
A trama gira em torno da agente do FBI Kate Macer, interpretada por Emily Blunt, que após uma descoberta chocante em ação acaba envolvida com uma operação sigilosa na fronteira do México com os Estados Unidos. Quanto mais ela testemunha as ações do agentes da CIA, mas ela percebe que a falta de ética já é algo extremamente natural naquele negócio.

Há sempre um tom de mistério e novidade, ainda que em um tema batido. Não há grandes segredos, mas tudo nos leva a colar na ação e acompanhar Kate em sua jornada. Incomoda um pouco a forma ingênua com que ela é construída, as perguntas que ela vai fazendo e a forma como vai se deixando levar pelos personagens de Josh Brolin e Benicio Del Toro. Isso sem falar em um cena onde ela age de maneira quase amadora perdendo a arma e sendo estrangulada.

E há, pois não há escrúpulos nem ética na maioria dos personagens e as mortes, inclusive de crianças, não são tabu. Tudo isso é conduzido com grande pulso pelo personagem de Benicio Del Toro. Alejandro é o grande contra-ponto de Kate, um homem misterioso que não sabemos quem seja, nem de onde venha. Mas, que demonstra ser conhecido e temido por muitos. A verdadeira chave e conflito do filme está nele. No final, das contas, é sua jornada que acompanhamos.
Assim, Sicario ganha em força e significado, nos trazendo nuanças de uma guerra conhecida, muito explorada, mas que demonstra ter ainda muito fôlego para diversas outras narrativas. Até porque o grande conflito que o filme aborda está longe de ter uma solução definitiva. Nem a questão das drogas, nem a falta de lei ou ética. Tudo está lá, ainda sendo explorado e descoberto no Velho Oeste.
Sicario - Terra de Ninguém (Sicario, 2015 / EUA)
Direção: Denis Villeneuve
Roteiro: Taylor Sheridan
Com: Emily Blunt, Josh Brolin, Benicio Del Toro, Victor Garber, Daniel Kaluuya
Duração: 121 min.