
Após a ditadura militar, alguns integrantes das forças armadas resolveram começar uma espécie de negócio. Sequestro de pessoas ricas no país. O pior é que além do resgate, as vítimas acabavam sendo descartadas como queima de arquivo. E entre os mais famosos estão os Puccio, uma família aparentemente comum, tendo inclusive um dos filhos como um bem sucedido esportista.

Alex tem sonhos, tem o talento no rúgbi, tem uma namorada que ama, tem um futuro promissor. Mas, tem também um pai que o chantageia e o oferece o caminho mais fácil. E ele não nega, por mais que se incomode, que por vezes condene, ele também facilmente aceita não apenas ajudar nos "serviços" como agradece com um sorriso o dinheiro que vem disso. Condenar o velho mafioso é fácil, mas e a responsabilidade daqueles cúmplices passivos, como fica?


É curioso também a forma como Alex está sempre envolvido e à parte ao mesmo tempo. Sempre no momento-chave de escrever a carta, o rapaz é mostrado em uma montagem paralela fazendo outra coisa. Marcando de maneira clara que ele não está completamente envolvido, nem mesmo emocionalmente, continuando a sua vida independente do que acontece no sótão de sua casa.
Ainda que tenha momentos confusos e pudesse desenvolver um pouco melhor as motivações das personagens, O Clã é um filme intenso e bem realizado que nos deixa com o impacto das revelações finais nos fazendo pensar não apenas naquela família, mas na humanidade e no que somos capazes por dinheiro.
O Clã (El Clan, 2015 / Argentina)
Direção: Pablo Trapero
Roteiro: Julian Loyola, Esteban Student, Pablo Trapero
Com: Antonia Bengoechea, Gastón Cocchiarale, Guillermo Francella
Duração: 110 min.