O homem que queria matar Hitler
Estreou ontem em todo Brasil o filme que Tom Cruise veio ao país para divulgar: Operação Valquíria. O astro passeou pelo Rio de Janeiro e prometeu voltar para filmar algo na cidade que considerou linda. Nem assim, ele conseguiu toda a simpatia necessária para que a crítica gostasse de sua atuação. Não vou ser tão severa com o moço. Cruise é um bom ator, não é fantástico, nem fora do comum, mas consegue bons momentos como em Nascido a 4 de julho, Questão de Honra ou como o vampiro Lestat que chegou a gerar um pedido de desculpas por parte de Anne Rice. A autora tinha feito campanha para que Tom Cruise não interpretasse seu personagem favorito, mas acabou se rendendo e dizendo que estava errada ao ver o filme e sua atuação. Mas, em Operação Valquíria falta intimidade com a arte de expor emoções contraditórias. O coronel Claus von Stauffenberg acaba sendo pouco mais de um robô frio e sentimos falta de algo mais, principalmente nas cenas finais.
Além do mais, o filme reflete um forte sentimento alemão e feito por americanos, falado em inglês, fica quase sem sentido. A história já havia sido contada recentemente por quem é de direito e essa refilmagem acabou sendo apenas um chamariz para o mundo conhecer um pouco mais dos bastidores da segunda guerra. Afinal, a história é feita pelos vencedores (não é o que dizem?).
No geral, o filme é muito bem feito, digno de clássicos de guerra e conspirações. A direção de Bryan Singer é sensível ao tema, com ângulos e detalhes próximos que trazem a sensação de segredo e intimidade com a história. O roteiro segue um ritmo de suspense e ficamos presos a cadeira na expectativa, mesmo sabendo através da história como aquilo irá terminar. Mas, Operação Valquíria nos leva a deixar o cinema de lado para pensar e falar em um assunto que salta aos olhos do mundo e que já se tornou tabu: o Holocausto.
Passando batido pelo Bispo imbecil que declarou recentemente ser tudo ilusão de ótica, qualquer ser humano no planeta concorda que foi a maior atrocidade da humanidade. Não pelo extermínio, pois os judeus estão aí, ao contrário de civilizações que estão apenas na lembrança como os Maias, Astecas e Incas. Mas, pela forma covarde que os campos de concentração trataram seres humanos, com uma desculpa vil de raça inferior ou superior. Alemão virou sinônimo de monstro insensível e a história de Operação Valquíria serve para devolver um pouco da honra desse povo. Afinal, como é dito no início e no fim: "precisamos mostrar que nem todos os alemães são como ele".
A trama foi a décima terceira e última tentativa de grupos resistentes em derrubar Hitler e acabar com o genocídio nos campos de concentração. Resultou na pior de todas, já que seus mandantes foram todos assassinados após a descoberta. Deixo claro que aqui estou citando a história, para que ninguém me acuse de spoiler. O que mais chamou a atenção desta última tentativa, foi que eles conseguiram ir mais longe que qualquer outra, chegando a anunciar a morte do Führer e a tomar parte da Alemanha, antes da derrocada. E o mais interessante é que fizeram o golpe utilizando um plano criado pelo próprio Hitler. Era uma estratégia de controle de situação, caso houvesse alguma ameaça interna. O nome vem em inspiração a música de Wagner que toca na casa do coronel Claus von Stauffenberg dando-lhe a luz que precisava para arquitetar seu plano. Esta é uma sequência bastante interessante no filme de Bryan Singer.
Para quem quiser apenas um resumo da história, encontrei o trailer do filme original. Serve também de comparação para quem ainda não viu esse filme alemão de 2004.
Além do mais, o filme reflete um forte sentimento alemão e feito por americanos, falado em inglês, fica quase sem sentido. A história já havia sido contada recentemente por quem é de direito e essa refilmagem acabou sendo apenas um chamariz para o mundo conhecer um pouco mais dos bastidores da segunda guerra. Afinal, a história é feita pelos vencedores (não é o que dizem?).
No geral, o filme é muito bem feito, digno de clássicos de guerra e conspirações. A direção de Bryan Singer é sensível ao tema, com ângulos e detalhes próximos que trazem a sensação de segredo e intimidade com a história. O roteiro segue um ritmo de suspense e ficamos presos a cadeira na expectativa, mesmo sabendo através da história como aquilo irá terminar. Mas, Operação Valquíria nos leva a deixar o cinema de lado para pensar e falar em um assunto que salta aos olhos do mundo e que já se tornou tabu: o Holocausto.
Passando batido pelo Bispo imbecil que declarou recentemente ser tudo ilusão de ótica, qualquer ser humano no planeta concorda que foi a maior atrocidade da humanidade. Não pelo extermínio, pois os judeus estão aí, ao contrário de civilizações que estão apenas na lembrança como os Maias, Astecas e Incas. Mas, pela forma covarde que os campos de concentração trataram seres humanos, com uma desculpa vil de raça inferior ou superior. Alemão virou sinônimo de monstro insensível e a história de Operação Valquíria serve para devolver um pouco da honra desse povo. Afinal, como é dito no início e no fim: "precisamos mostrar que nem todos os alemães são como ele".
A trama foi a décima terceira e última tentativa de grupos resistentes em derrubar Hitler e acabar com o genocídio nos campos de concentração. Resultou na pior de todas, já que seus mandantes foram todos assassinados após a descoberta. Deixo claro que aqui estou citando a história, para que ninguém me acuse de spoiler. O que mais chamou a atenção desta última tentativa, foi que eles conseguiram ir mais longe que qualquer outra, chegando a anunciar a morte do Führer e a tomar parte da Alemanha, antes da derrocada. E o mais interessante é que fizeram o golpe utilizando um plano criado pelo próprio Hitler. Era uma estratégia de controle de situação, caso houvesse alguma ameaça interna. O nome vem em inspiração a música de Wagner que toca na casa do coronel Claus von Stauffenberg dando-lhe a luz que precisava para arquitetar seu plano. Esta é uma sequência bastante interessante no filme de Bryan Singer.
Para quem quiser apenas um resumo da história, encontrei o trailer do filme original. Serve também de comparação para quem ainda não viu esse filme alemão de 2004.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O homem que queria matar Hitler
2009-02-14T09:18:00-03:00
Amanda Aouad
aventura|critica|drama|
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