De Harry Potter a Príncipe Caspian
Quando lançou em 1997 seu primeiro livro do bruxinho simpático, J.K. Rowling não apenas garantiu a sua aposentadoria, como deu uma identidade à literatura adolescente. É só observar as prateleiras das livrarias para perceber que o foco e os leitores mudaram. Em consequência mexeu em toda a estrutura cinematográfica de adaptações para o público. Com um marketing bastante eficaz, trouxe de volta o culto ao mundo mágico, fantasia e histórias épicas (algumas melhores que a do próprio bruxinho), como o cultuado Tolkien. Fenômeno similar ao que Matrix representou para os filmes de ficção.
A franquia Harry Potter levantou uma onda mágica de histórias e filmes para adolescentes, diferentes dos filmes americanos típicos de Sessão da Tarde. A indústria parece ter percebido que eles gostam de aventura, mistério, mágica, misturados com história, lenda e com um mensagem moral. Além de Senhor dos Anéis, vimos em nossas telas filmes como Ponte para Terabítia, A Bússola de Ouro, Dungeons&Dragons e As Crônicas de Nárnia. E também, porque não, um filme menos pop como O Labirinto do Fauno. O fato é que a franquia Harry Potter despertou o interesse dos adolescentes em aventuras e histórias inteligentes.
Porém, nem tudo são flores. Ou melhor, não basta contar uma história em um universo mágico, com heróis adolescentes e um pouco de mitologia para ser sucesso garantido. Vendo a continuação de As Crônicas de Nárnia - O Príncipe Caspian, que foi considerado um fracasso de bilheteria, fica a observação de que não podemos abusar desse público. Afinal, eles são inteligentes. A crise com Nárnia (também associada a crise mundial) foi tanta que chegou a adiar a estréia do sexto filme de Harry Potter, gerando rumores de que, com isso, o último filme não sairia do papel.
Antes que os fãs de Potter arranquem os cabelos, O Enigma do Príncipe vai estrear mesmo em julho, e As relíquias da morte já começou o processo de filmagem. O último filme do bruxinho será dividido em duas partes que devem estrear em 2011 e 2012.
Mas, voltando a Nárnia, sua continuação não empolga pois parece replay do mesmo filme. Apesar de o leão Aslan repetir à pequena Lucy que duas coisas não acontecem da mesma maneira, O príncipe Caspian nada mais é do que uma repetição de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupas. Nárnia corre perigo pela ameaça de um ditador e os quatro meninos têm que lutar para salvá-la, tudo com a fé de que o Leão Aslan irá ajudar na hora certa. Falo em fé, porque a coletânea de C.S. Lewis foi escrita nos anos cinquenta com uma clara intenção de evangelização. O Leão Aslan que morre e ressuscita passando a ser um espírito protetor daquele reino mágico é uma alusão a Cristo. Tudo isso, porque Lewis é um teólogo conhecido por suas obras cristãs. Isso gera até hoje vários debates e controvérsias entre religiosos que cultuam os livros como evangelizadores e outros que consideram como mensagens subliminares pagãs.
Polêmicas a parte, Nárnia tem adeptos menos afoitos que os fãs do bruxo Harry Potter e por isso, seus filmes não trazem tanta expectativa. Além do que, a história parece ser realmente a mesma. Apesar de cenas de ação bem feitas e do bom entrosamento dos quatro atores com as criaturas mágicas locais, Nárnia fica com um gosto de Dejà Vú e não empolga tanto. Talvez, por isso, os outros livros da série nem cheguem as telas. Mesmo assim, é uma diversão inteligente, para quem quer apenas distrair o juízo.
A franquia Harry Potter levantou uma onda mágica de histórias e filmes para adolescentes, diferentes dos filmes americanos típicos de Sessão da Tarde. A indústria parece ter percebido que eles gostam de aventura, mistério, mágica, misturados com história, lenda e com um mensagem moral. Além de Senhor dos Anéis, vimos em nossas telas filmes como Ponte para Terabítia, A Bússola de Ouro, Dungeons&Dragons e As Crônicas de Nárnia. E também, porque não, um filme menos pop como O Labirinto do Fauno. O fato é que a franquia Harry Potter despertou o interesse dos adolescentes em aventuras e histórias inteligentes.
Porém, nem tudo são flores. Ou melhor, não basta contar uma história em um universo mágico, com heróis adolescentes e um pouco de mitologia para ser sucesso garantido. Vendo a continuação de As Crônicas de Nárnia - O Príncipe Caspian, que foi considerado um fracasso de bilheteria, fica a observação de que não podemos abusar desse público. Afinal, eles são inteligentes. A crise com Nárnia (também associada a crise mundial) foi tanta que chegou a adiar a estréia do sexto filme de Harry Potter, gerando rumores de que, com isso, o último filme não sairia do papel.
Antes que os fãs de Potter arranquem os cabelos, O Enigma do Príncipe vai estrear mesmo em julho, e As relíquias da morte já começou o processo de filmagem. O último filme do bruxinho será dividido em duas partes que devem estrear em 2011 e 2012.
Mas, voltando a Nárnia, sua continuação não empolga pois parece replay do mesmo filme. Apesar de o leão Aslan repetir à pequena Lucy que duas coisas não acontecem da mesma maneira, O príncipe Caspian nada mais é do que uma repetição de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupas. Nárnia corre perigo pela ameaça de um ditador e os quatro meninos têm que lutar para salvá-la, tudo com a fé de que o Leão Aslan irá ajudar na hora certa. Falo em fé, porque a coletânea de C.S. Lewis foi escrita nos anos cinquenta com uma clara intenção de evangelização. O Leão Aslan que morre e ressuscita passando a ser um espírito protetor daquele reino mágico é uma alusão a Cristo. Tudo isso, porque Lewis é um teólogo conhecido por suas obras cristãs. Isso gera até hoje vários debates e controvérsias entre religiosos que cultuam os livros como evangelizadores e outros que consideram como mensagens subliminares pagãs.
Polêmicas a parte, Nárnia tem adeptos menos afoitos que os fãs do bruxo Harry Potter e por isso, seus filmes não trazem tanta expectativa. Além do que, a história parece ser realmente a mesma. Apesar de cenas de ação bem feitas e do bom entrosamento dos quatro atores com as criaturas mágicas locais, Nárnia fica com um gosto de Dejà Vú e não empolga tanto. Talvez, por isso, os outros livros da série nem cheguem as telas. Mesmo assim, é uma diversão inteligente, para quem quer apenas distrair o juízo.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
De Harry Potter a Príncipe Caspian
2009-02-16T11:21:00-03:00
Amanda Aouad
Especial|harrypotter|materias|
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