
Além do mais, o filme reflete um forte sentimento alemão e feito por americanos, falado em inglês, fica quase sem sentido. A história já havia sido contada recentemente por quem é de direito e essa refilmagem acabou sendo apenas um chamariz para o mundo conhecer um pouco mais dos bastidores da segunda guerra. Afinal, a história é feita pelos vencedores (não é o que dizem?).
No geral, o filme é muito bem feito, digno de clássicos de guerra e conspirações. A direção de Bryan Singer é sensível ao tema, com ângulos e detalhes próximos que trazem a sensação de segredo e intimidade com a história. O roteiro segue um ritmo de suspense e ficamos presos a cadeira na expectativa, mesmo sabendo através da história como aquilo irá terminar. Mas, Operação Valquíria nos leva a deixar o cinema de lado para pensar e falar em um assunto que salta aos olhos do mundo e que já se tornou tabu: o Holocausto.

A trama foi a décima terceira e última tentativa de grupos resistentes em derrubar Hitler e acabar com o genocídio nos campos de concentração. Resultou na pior de todas, já que seus mandantes foram todos assassinados após a descoberta. Deixo claro que aqui estou citando a história, para que ninguém me acuse de spoiler. O que mais chamou a atenção desta última tentativa, foi que eles conseguiram ir mais longe que qualquer outra, chegando a anunciar a morte do Führer e a tomar parte da Alemanha, antes da derrocada. E o mais interessante é que fizeram o golpe utilizando um plano criado pelo próprio Hitler. Era uma estratégia de controle de situação, caso houvesse alguma ameaça interna. O nome vem em inspiração a música de Wagner que toca na casa do coronel Claus von Stauffenberg dando-lhe a luz que precisava para arquitetar seu plano. Esta é uma sequência bastante interessante no filme de Bryan Singer.
Para quem quiser apenas um resumo da história, encontrei o trailer do filme original. Serve também de comparação para quem ainda não viu esse filme alemão de 2004.