
Fernando é um fotógrafo policial que acabou de perder a esposa. Tendo que lidar com as lembranças, assim como cuidar de seu filho pequeno, ele vai organizando os antigos pertences da falecida sem saber ainda que fim dará a tudo aquilo. Até que uma fita de VHS o perturba profundamente, pois registra a sua traição. Obcecado para descobrir quem é aquele homem com ela, ele vai partir para uma caçada própria.

A imagem daquela mulher amada morre ao vê-la nos braços de outro. A angústia e o desespero é por entender aquilo. Por viver o luto, enquanto ficamos imaginando o que ele fará com aquela família. Afinal, como bom policial e fotógrafo, ele logo descobre o paradeiro de Salvador, ex-presidiário, hoje evangélico, com mulher de duas filhas. A trama não gira em torno da investigação, isso não é o importante.

É difícil comentar todas as nuanças da obra sem dar spoilers, porque muito dos artifícios do roteiro estão nas pistas e recompensas que nos vão sendo dadas, sempre em quebras de expectativas. Tentamos nos antecipar a Fernando, mas ele permanece ali como uma incógnita, tanto que a interpretação de Fernando Alves Pinto parece acertadamente monocórdia, escondendo seus sentimentos quase como um psicopata, apesar de sabermos que por dentro ele já chorou e sofreu essas dores.
Para Minha Amada Morta é daqueles filmes intensos que nos envolve e nos deixa em constante angústia. Um filme que merece destaque, assim como os prêmios e menções que vem recebendo pelos festivais por onde passa.
Filme visto no XI Panorama Internacional Coisa de Cinema.
Para Minha Amada Morta (2015 / Brasil)
Direção: Aly Muritiba
Roteiro: Aly Muritiba
Com: Fernando Alves Pinto, Mayana Neiva, Lourinelson Vladmir
Duração: 140 min.