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Creed: Nascido para Lutar
Creed: Nascido para Lutar
Em 1976, Sylvester Stallone resolveu mudar sua vida. Escreveu um roteiro de um filme que ele mesmo protagonizou e entrou para a história do cinema como Rocky Balboa. Quarenta anos depois, é hora de passar o seu legado, o curioso é que ele acaba indo pela descendência de seu maior adversário e também amigo, Apollo Creed.
Creed, o filme, é sobre o jovem Adonis Johnson, filho bastardo de Apollo que depois de uma infância ruim, foi adotado por Mary Anne e tinha tudo para ter uma vida tranquila. Mas, a luta está em seu sangue e o rapaz quer ser um lutador profissional como foi seu pai. Sem o apoio da mãe adotiva, ele procura Rocky para treiná-lo. E agora é provar que não é apenas o nome de seu pai, ele também herdou o seu talento.
Ainda que Rocky esteja ali, é interessante como o filme é uma ode a Apollo. O lutador é citado como o melhor de todos os tempos e o próprio Rocky diz que ele era melhor que ele. Há também uma construção inversa da jornada do herói. Pois é Creed quem busca a aventura e seu mentor a nega por algumas vezes antes de aceitar guiá-lo.
Na verdade, a jornada de Creed e Rocky tem muitos pontos em comum, ainda que ambos tenham personalidades completamente diferentes. Mas, ambos são sobreviventes à sua maneira. Rocky era pobre, sofrido, tinha na luta a única oportunidade de vencer. Adonis teve um passado difícil, mas, desde que foi adotado, sua vida era muito boa, vivia em uma mansão, tinha um Mustang só seu e um bom emprego.
É quase um conto do pobre menino rico, pois bens materiais não são tudo na vida. Adonis sofre e a construção da narrativa nos leva a um drama cheio de carga emocional forte, como toda a saga de Rocky. Apesar da proteção financeira e até mesmo o amor de Mary Anne, faltava a Adonis o apoio emocional por ter sido um filho bastardo e nunca ter conhecido o pai.
Apollo e Adonis, símbolos da beleza grega. Homens bonitos e também belos no rinque. Um jogo interessante de referências que a mãe do garoto, com certeza pensou ao batizar o filho. Tanto que ao querer esconder sua origem, Adonis se apresenta como Donnie Johnson. Ele quer deixar sua marca, ser reconhecido por si só. Mas, ao mesmo tempo, a aprovação paterna é o que lhe falta. Não por acaso chama Rocky de tio e busca sua referência.
Ryan Coogler consegue manter muitas das marcas da série Rocky na trama, construindo um eco interessante entre as duas histórias, mas ao mesmo tempo trazendo algo novo. O filme pulsa por si só e consegue empolgar em diversos momentos. As cenas de luta são muito bem orquestradas e a câmera nos conduz de uma maneira impressionante.
Creed: Nascido para Lutar se fecha em si, mas também pode indicar um novo recomeço de saga. Tal qual Rocky que rendeu seis filmes, o jovem tem fôlego para mais algumas lutas. Vamos torcer apenas para manter o nível deste aqui.
Creed: Nascido para Lutar (Creed, 2016 / EUA)
Direção: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler, Aaron Covington
Com: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Tony Bellew
Duração: 133 min.
Creed, o filme, é sobre o jovem Adonis Johnson, filho bastardo de Apollo que depois de uma infância ruim, foi adotado por Mary Anne e tinha tudo para ter uma vida tranquila. Mas, a luta está em seu sangue e o rapaz quer ser um lutador profissional como foi seu pai. Sem o apoio da mãe adotiva, ele procura Rocky para treiná-lo. E agora é provar que não é apenas o nome de seu pai, ele também herdou o seu talento.
Ainda que Rocky esteja ali, é interessante como o filme é uma ode a Apollo. O lutador é citado como o melhor de todos os tempos e o próprio Rocky diz que ele era melhor que ele. Há também uma construção inversa da jornada do herói. Pois é Creed quem busca a aventura e seu mentor a nega por algumas vezes antes de aceitar guiá-lo.
Na verdade, a jornada de Creed e Rocky tem muitos pontos em comum, ainda que ambos tenham personalidades completamente diferentes. Mas, ambos são sobreviventes à sua maneira. Rocky era pobre, sofrido, tinha na luta a única oportunidade de vencer. Adonis teve um passado difícil, mas, desde que foi adotado, sua vida era muito boa, vivia em uma mansão, tinha um Mustang só seu e um bom emprego.
É quase um conto do pobre menino rico, pois bens materiais não são tudo na vida. Adonis sofre e a construção da narrativa nos leva a um drama cheio de carga emocional forte, como toda a saga de Rocky. Apesar da proteção financeira e até mesmo o amor de Mary Anne, faltava a Adonis o apoio emocional por ter sido um filho bastardo e nunca ter conhecido o pai.
Apollo e Adonis, símbolos da beleza grega. Homens bonitos e também belos no rinque. Um jogo interessante de referências que a mãe do garoto, com certeza pensou ao batizar o filho. Tanto que ao querer esconder sua origem, Adonis se apresenta como Donnie Johnson. Ele quer deixar sua marca, ser reconhecido por si só. Mas, ao mesmo tempo, a aprovação paterna é o que lhe falta. Não por acaso chama Rocky de tio e busca sua referência.
Ryan Coogler consegue manter muitas das marcas da série Rocky na trama, construindo um eco interessante entre as duas histórias, mas ao mesmo tempo trazendo algo novo. O filme pulsa por si só e consegue empolgar em diversos momentos. As cenas de luta são muito bem orquestradas e a câmera nos conduz de uma maneira impressionante.
Creed: Nascido para Lutar se fecha em si, mas também pode indicar um novo recomeço de saga. Tal qual Rocky que rendeu seis filmes, o jovem tem fôlego para mais algumas lutas. Vamos torcer apenas para manter o nível deste aqui.
Creed: Nascido para Lutar (Creed, 2016 / EUA)
Direção: Ryan Coogler
Roteiro: Ryan Coogler, Aaron Covington
Com: Michael B. Jordan, Sylvester Stallone, Tessa Thompson, Phylicia Rashad, Tony Bellew
Duração: 133 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Creed: Nascido para Lutar
2016-01-17T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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