele não é óbvio, ou explícito. Muito de sua explicação vai sendo construído por pistas lançadas nas sessões de terapia. O filme não lhe dá nada pronto, deixando que seu poder de observação construa as elipses, inclusive a resolução.
O que não significa que estejamos diante de uma obra-prima brasileira. É um filme bem feito, mas não traz nada de novo ou especial diante das diversas obras já vistas no cinema do gênero. Inclusive, repleto de clichês como o amigo farrista e garanhão. Mas, é interessante que estejamos conseguindo construir algo assim também.
Entre Abelhas é um filme de entretenimento, mas inteligente, e busca utilizar o humor para algo além da simples gag. Não espere, no entanto, se embolar de rir, ainda que tenham algumas cenas bem engraçadas.
Entre Abelhas (2015 / Brasil)
Direção: Ian SBF
Roteiro: Fábio Porchat, Ian SBF
Com: Fábio Porchat, Irene Ravache, Marcos Veras, Luis Lobianco, Giovana Lancellotti, Leticia Lima
Duração: 99 min.
Porchat interpreta Bruno, um rapaz que acaba se separar de sua esposa e começa a não ver mais as pessoas. Sua mãe, interpretada por Irene Ravache, faz de tudo para ajudá-lo, mas parece que a cada dia, ele vê menos pessoas. Com a ajuda de um psiquiatra, ele irá tentar entender o que está acontecendo.
É compreensível que o grande público espere uma comédia escrachada. Afinal, além de Fábio Porchat e Marcos Veras no elenco, a direção é de Ian SBF, responsável por boa parte dos vídeos do Porta dos Fundos. Mas, o que o diretor demonstra é algo que está sutil nas esquetes da internet: é possível criar um roteiro bem humorado, mas com profundidade.
E isso é algo que não se pode negar em Entre Abelhas. É um filme bem feito. Um bom roteiro, bem dirigido e com boas atuações, que possui ritmo, alguma graça, mas onde a questão existencial predomina. Afinal, o que se passa com Bruno? Por que ele não consegue mais ver as pessoas?
Fábio Porchat interpreta, talvez pela primeira vez, um personagem trágico. Não há graça nele, o entorno é que o torna tragicômico. Para ele, não ver pessoas é um drama, mas isso causa situações engraçadas, ou que a gente acaba rindo de nervoso por alguma situação esdrúxula, como quando ele abre a porta na cara de uma senhora.
Mas, o mais interessante do roteiro é que ele não é óbvio, ou explícito. Muito de sua explicação vai sendo construído por pistas lançadas nas sessões de terapia. O filme não lhe dá nada pronto, deixando que seu poder de observação construa as elipses, inclusive a resolução.
O que não significa que estejamos diante de uma obra-prima brasileira. É um filme bem feito, mas não traz nada de novo ou especial diante das diversas obras já vistas no cinema do gênero. Inclusive, repleto de clichês como o amigo farrista e garanhão. Mas, é interessante que estejamos conseguindo construir algo assim também.
Entre Abelhas é um filme de entretenimento, mas inteligente, e busca utilizar o humor para algo além da simples gag. Não espere, no entanto, se embolar de rir, ainda que tenham algumas cenas bem engraçadas.
Entre Abelhas (2015 / Brasil)
Direção: Ian SBF
Roteiro: Fábio Porchat, Ian SBF
Com: Fábio Porchat, Irene Ravache, Marcos Veras, Luis Lobianco, Giovana Lancellotti, Leticia Lima
Duração: 99 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Entre Abelhas
2015-04-29T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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