
A trama gira em torno de Ricki Rendazzo, uma cantora de rock que sente o peso da idade e já não consegue se sustentar totalmente. Sua rotina muda quando recebe o telefonema do ex-marido avisando que sua filha não está bem. De volta a Indianápolis ela tentará resgatar a intimidade perdida com os filhos e quem sabe dar um novo rumo à sua vida sentimental.

Mais do que isso, a personagem cria escudos para qualquer tipo de relacionamento seja com a família ou com o companheiro guitarrista de sua banda Greg. Em sua máscara de mulher estranha ela vai ficando em seu mundo particular. Os filhos a cobram por terem sidos abandonados. Mas, o filme vai demonstrando que eles também abandonaram a mãe. São completos estranhos um ao outro, vide que nem conheciam o trabalho musical dela.

A trilha sonora é outro ponto positivo. Repleto de bom rock, temos cenas emocionantes com a banda The Flash no palco, como quando Ricki percebe a ausência de uma certa guitarra. Ou um momento onde ela questiona o fato de pais ausentes serem mais compreendidos que mães ausentes. Ou ainda um discurso especial que nos mostra o verdadeiro lugar daquela mulher no mundo.

O subtítulo em português "De Volta Pra Casa" acaba sendo um reforço tolo também. Até porque Ricki não está exatamente voltando pra casa, mas apenas se reencontrando com seus próprios sentimentos seja com os filhos, com Pete, com Greg ou com ela mesma. De qualquer maneira é um filme que funciona enquanto entretenimento, principalmente para quem gosta de rock e, claro, Meryl Streep.
P.S. Como curiosidades, a atriz Mamie Gummer que faz Julie, a filha de Ricki, é mesmo filha de Meryl Streep, e, sim, ela está cantando de verdade.
Ricki and the Flash: De Volta Pra Casa (Ricki and the Flash, 2015 / EUA)
Direção: Jonathan Demme
Roteiro: Diablo Cody
Com: Meryl Streep, Kevin Kline, Rick Springfield, Mamie Gummer
Duração: 101 min.