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Com Amor, Van Gogh
Com Amor, Van Gogh
Um dos pintores mais consagrados da história, Van Gogh vendeu apenas um único quadro em vida, morreu pobre, tachado como louco por muitos. Sua existência fascina tanto quanto seus quadros, peculiares com um estilo psicodélico que são capazes de nos fazer embarcar em sensações diversas através de seus traços únicos e suas cores vivas.
Embevecidos pela estética do mestre expressionista, os diretores Dorota Kobiela e Hugh Welchman foram ao extremo da admiração ao construir um filme com pinturas à mão, simulando o estilo do pintor a cada frame. O resultado é uma experiência visual única. Cada quadro salta, de fato, em tela, evocando sentimentos, sensações e nos fazendo embarcar nesse mundo próprio e autoral.
Causa também um certo espanto em termos de cinema digital e excesso de efeitos especiais algo tão artesanal e belo. Em muitos momentos é possível que nossa mente se descole da tela para admirar o trabalho árduo que esses artistas se dispuseram a construir para que o resultado em tela fosse apreciado daquela maneira. Talvez prevendo isso, os diretores, que também são roteiristas, junto a Jacek Dehnel, tenham empregado um ritmo mais arrastado à trama.
Talvez, em vez de investir em uma narrativa tão linear e clássica, fosse mais coerente ousar também no roteiro, construindo algo mais próximo do surrealismo ou de experiências menos cognitivas. Ou talvez isso acabasse sendo um excesso, já que a direção de arte arrojada já demanda dos espectadores sentidos mais apurados.
O fato é que a história é extremamente simples, uma investigação que parte, provavelmente, do livro "Van Gogh - a Vida" de Steven Naifeh e Gregory White Smith, primeira biografia a contestar a ideia de que o pintor teria se suicidado. Tendo em mãos uma carta de Vincent ao irmão Theo, Armand Roulin, filho de um carteiro amigo de Van Gogh, sai em busca da verdade sobre a morte do artista. Segundo seu pai, é estranho que um homem que se dizia feliz e tranquilo tenha dado fim à própria vida.
A narrativa se desenvolve a partir da investigação do rapaz. Primeiro, ele busca Theo Van Gogh para entregar a última carta do irmão. Quando descobre que este também morreu, resolve ir atrás do médico que cuidou do pintor em seus últimos anos de vida. Na cidadezinha de francesa de Arles, ele ouve o depoimento de diversos moradores, muitos pontos de vistas controversos que o levam a imaginar o que de fato teria acontecido.
No final das contas, quem o matou pouco importa, Com Amor, Van Gogh é um espetáculo estético que encanta por sua forma, sendo a investigação mais um pretexto para nos aproximar do artista, buscando um pouco mais do que seus quadros nos dão.
Com Amor, Van Gogh (Loving Vincent, 2017 / Reino Unido)
Direção: Dorota Kobiela, Hugh Welchman
Roteiro: Dorota Kobiela, Hugh Welchman, Jacek Dehnel
Com: Douglas Booth, Jerome Flynn, Robert Gulaczyk, Saoirse Ronan
Duração: 94 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Com Amor, Van Gogh
2017-12-23T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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