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Linda de Morrer
Linda de Morrer
Estrelado por Glória Pires, mais uma comédia brasileira da Globo Filmes chega aos cinemas de todo o país. Sucesso de público e alvo das críticas, as comédias se tornaram uma espécie de generalização de fácil público. Linda de Morrer, pelo menos, possui algo que muitas delas parecem ter esquecido ser necessário: uma história, um roteiro com personagens trabalhados em vez de se pautar apenas no talento de improvisação de humoristas diversos.
Na trama, Glória Pires é Paula Lins, uma dermatologista que acredita ter encontrado a cura definitiva para a celulite. Porém, o remédio possui um efeito colateral que leva a médica à morte e agora seu espírito tentará se comunicar com sua filha para impedir que o Milagra seja comercializado prejudicando outras mulheres. Só que, para isso, ela vai precisar da ajuda do médium Daniel que não está tão disposto a acreditar em seu próprio dom.
Não tem como não lembrar de filmes como Ghost ou o Um Espírito Baixou em Mim ao ver a obra. O filme de Jerry Zucker, inclusive, possui cenas muito semelhantes como a cena em que médium, espírito e parente encarnado sentam em um sofá para falar sobre a situação. Mas, é interessante que o filme de Cris D´Amato possui qualidades tanto no texto quanto nas atuações, sempre brincando com as situações e criando piadas com o que está por vir.
Vemos, por exemplo, várias antecipações com "cheguei do além" ou "nem morta", ou ainda a "entrada triunfal" que ela fará em sua festa. Outras piadas são relacionadas à própria construção das personagens como Paula chamar a filha de "Sebastiana Salgada do Leblon". Aliás, essa cena de discussão entre mãe e filha, construída em paralelo com a cena entre a avó e o neto é um dos bons momentos do filme, ligando as quatro personagens e preparando a trama sem forçar a situação.
Outro destaque está na direção de arte do filme, já na abertura mesclando créditos com situações em cena, vemos criatividade na utilização dos elementos. Isso também se reflete nos figurinos e cenários, além de cartazes do Milagra, que por sinal, acaba sendo uma piada sonora com o Viagra, sendo inclusive uma pílula em parte azul, só que com o complemento do vermelho.
Ainda que bem humorada e com um ritmo envolvente a ponto de não sentirmos a passagem do tempo, o filme peca em alguns exageros como as cenas com a empregada Jaci vivida por Priscila Marinho que são sempre um tom a mais do necessário para a trama, inclusive a piada "eu vi a Glória" como o nome da atriz que interpreta a protagonista não tem muito sentido dentro da própria situação. Outra cena que começa muito bem no programa de televisão, com piadas irônicas ao tipo de atração, acaba se excedendo pela longa duração. E o clímax do filme onde a história poderia ser aprofundada, acaba se perdendo pela escolha da piada clichê da mulher dentro do corpo de um homem exagerar como se este fosse gay.
Mesmo sem ser categorizado como filme religioso, acredito que Linda de Morrer seja o melhor filme espírita já feito no Brasil. Não que isso queira dizer muita coisa diante da qualidade cinematográfica desse sub-gênero brasileiro, mas estão ali todas as premissas da doutrina. O problema é que, muitas vezes, as gags humorísticas não deixam o público prestar tanta atenção nisso, como esta cena chave em que Paula fala através da boca do sócio Francis, vivido por Ângelo Paes Leme. Ali está a mensagem sobre a valorização da própria aparência e o aprendizado da personagem, antes frívola, em um ser humano mais consciente.
De qualquer forma, Linda de Morrer é uma comédia que cumpre sua principal função que é fazer rir sem apelar tanto para alguns clichês e exageros tão comuns nas comédias brasileiras. Não é um filme que marcará a história do cinema, mas tem suas qualidades. Uma diversão inofensiva, mas bem construída como tantas por aí.
Linda de Morrer (Linda de Morrer, 2015 / Brasil)
Direção: Cris D'Amato
Roteiro: Carolina Castro e Jô Abdu
Com: Glória Pires, Angelo Paes Leme, Emilio Dantas, Antonia Morais, Susana Vieira, Priscila Marinho, Vivianne Pasmanter, Stella Miranda, Pablo Sanábio
Duração: 115 min.
Na trama, Glória Pires é Paula Lins, uma dermatologista que acredita ter encontrado a cura definitiva para a celulite. Porém, o remédio possui um efeito colateral que leva a médica à morte e agora seu espírito tentará se comunicar com sua filha para impedir que o Milagra seja comercializado prejudicando outras mulheres. Só que, para isso, ela vai precisar da ajuda do médium Daniel que não está tão disposto a acreditar em seu próprio dom.
Não tem como não lembrar de filmes como Ghost ou o Um Espírito Baixou em Mim ao ver a obra. O filme de Jerry Zucker, inclusive, possui cenas muito semelhantes como a cena em que médium, espírito e parente encarnado sentam em um sofá para falar sobre a situação. Mas, é interessante que o filme de Cris D´Amato possui qualidades tanto no texto quanto nas atuações, sempre brincando com as situações e criando piadas com o que está por vir.
Vemos, por exemplo, várias antecipações com "cheguei do além" ou "nem morta", ou ainda a "entrada triunfal" que ela fará em sua festa. Outras piadas são relacionadas à própria construção das personagens como Paula chamar a filha de "Sebastiana Salgada do Leblon". Aliás, essa cena de discussão entre mãe e filha, construída em paralelo com a cena entre a avó e o neto é um dos bons momentos do filme, ligando as quatro personagens e preparando a trama sem forçar a situação.
Outro destaque está na direção de arte do filme, já na abertura mesclando créditos com situações em cena, vemos criatividade na utilização dos elementos. Isso também se reflete nos figurinos e cenários, além de cartazes do Milagra, que por sinal, acaba sendo uma piada sonora com o Viagra, sendo inclusive uma pílula em parte azul, só que com o complemento do vermelho.
Ainda que bem humorada e com um ritmo envolvente a ponto de não sentirmos a passagem do tempo, o filme peca em alguns exageros como as cenas com a empregada Jaci vivida por Priscila Marinho que são sempre um tom a mais do necessário para a trama, inclusive a piada "eu vi a Glória" como o nome da atriz que interpreta a protagonista não tem muito sentido dentro da própria situação. Outra cena que começa muito bem no programa de televisão, com piadas irônicas ao tipo de atração, acaba se excedendo pela longa duração. E o clímax do filme onde a história poderia ser aprofundada, acaba se perdendo pela escolha da piada clichê da mulher dentro do corpo de um homem exagerar como se este fosse gay.
Mesmo sem ser categorizado como filme religioso, acredito que Linda de Morrer seja o melhor filme espírita já feito no Brasil. Não que isso queira dizer muita coisa diante da qualidade cinematográfica desse sub-gênero brasileiro, mas estão ali todas as premissas da doutrina. O problema é que, muitas vezes, as gags humorísticas não deixam o público prestar tanta atenção nisso, como esta cena chave em que Paula fala através da boca do sócio Francis, vivido por Ângelo Paes Leme. Ali está a mensagem sobre a valorização da própria aparência e o aprendizado da personagem, antes frívola, em um ser humano mais consciente.
De qualquer forma, Linda de Morrer é uma comédia que cumpre sua principal função que é fazer rir sem apelar tanto para alguns clichês e exageros tão comuns nas comédias brasileiras. Não é um filme que marcará a história do cinema, mas tem suas qualidades. Uma diversão inofensiva, mas bem construída como tantas por aí.
Linda de Morrer (Linda de Morrer, 2015 / Brasil)
Direção: Cris D'Amato
Roteiro: Carolina Castro e Jô Abdu
Com: Glória Pires, Angelo Paes Leme, Emilio Dantas, Antonia Morais, Susana Vieira, Priscila Marinho, Vivianne Pasmanter, Stella Miranda, Pablo Sanábio
Duração: 115 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Linda de Morrer
2015-08-19T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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