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Sob a Pele
Sob a Pele
Scarlett Johansson é uma extraterrestre predadora que utiliza a pele de uma humana para atrair suas presas. Na verdade, essa é a sinopse de Sob a Pele, mas acompanhando a história, o roteiro não nos dá suas informações tão de graça. E isso torna o filme de Jonathan Glazer mais interessante.
O ritmo da obra é lento, há um quê de voyeurismo constante. Scarlett passa os dias observando os humanos, escolhendo a vítima perfeita. Há sempre uma busca por pessoas sozinhas. Não que a E.T. se importe com famílias, mas provavelmente uma pessoa sozinha não levanta suspeitas, não tem quem procure por elas.
Se importar com pessoas, na verdade, é a última coisa que ela faz, vide uma cena na praia que demonstra bem sua natureza sem emoções. Ela não sente medo quando é ameaçada por um grupo de adolescentes, nem compaixão por aqueles que somem na escuridão. A única coisa que parece ter é curiosidade.
O interessante é que essa curiosidade a leva ao ponto de virada do filme. A mudança se dá exatamente quando ela encontra uma pessoa diferente. Sensibilizada pelo inusitado, ela vai experimentar outras emoções e, com isso, perceber que o ser humano pode ser tão ou mais cruel que os aliens predadores. Ao mesmo tempo em que podem ser tão sensíveis.
O grande viés do filme é a maneira como vai nos instigando aos poucos. Mostra sem mostrar, marca a repetição cíclica também com uma música repetitiva, nos dá as informações em etapas. E vamos supondo o restante. Tudo sem pressa ou necessidade de ser didático.
Scarlett Johansson consegue construir sua extraterrestre com grande sensibilidade. Totalmente sem emoção no início, com um olhar quase perdido, expressão inerte, simulando reações como um sorriso ou um olhar sedutor. Quando há a virada, a atriz consegue transmitir as sensações de quem está experimentando. E pensar que a maior repercussão que teve foi por ela aparecer completamente nua.
Sob a Pele é um filme especial. Traz questões sensíveis sobre a alma humana de uma maneira tão inusitada como a visão de um alienígena. Há metáforas belas como quando ela se despe completamente e consegue finalmente ver o grande problema que traz nossa sociedade. Da mesma maneira que antes foi capaz de apenas observar uma família se desfazer à beira do mar. Um filme para nos fazer pensar. E muito.
Sob a Pele (Under the Skin, 2013 / Reino Unido)
Direção: Jonathan Glazer
Roteiro: Walter Campbell, Jonathan Glazer
Com: Scarlett Johansson, Jeremy McWilliams, Lynsey Taylor Mackay
Duração: 108 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Sob a Pele
2016-07-09T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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