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Velozes e Furiosos 7
Velozes e Furiosos 7
Muita coisa mudou entre esta sétima sequência e o primeiro Velozes e Furiosos. O que começou de maneira despretensiosa, explorando carros de corrida em um roteiro que lembra muito Caçadores de Emoção, cresceu, se tornando uma franquia milionária, misturando gêneros diversos. E entre comédia, suspensão da realidade muito além de simples corridas e despedidas emotivas, acaba sendo um belo entretenimento.
Após os acontecimentos de Londres, ocorridos no sexto filme, Dominic Toretto e sua "família" estão livres da polícia e de volta aos Estados Unidos. Porém, o que parecia um final feliz se torna pesadelo quando Deckard Shaw quer vingar o que aconteceu a seu irmão Owen Shaw. O que era apenas uma operação internacional se torna pessoal e a vida de todo o grupo está em perigo.
Os carros continuam lá, e estão ainda mais velozes, belos e incríveis. Mas, neste filme, a trupe liderada por Toretto e o ex-policial Brian O'Conner não é mais apenas uma turma de corredores exímios. Estão mais para super-heróis quase indestrutíveis que fazem até carro voar e desafiam todas as leis da física, química, e, de quebra, ainda se tornam videntes como em uma cena que um determinado personagem sabe exatamente onde e quando cair.
Mas, apesar dos absurdos, não há como negar que as cenas de ação são muito bem feitas e criativas. A sequência do "plano" de Roman Pearce, por exemplo, quando eles vão tentar libertar a hacker Ramsey é sensacional. O ritmo é bom, a adrenalina fica alta, tudo é extremamente divertido. Agora, ou você mergulha literalmente com eles, ou vai passar o tempo todo reclamando das sequências de mentira. E, acredite, quando você pensa que já viu tudo, ainda é surpreendido por algo mais mirabolante. E esta sequência era apenas o começo.
O mais interessante é que eles levam isso tudo de uma maneira tão natural que se torna uma grande diversão. O filme não busca se levar a sério, nem aprimorar o roteiro que parece estar ali apenas como desculpa de mais uma aventura. Tanto que relevamos os péssimos diálogos nos raros momentos de pausa. Vingança de irmão, Olho de Deus, caçada internacional. Tudo isso é pano de fundo para vermos Don, Brian, Letty, Tej, Roman e até o policial Luke Hobbs em ação.
James Wan comprova que sua criatividade não é apenas para nos dar susto. Após resgatar o gênero de terror nos cinemas com obras como Jogos Mortais, Invocação do Mal e Sobrenatural, ele se diverte com um filme de ação, que tem muito humor e, por que não, alguns sustos diante de atitudes tão inusitadas de seus personagens.
Agora, quem estava esperando Ronda Rousey em ação, pode se decepcionar. A campeã de MMA é uma participação especial, com uma cena de luta que já vazou por todos os lados da internet, mas não vai muito além disso. Sendo quase uma figurante de luxo. Já que o roteiro não tinha muito nexo mesmo, e ficou ainda mais recauchutado após a morte de Paul Walker, poderiam explorar um pouco mais sua personagem.
E por falar em Walker. O filme acaba sendo uma grande homenagem ao ator que amava a velocidade, sendo dono de muitos dos carros utilizados na franquia. E que ironicamente faleceu em um acidente automobilístico. Misturando CGI e seus irmãos como dublês, temos Brian O'Conner presente em toda a projeção e uma construção coerente dentro da narrativa para uma despedida emocionada.
Na verdade, todo o clima de Velozes e Furiosos 7 é de despedida. Ainda que sinta cheiro de capítulo oito, porque enquanto tiver multidões indo ao cinema, os estúdios estarão lá produzindo suas sequências. Porém, aqui temos um filme tributo que nos leva a todos os símbolos dessa franquia, inclusive a corrida de carros no deserto. Ainda que os carros aqui voem, não perdem o rumo do asfalto, trazendo de volta as pistas, inclusive, carros anteriores simbólicos.
Velozes e Furiosos 7 não é para se levar a sério. Nem a própria franquia espera isso do espectador. É para sentar e mergulhar em sua ação, como se estivéssemos sentados em um daqueles carros. Mais de duas horas de pura diversão.
Velozes e Furiosos 7 (Furious 7, 2015 / EUA)
Direção: James Wan
Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson
Com: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Ludacris, Tyrese Gibson, Jason Statham
Duração: 137 min.
Após os acontecimentos de Londres, ocorridos no sexto filme, Dominic Toretto e sua "família" estão livres da polícia e de volta aos Estados Unidos. Porém, o que parecia um final feliz se torna pesadelo quando Deckard Shaw quer vingar o que aconteceu a seu irmão Owen Shaw. O que era apenas uma operação internacional se torna pessoal e a vida de todo o grupo está em perigo.
Os carros continuam lá, e estão ainda mais velozes, belos e incríveis. Mas, neste filme, a trupe liderada por Toretto e o ex-policial Brian O'Conner não é mais apenas uma turma de corredores exímios. Estão mais para super-heróis quase indestrutíveis que fazem até carro voar e desafiam todas as leis da física, química, e, de quebra, ainda se tornam videntes como em uma cena que um determinado personagem sabe exatamente onde e quando cair.
Mas, apesar dos absurdos, não há como negar que as cenas de ação são muito bem feitas e criativas. A sequência do "plano" de Roman Pearce, por exemplo, quando eles vão tentar libertar a hacker Ramsey é sensacional. O ritmo é bom, a adrenalina fica alta, tudo é extremamente divertido. Agora, ou você mergulha literalmente com eles, ou vai passar o tempo todo reclamando das sequências de mentira. E, acredite, quando você pensa que já viu tudo, ainda é surpreendido por algo mais mirabolante. E esta sequência era apenas o começo.
O mais interessante é que eles levam isso tudo de uma maneira tão natural que se torna uma grande diversão. O filme não busca se levar a sério, nem aprimorar o roteiro que parece estar ali apenas como desculpa de mais uma aventura. Tanto que relevamos os péssimos diálogos nos raros momentos de pausa. Vingança de irmão, Olho de Deus, caçada internacional. Tudo isso é pano de fundo para vermos Don, Brian, Letty, Tej, Roman e até o policial Luke Hobbs em ação.
James Wan comprova que sua criatividade não é apenas para nos dar susto. Após resgatar o gênero de terror nos cinemas com obras como Jogos Mortais, Invocação do Mal e Sobrenatural, ele se diverte com um filme de ação, que tem muito humor e, por que não, alguns sustos diante de atitudes tão inusitadas de seus personagens.
Agora, quem estava esperando Ronda Rousey em ação, pode se decepcionar. A campeã de MMA é uma participação especial, com uma cena de luta que já vazou por todos os lados da internet, mas não vai muito além disso. Sendo quase uma figurante de luxo. Já que o roteiro não tinha muito nexo mesmo, e ficou ainda mais recauchutado após a morte de Paul Walker, poderiam explorar um pouco mais sua personagem.
E por falar em Walker. O filme acaba sendo uma grande homenagem ao ator que amava a velocidade, sendo dono de muitos dos carros utilizados na franquia. E que ironicamente faleceu em um acidente automobilístico. Misturando CGI e seus irmãos como dublês, temos Brian O'Conner presente em toda a projeção e uma construção coerente dentro da narrativa para uma despedida emocionada.
Na verdade, todo o clima de Velozes e Furiosos 7 é de despedida. Ainda que sinta cheiro de capítulo oito, porque enquanto tiver multidões indo ao cinema, os estúdios estarão lá produzindo suas sequências. Porém, aqui temos um filme tributo que nos leva a todos os símbolos dessa franquia, inclusive a corrida de carros no deserto. Ainda que os carros aqui voem, não perdem o rumo do asfalto, trazendo de volta as pistas, inclusive, carros anteriores simbólicos.
Velozes e Furiosos 7 não é para se levar a sério. Nem a própria franquia espera isso do espectador. É para sentar e mergulhar em sua ação, como se estivéssemos sentados em um daqueles carros. Mais de duas horas de pura diversão.
Velozes e Furiosos 7 (Furious 7, 2015 / EUA)
Direção: James Wan
Roteiro: Chris Morgan, Gary Scott Thompson
Com: Vin Diesel, Paul Walker, Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez, Jordana Brewster, Ludacris, Tyrese Gibson, Jason Statham
Duração: 137 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Velozes e Furiosos 7
2015-04-08T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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