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Sete Homens e um Destino

Sete Homens e um Destino - filme

O argumento de Os Sete Samurais de Akira Kurosawa caiu como uma luva no Velho Oeste, dando origem a este que é um dos mais famosos filmes do gênero. Sete Homens e um Destino traz um elenco de peso com nomes como Steve McQueen e Charles Bronson em uma história de justiça com as próprias mãos contra os desmandos em uma terra-sem-lei.

A história é muito próxima da japonesa. Um vilarejo pobre na fronteira dos Estados Unidos e México é constantemente saqueado pelo mexicano Calvera e seu bando. Cansados, os moradores se reúnem para contratar os pistoleiros Chris e Vin que reúnem mais cinco bons homens para defender o local e ensinar os fazendeiros a se defender.

Sete Homens e um Destino - filmeO roteiro do filme é bastante didático, apresentando a situação, o bandido, os sete personagens-título e a união deles pela proposta de defender o vilarejo. Ainda assim, os protagonistas são pouco desenvolvidos, apresentados mais como esterótipos dos cowboys destemidos que outra coisa. Apenas Chico, o sétimo pistoleiro que entrou no bando após muita insistência, tem uma atenção maior em sua construção de personalidade.

O que pescamos de Chris e Vin são apenas poucas frases de uma vida sem lei e sem laços afetivos que parece os afetar em algum ponto quase inconsciente. Tanto que esta é a tônica da discussão deles com Chico. O que é melhor, viver assim como um pistoleiro fora-da-lei ou como um simples chefe de família? Bernardo, vivido por Charles Bronson, que é "adotado" por três crianças do vilarejo, também coloca em discussão isso ao dizer aos garotos que os pais deles são corajosos porque formaram uma família.

É interessante que esses valores do que vale a pena na vida sejam discutidos em pleno Velho Oeste durante uma preparação de tiroteio. É como se o próprio cinema estivesse discutindo o gênero e a sua continuação ou não diante dos novos tempos e dos novos desejos americanos. Ao mesmo tempo em que trabalha o empoderamento do fazendeiro, tornando-o capaz de lutar contra o saqueador opressor.

Sete Homens e um Destino - filmeHá pelo menos três boas sequências de tiroteio que dão um ritmo maior ao filme, ainda que boa parte dele seja de diálogos ou caminhadas a cavalo. Ainda que as marcas teatrais da época nos deixem cenas de tiros e quedas amadoras para os padrões atuais, é possível ver o filme ainda hoje com bons olhos, admirando o jogo cênico e a direção que nos deixa dentro da cena. Ainda que não tenha a mesma firmeza da câmera de Kurosawa no original japonês.

Sete Homens e um Destino trouxe ainda uma nova perspectiva de Velho Oeste pela possibilidade de questionar o cowboy solitário e também de discutir os verdadeiros inimigos. A questão do preconceito com o corpo de um índio que não tem o "direito" de ser enterrado no cemitério da cidade e a forma como alguns tomam as dores do morto para si, como os próprios Chris e Vin, traz esses novos valores do Oeste, antes tão definidos.

No fim, temos um belo exemplar do gênero que traz novas questões e novos rostos também, já que boa parte do elenco, hoje estelar, não era tão conhecido na época. Fica a expectativa para essa nova versão que chega em 2016, na torcida de que não seja mais um caça-níquel sem sentido como a maioria dos remakes ou releituras que vemos nos últimos anos.


Sete Homens e um Destino (The Magnificent Seven, 1960 / EUA)
Direção: John Sturges
Roteiro: William Roberts
Com: Yul Brynner, Steve McQueen, Charles Bronson, Horst Buchholz, Robert Vaughn, James Coburn, Rico Alaniz, Eli Wallach
Duração: 128 min.

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