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Mark Osborne
O Pequeno Príncipe
O Pequeno Príncipe
O Pequeno Príncipe, livro de Antoine de Saint-Exupéry, talvez seja a literatura infantil mais conhecida do mundo. Quer dizer, depois de Harry Potter e seu poder midiático, talvez... Brincadeiras à parte, quem nunca pelo menos ouviu falar do pequeno ser que vive em seu planeta-asteróide B612 na companhia de sua rosa? O príncipe que nos mostra a ingenuidade e sabedoria infantil, em sua busca por um amigo. O filme de Mark Osborne não é exatamente uma adaptação dessa história, mas a inspiração para outra bela como ela.
Em um mundo cinza e quadrado, vive uma pequena garotinha, treinada por sua mãe com obsessão para se tornar uma adulta bem sucedida. E para que o plano dê certo ela precisa ser aceita em uma instituição de ensino conceituada. Como a primeira tentativa falhou, ela agora, precisa passar as férias seguindo à risca um planejamento de estudos, mas um estranho vizinho irá atrapalhar tais planos ao lhe contar a sua história com um pequeno príncipe que conheceu no deserto.
"O mundo se tornou adulto demais", explica o velho vizinho à pequena garotinha. Essa é a essência da história do filme e também do livro criado por Antoine de Saint-Exupéry na década de quarenta. Crescemos e esquecemos como é ser criança, como é ver o mundo por um olhar mais simples e puro. Esquecemos de nos divertir, concentrados em trabalho, metas e objetivos. A alegria vai perdendo a voz em nossa mente (como demostra a animação da Disney) e consideramos bobagens coisas que antes eram essenciais, como brincar e imaginar.
Da mesma forma que o pequeno príncipe surgiu para o aviador lá nas páginas do livro, ele surgiu para cada um de nós em momentos diversos de nossas vidas. E a garotinha do filme é apenas a representação de um desses momentos, assim como sua mãe preocupada com seu futuro. O mundo está ficando mesmo cada vez mais adulto basta observa a quantidade de cursos que as crianças são submetidas hoje em dia, os horários da escola não são mais suficientes. Tem balé, inglês, natação, informática etc, fazendo com que tenham cada vez mais uma rotina estressante e sem tempo para o ócio criativo.
Os roteiristas Irena Brignull e Bob Persichetti traduziram bem esse espírito no mundo cinzento e quadrado da trama. E Mark Osborne conduz a animação reforçando esses detalhes, tudo é quadrado ali, não apenas os bairros as ruas, as casas, mas a arquitetura e os detalhes dos objetos como a maçaneta da porta, os pratos ou os móveis. Da mesma forma que o tom cinzento predomina nas roupas, nos cenários e na fotografia como um todo com um filtro nublado eterno.
Tudo isso contrasta com a casa do aviador. O desequilíbrio está ali desde a proporção da casa que parece um amontoado que pode cair a qualquer momento. Há cores também e diversas luzes que nos permitem vislumbrar alegria. Sem falar no avião vermelho que já nos remete a outro tom quente e forte distante do cinza do restante do mundo. O choque do contraste aguça a curiosidade da pequena menina que encontra dentro dela a capacidade de se encantar e sonhar, junto com aquele engraçado e estranho velhinho.
A animação encanta ainda por sua técnica. Em um 3D eficiente com diversas camadas e personagens bem definidos, o filme é ágil e envolvente. Mas, enche os nossos olhos mesmo quando mergulhamos nas páginas da história e acompanhamos flashes da trama do Pequeno Príncipe em uma técnica que emula bonecos de papel com uma beleza ímpar que ajuda no sentimento mágico que a história daquele ser nos evoca. Algo puro e sábio como o mito que ele se tornou.
Porque é isso que o filme de Mark Osborne faz, trabalha o mito do Pequeno Príncipe como uma aura a ser resgatada diante de um mundo cada vez mais competitivo e cinzento. Um mundo onde verdadeiros amigos se tornaram raros e não acreditamos mais que podemos ter uma rosa que nos ame, ou uma raposa que nos ajude. Mas, ele está ali para nos lembrar que basta ver com os olhos do coração que não estamos sós e perceber que definitivamente, o Pequeno Príncipe nos cativou para sempre.
O Pequeno Príncipe (Le Petit Prince, 2015 / França)
Direção: Mark Osborne
Roteiro: Irena Brignull, Bob Persichetti
Duração: 108 min.
Em um mundo cinza e quadrado, vive uma pequena garotinha, treinada por sua mãe com obsessão para se tornar uma adulta bem sucedida. E para que o plano dê certo ela precisa ser aceita em uma instituição de ensino conceituada. Como a primeira tentativa falhou, ela agora, precisa passar as férias seguindo à risca um planejamento de estudos, mas um estranho vizinho irá atrapalhar tais planos ao lhe contar a sua história com um pequeno príncipe que conheceu no deserto.
"O mundo se tornou adulto demais", explica o velho vizinho à pequena garotinha. Essa é a essência da história do filme e também do livro criado por Antoine de Saint-Exupéry na década de quarenta. Crescemos e esquecemos como é ser criança, como é ver o mundo por um olhar mais simples e puro. Esquecemos de nos divertir, concentrados em trabalho, metas e objetivos. A alegria vai perdendo a voz em nossa mente (como demostra a animação da Disney) e consideramos bobagens coisas que antes eram essenciais, como brincar e imaginar.
Da mesma forma que o pequeno príncipe surgiu para o aviador lá nas páginas do livro, ele surgiu para cada um de nós em momentos diversos de nossas vidas. E a garotinha do filme é apenas a representação de um desses momentos, assim como sua mãe preocupada com seu futuro. O mundo está ficando mesmo cada vez mais adulto basta observa a quantidade de cursos que as crianças são submetidas hoje em dia, os horários da escola não são mais suficientes. Tem balé, inglês, natação, informática etc, fazendo com que tenham cada vez mais uma rotina estressante e sem tempo para o ócio criativo.
Os roteiristas Irena Brignull e Bob Persichetti traduziram bem esse espírito no mundo cinzento e quadrado da trama. E Mark Osborne conduz a animação reforçando esses detalhes, tudo é quadrado ali, não apenas os bairros as ruas, as casas, mas a arquitetura e os detalhes dos objetos como a maçaneta da porta, os pratos ou os móveis. Da mesma forma que o tom cinzento predomina nas roupas, nos cenários e na fotografia como um todo com um filtro nublado eterno.
Tudo isso contrasta com a casa do aviador. O desequilíbrio está ali desde a proporção da casa que parece um amontoado que pode cair a qualquer momento. Há cores também e diversas luzes que nos permitem vislumbrar alegria. Sem falar no avião vermelho que já nos remete a outro tom quente e forte distante do cinza do restante do mundo. O choque do contraste aguça a curiosidade da pequena menina que encontra dentro dela a capacidade de se encantar e sonhar, junto com aquele engraçado e estranho velhinho.
A animação encanta ainda por sua técnica. Em um 3D eficiente com diversas camadas e personagens bem definidos, o filme é ágil e envolvente. Mas, enche os nossos olhos mesmo quando mergulhamos nas páginas da história e acompanhamos flashes da trama do Pequeno Príncipe em uma técnica que emula bonecos de papel com uma beleza ímpar que ajuda no sentimento mágico que a história daquele ser nos evoca. Algo puro e sábio como o mito que ele se tornou.
Porque é isso que o filme de Mark Osborne faz, trabalha o mito do Pequeno Príncipe como uma aura a ser resgatada diante de um mundo cada vez mais competitivo e cinzento. Um mundo onde verdadeiros amigos se tornaram raros e não acreditamos mais que podemos ter uma rosa que nos ame, ou uma raposa que nos ajude. Mas, ele está ali para nos lembrar que basta ver com os olhos do coração que não estamos sós e perceber que definitivamente, o Pequeno Príncipe nos cativou para sempre.
O Pequeno Príncipe (Le Petit Prince, 2015 / França)
Direção: Mark Osborne
Roteiro: Irena Brignull, Bob Persichetti
Duração: 108 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Pequeno Príncipe
2015-08-18T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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