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50 anos do Cinema Baiano (Parte 5)
50 anos do Cinema Baiano (Parte 5)
Após a exibição única do filme Redenção (uma cópia em estado precário, por falta de apoio à conservação de nossa história), Oscar Santana disse uma frase que faz pensar. Segundo o produtor, tínhamos que tomar cuidado em não estar fazendo com os alunos de cinema o mesmo que fazem com os alunos de circo. Ensina-se a arte, mas não se oferece lugar para eles a exercerem, então, vão fazer malabarismo nas sinaleiras. A classe cinematográfica ainda luta por uma faculdade de cinema na UFBa, mas além do curso de cinema da Faculdade FTC e da Faculdade do Recôncavo, a Bahia possui diversos cursos de rádio, televisão e comunicação de onde saem, todos os anos, milhares de alunos sonhando em ser cineastas.
É fato que a produção baiana aumentou. Com o novo governo, diversas leis de incentivo e editais de fundo de cultura têm movimentado o mercado, com curtas e longas, seja de ficção, documentário ou animação. Produções nacionais estão na cidade filmando as obras de Jorge Amado e a série Ó Paí Ó já tem segunda temporada garantida. Novos cursos profissionalizantes surgem a todo momento e há uma preocupação em formar mão-de-obra qualificada. Porém, ainda é pouco. Não temos uma indústria estabelecida e não há fluxo para absorver todos os profissionais lançados no mercado. O Pólo ainda está no eixo Rio-São Paulo e, mesmo lá, a produção ainda não está tão grande.
Com a organização da Bahia Film Comission ficou mais fácil a centralização do apoio a produções de fora, já que além da sede no Barbalho, há um catálogo de mão-de-obra e acesso mais rápido para liberação de espaço junto à prefeitura e estado. Atualmente, duas obras de Jorge Amado estão sendo transportadas para a tela. Quincas Berro D´Água, com direção de Sérgio Machado e participação de atores como Mariana Ximenes e Paulo José. E Capitães da Areia, que será dirigido por Cecília Amado, neta do escritor. Vale lembrar que Dona Flor e seus dois maridos, dirigido por Bruno Barreto, é até hoje a maior bilheteria nacional com 11 milhões de espectadores.
Lázaro Ramos também quer produzir seu próprio filme.
Atualmente, existem nove produções em andamento catalogadas.
Em fase de finalização
Trampolim do Forte - de João Rodrigo Mattos
Pau-Brasil - de Fernando Bélens
Estranhos - de Paulo Alcântara
Besouro - de Daniel Tikhomiroff
Jardim das Folhas Sagradas - de Pola Ribeiro
Em fase de produção
Capitães da Areia - de Cecília Amado
A morte e a morte de Quincas Berro d´Água - de Sérgio Machado
O homem que não dormia - de Edgard Navarro
Ele, o tal - de Josias Pires e Joel de Almeira (documentário sobre Cuíca de Santo Amaro)
Resta a mesma pergunta de sempre, que foi bastante discutida no programa debate da TVE no dia 24 de março. E a distribuição? Quando estes filmes ficarem prontos, haverá condições de chegarem às telas do cinema? Ou serão mais alguns filmes apenas de festivais? As leis de incentivo estão a todo vapor para produção, mas pouca gente conseguiu solução ainda para o gargalo da distribuição. E sem chegar ao público, não pode-se dizer que realmente exista cinema na Bahia.
É fato que a produção baiana aumentou. Com o novo governo, diversas leis de incentivo e editais de fundo de cultura têm movimentado o mercado, com curtas e longas, seja de ficção, documentário ou animação. Produções nacionais estão na cidade filmando as obras de Jorge Amado e a série Ó Paí Ó já tem segunda temporada garantida. Novos cursos profissionalizantes surgem a todo momento e há uma preocupação em formar mão-de-obra qualificada. Porém, ainda é pouco. Não temos uma indústria estabelecida e não há fluxo para absorver todos os profissionais lançados no mercado. O Pólo ainda está no eixo Rio-São Paulo e, mesmo lá, a produção ainda não está tão grande.
Com a organização da Bahia Film Comission ficou mais fácil a centralização do apoio a produções de fora, já que além da sede no Barbalho, há um catálogo de mão-de-obra e acesso mais rápido para liberação de espaço junto à prefeitura e estado. Atualmente, duas obras de Jorge Amado estão sendo transportadas para a tela. Quincas Berro D´Água, com direção de Sérgio Machado e participação de atores como Mariana Ximenes e Paulo José. E Capitães da Areia, que será dirigido por Cecília Amado, neta do escritor. Vale lembrar que Dona Flor e seus dois maridos, dirigido por Bruno Barreto, é até hoje a maior bilheteria nacional com 11 milhões de espectadores.
Lázaro Ramos também quer produzir seu próprio filme.
Atualmente, existem nove produções em andamento catalogadas.
Em fase de finalização
Trampolim do Forte - de João Rodrigo Mattos
Pau-Brasil - de Fernando Bélens
Estranhos - de Paulo Alcântara
Besouro - de Daniel Tikhomiroff
Jardim das Folhas Sagradas - de Pola Ribeiro
Em fase de produção
Capitães da Areia - de Cecília Amado
A morte e a morte de Quincas Berro d´Água - de Sérgio Machado
O homem que não dormia - de Edgard Navarro
Ele, o tal - de Josias Pires e Joel de Almeira (documentário sobre Cuíca de Santo Amaro)
Resta a mesma pergunta de sempre, que foi bastante discutida no programa debate da TVE no dia 24 de março. E a distribuição? Quando estes filmes ficarem prontos, haverá condições de chegarem às telas do cinema? Ou serão mais alguns filmes apenas de festivais? As leis de incentivo estão a todo vapor para produção, mas pouca gente conseguiu solução ainda para o gargalo da distribuição. E sem chegar ao público, não pode-se dizer que realmente exista cinema na Bahia.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
50 anos do Cinema Baiano (Parte 5)
2009-03-30T13:43:00-03:00
Amanda Aouad
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